É só traçar um paralelo entre a vida cheia de sacrifícios de são José, que trabalhou a vida toda para ver Nosso Senhor Jesus Cristo, dar a vida pela humanidade, e a luta dos trabalhadores do mundo todo, pleiteando respeito a seus direitos mínimos, para entender os motivos que levaram o papa Pio XII a instituir a festa de “São José Trabalhador”, em 1955, na mesma data em que se comemora o dia do trabalho em quase todo o planeta.
São José é o modelo ideal do operário. Sustentou sua família durante toda a vida com o trabalho de suas próprias mãos, cumpriu sempre seus deveres para com a comunidade, ensinou ao Filho de Deus a profissão de carpinteiro e, dessa maneira suada e laboriosa, permitiu que as profecias se cumprissem e seu povo fosse salvo, assim como toda a humanidade.
Proclamando São José protetor dos trabalhadores, a Igreja quis demonstrar que está ao lado deles, os mais oprimidos, dando-lhes como patrono o mais exemplar dos seres humanos, aquele que aceitou ser o pai adotivo de Deus feito homem, mesmo sabendo o que poderia acontecer à sua família.
José lutou pelos direitos da vida do ser humano e, agora, coloca-se ombro a ombro na luta pelos direitos humanos dos trabalhadores do mundo, por meio dos membros da Igreja que aumentam as fileiras dos que defendem os operários e seu direito a uma vida digna.
Muito acertada mais esta celebração ao homem “justo” do Evangelho, que tradicional e particularmente também é festejado no dia 19 de março, onde sua história pessoal é relatada.
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São Peregrino Laziosi
1265-1345
Peregrino Laziosi pertencia à família dos nobres.
Nasceu na cidade de Forli, no norte da Itália, no ano 1265. Cresceu em meio a uma população conhecida pelo espírito reacionário e anárquico. Tornou-se um jovem idealista, de caráter intempestivo, recebendo o apelido de “furacão”.
Certa ocasião, ocorreu um incidente grave num dos tumultos populares freqüentes, porque a população se dividia entre os que apoiavam as ordens do papa e os que preferiam seguir as do imperador germânico.
Foi quando a cidade recebeu um interdito do papa Martinho IV, como castigo pelas desordens e atitudes rebeldes. Houve séria reação entre as partes. Para acalmar os ânimos, o papa pediu ao superior geral dos servitas, futuro santo Filipe Benicío, que estava no mosteiro da cidade, para agir em seu nome e apaziguar os fiéis.
Era uma tarefa delicada. Filipe, então, usando o púlpito da igreja, fez um discurso fervoroso solicitando a todos que obedecessem ao sumo pontífice. Foi quando um grupo liderado por Peregrino, então com dezoito anos, o ameaçou de agressão. O jovem foi mais longe, chegando a dar-lhe um tapa no rosto. Filipe aceitou a ofensa. Depois, Peregrino, mobilizando a população com gritos, fez com que fosse expulso da cidade.
Filipe saiu humilhado, mas rezando firmemente pela conversão dos agitadores e principalmente pelo jovem agressor. Deus ouviu sua prece. Peregrino, caindo em si, sentiu arrependimento, vergonha e remorso. Ficou tão angustiado que, dias depois, foi procurar Filipe, para, prostrando-se a seus pés, pedir perdão.
Naquele instante, Peregrino estava convertido realmente. Mais tarde, aos trinta anos, ingressou na Ordem dos Servos de Maria, os servitas, como irmão penitente. A tradição diz que foi o próprio Filipe que entregou o hábito a Peregrino.
Mas o certo foi que ele enviou o arrependido agressor para fazer o noviciado em Sena. Só depois voltou para Forli, onde, no mosteiro, exerceu o apostolado do bem semeando a paz.
Peregrino distinguiu-se pela obediência ao regulamento, pela penitência e mortificação. Durante trinta anos, cumpriu uma penitência imposta a si mesmo: ficava sempre em pé, nunca se sentava. Quando atingiu os sessenta anos de idade, devido a isso, tinha uma ferida cancerosa na perna direita, causada por varizes.
Era tão grave seu estado de saúde, que o médico receitou a amputação da perna, para salvar sua vida. Porém, na véspera da operação, Peregrino acordou, subitamente, no meio da noite e sentiu que devia ir rezar na capela diante de Jesus Crucificado. Assim fez: com muito esforço para caminhar, ajoelhou-se e rezou com fervor pedindo que Cristo lhe concedesse a graça da cura.
Foi envolvido por um êxtase contemplativo tão profundo que viu Jesus descer da cruz e tocar sua ferida. Uma vez refeito da visão, voltou para o leito e adormeceu. Na manhã seguinte, o médico constatou que havia ocorrido um milagre. Peregrino estava sem nenhuma ferida, Jesus o havia curado.
O milagre só fez aumentar a veneração que os habitantes da cidade já lhe dedicavam.
Peregrino morreu no primeiro dia de maio de 1345, vítima de uma febre.
Durante seus funerais, dois milagres ocorreram e foram atribuídos à sua intercessão. Seu culto se estendeu pelo mundo todo rapidamente, pois os fiéis recorrem a ele como padroeiro dos doentes cancerosos.
Em 1726, foi canonizado pelo papa Bento XIII, sendo o dia de sua morte o indicado para celebrar a sua memória, quando também se comemora são José, Operário. Por isso sua festa pode ocorrer nos primeiros dias do mês de Maria.
A relíquia do manto de são Peregrino Laziosi é conservada à veneração dos fiéis brasileiros na igreja de Nossa Senhora das Dores, no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
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