De acordo com o Martirológico Romano-Monástico, eram cristãos convertidos no século XVI pelos missionários dominicanos que começaram a difundir o Evangelho no Vietnã, e foram martirizados porque eram acusados de estarem introduzindo no país uma religião estranha.
A evangelização do Vietnã teve seu início no século XVI, através dos missionários europeus de diversas ordens e congregações religiosas. Foram quatro séculos de perseguições sangrentas que levaram ao martírio milhares de cristãos massacrados nas montanhas, florestas e em regiões de pouca luminosidade. Enfim, em todos os lugares onde buscaram refúgio.
Foram bispos, sacerdotes e leigos de diversas idades e condições sociais, na maioria pais e mães de família e alguns deles catequistas, seminaristas ou militares.
Neste dia, homenageamos um grupo de cento e dezessete mártires vietnamitas, beatificados no ano jubilar de 1900 pelo papa Leão XIII. A maioria viveu e pregou entre os anos 1830 e 1870. Dentre eles muito se destacou o padre dominicano André Dung-Lac, sendo um exemplo maior destes mártires da Igreja Católica no Vietnã.
Foi ordenado sacerdote em 1823. Durante seu apostolado, foi cura e missionário em diversas partes do país. Também foi salvo da prisão diversas vezes, graças a resgates pagos pelos fiéis, mas nunca concordou com esse patrocínio.
Uma citação sua mostra claramente o que pensava destes resgates: “Aqueles que morrem pela fé sobem ao céu. Ao contrário, nós que nos escondemos continuamente gastamos dinheiro para fugir dos perseguidores. Seria melhor deixar-nos prender e morrer”. Acabou sendo decapitado em 24 de novembro de 1839, em Hanói, Vietnã.
Após um período de calma, que durou cerca de setenta anos, a Igreja conseguiu se reorganizar em numerosas dioceses, que reuniam centenas de milhares de fiéis. Mas os martírios recomeçaram com a chegada do comunismo àquele País.
Em 1955, os chineses e os russos aniquilaram todas as instituições religiosas, dispersando os cristãos, prendendo e matando bispos, sacerdotes e fiéis, de maneira arrasadora. A única fuga possível era através de embarcações precárias, que sucumbiam nas águas que poderiam significar a liberdade, mas que levavam, à morte.
No entanto o evangelho de Cristo permaneceu no coração do povo vietnamita, pois quanto maior a perseguição maior se tornou o fervor cristão, sabendo que o resultado seria um elevadíssimo número de mártires.
O papa João Paulo II, em 1988, inscreveu esses heróis de Cristo no livro dos santos da Igreja, para serem comemorados juntos e como companheiros de santo André Dung-Lac no dia de sua morte.
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