São Floriano é particularmente venerado nas regiões da Baviera e da Áustria, pois é lá que deus sua vida por Cristo. Ele é representado como militar no estilo romano antigo, tendo nas mãos uma lança e uma bandeira desfraldada. Assim sua imagem se encontra nas igrejas de estilo barroco e nas casas particulares. Contido ele é venerado não tanto prela sua condição de soldado, mas como poderoso intercessor contra incêndio.
Floriano viveu no tempo do imperador Diocleciano (300), quando Aquilino era comandante do exército romano, na região do Danúbio, onde existiam numerosas colônias romanas e vários batalhões de soldados para defesa dos confins do império. Floriano pertencia a um desses batalhões.
Muitas vezes julgamos os legionários romanos só mas perspectivas das guerras de conquista ou de defesa, no entanto muitos deles foram altamente beneméritos por terem levado a fé em Cristo às regiões mais remotas do Império Romano. A eles a Igreja deve a propagação da crença cristã em várias colônias romanas, fundadas nos confins do Império. Famosos e numerosos foram os mártires que pertenceram às legiões romanas, como a legião Tebaica proveniente do Egito e que lutou nas Gálias, e a Legião Fulminante. Dessas legiões se recordam os mártires Mauricio, Sebastião Vitor Cândido, Vidal e os quarenta mártires de Sebaste. Todos estes, mortos sob a perseguição do imperador Diocleciano, no início do século IV. A eles se acrescentam Floriano e companheiros.
Diocleciano foi imperador de grande energia, estadista de rara habilidade e inteligência. Infelizmente favoreceu o paganismo levado pela influência de Galério, seu genro e colega, nas armas e no domínio do Império, era fanático inimigo da religião cristã.
Diocleciano desencadeou a mais longa e dura perseguição contra os cristãos, querendo de uma vez varrer todo vestígio de cristianismo. Mas errou redondamente, pois a sua foi a última perseguição que deu lugar à aurora da liberdade religiosa em todo o mundo romano.
Dele emanou um decreto que proibia terminantemente todo culto cristão, exigia a entrega ao fogo de todos os livros sagrados, começando pela Bíblia Sagrada, e iniciou sua perseguição no próprio exército. Os soldados deviam prestar juramente de fidelidade ao imperador e sacrificar aos ídolos, sob pena de morte. Muitos militares recusaram a obedecer à ordem do imperador e foram executados; assim, na Gália, como na Capadócia, no Egito, na África e também na Áustria, ao longo do rio Danúbio, onde Floriano prestava seu serviço militar. Vítima desta perseguição foi o nosso santo que se apresentou ao comandante do Acampamento de Lorch, na Áustria, ciente de que o dever cristão era, naquele momento, incompatível com os compromissos militares.
Floriano colocou todos os 40 soldados do seu batalhão diante desta opção: “Cristo ou Diocleciano”. Todos se decidiram por Cristo e, por isso, foram denunciados ao comandante Aquilino. Destemido, Floriano apresentou-se ao comandante e, sem rodeios, disse: “Desde quando se dirigem as lanças de combate contra os próprios soldados? Não fomos nós valorosos combatentes em muitas batalhas? Não colocamos nós em perigo nossas vidas em defesa do Império? E agora deveremos ser mortos por nossos colegas de luta, só porque nos dizemos cristãos?” Aquilino, fingindo firmeza diante de uma argumentação tão clara, respondeu: “Ordem é ordem!”
Nos processos de condenação usaram todos os recursos de promessas, recriminações, ameaças a fim de vencer as resistências dos militares cristãos. Tudo debalde. Foram condenados a serem precipitados no Rio Ens, com uma pedra amarrada ao pescoço. Assim, um após outro morreram os valorosos heróis de Cristo. O corpo de Floriano foi recolhido por uma piedosa senhora cristã, que o sepultou honrosamente onde mais tarde foi construído o Convento dos Padres Agostinianos que lhe perpetuaram a gloriosa memória.
CONTI, Dom SeRvilio, IMC, O Santo do Dia, Editora Vozes, Petrópolis, RJ, 1984, 2ª edição, págs. 194 e 195.