Marino era um bravo e nobre oficial do exército imperial romano, em Cesareia da Palestina. Galieno, em 260, publicou um edito de tolerância aos cristãos. Porém, nem todos os magistrados respeitavam a liberdade das outras pessoas. Por isso, houve casos isolados de intolerância, como o de Marino.
Marino foi notificado que seria elevado ao cargo de centurião, e aguardava a entrega da vara de videira, símbolo do grau de centurião romano. Outros, porém, ambicionavam aquela promoção. Um dos mais obstinados pretendentes se fez presente declarando que Marino, conforme as antigas leis, não podia ter acesso a dignidades romanas, pois era cristão e, por isso, se recusaria a sacrificar ao imperador.
O juiz, irritado com este contratempo, perguntou a Marino qual era a sua religião. Ele prontamente respondeu: “Sou cristão”. O juiz lhe deu três horas para refletir. Ao sair do tribunal encontrou o bispo Teotecno que conversou com ele e o levou a uma igreja. Aos pés do altar o bispo colocou-o entre uma espada e uma Bíblia e mandou que escolhesse. Não titubeou. Escolheu a Bíblia. O bispo o abençoou e ele saiu todo feliz e pronto para o sacrifício.
Passadas as três horas, ele voltou decidido e proclamou a sua fé. Foi imediatamente condenado à pena capital. Sem demora foi executada a sentença. Ao martírio do jovem estava presente o velho senador Astério, para estimulá-lo ao sacrifício. Ele tomou o corpo do mártir e lhe deu uma digna sepultura e estava ciente de que ia se comprometer. Logo após foi sua vez de ser martirizado. Divide-se assim com Marino a honra do martírio.
Fonte: Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.
Santa Cunegundes
Nasceu em 988, seu pai era conde de Luxemburgo e muito cristão, com ele aprendeu os ensinamentos profundos religiosos.
Quando maior, casou-se com Henrique, duque de Baviera, que se tornou rei em 1002. Em 1014, o então Papa Bento VIII deu a coroa imperial ao casal real.
Eles haviam feito o “matrimonio de São José”, que significa unir-se como bons irmãos. A população estava contente com o reinado, a santa vivia trabalhando para atender pobres, doentes, crianças e idosos abandonados.
Tinham aqueles que não gostavam da corte e inventaram que Cunegundes traiu o marido, a mentira chegou até eles e a santa resolveu agir.
Convocou uma audiência pública, negou a traição e evocou Deus para provar. Haviam grelhas em sua frente, com intuito de prova, ela rezou, pisou descalça várias vezes e seus pés não se queimaram.
Convencidos da santidade de Cunegundes, o povo passou a admira-la ainda mais.
Cunegundes ficou doente e foi curada graças a Deus. Em agradecimento, o casal construiu um mosteiro em Kaufungen.
Quando o imperador morreu, ela foi para o mosteiro, onde viveu como religiosa por 15 anos.
Antes de morrer, no dia 03 de março de 1039, pediu que a enterrassem como uma simples monja e ao lado da sepultura do esposo, na Catedral de Bamberg, que eles também haviam construído.
O Papa Inocêncio III a canonizou em 1200, autorizando sua festa para o dia de sua morte.