Lúcia nasceu no dia 13 de janeiro de 1672, em Corneto Tarquínia, proximidades de Roma, numa família honrada e abastada. Quando ainda tinha um ano de idade, perdeu a mãe, que faleceu com apenas 27 anos de idade, e alguns anos mais tarde, o pai. Passou a viver com os tios e foi entregue, para ser formada e educada, às Irmãs beneditinas e junto delas a menina descobriu o dom que tinha para ensinar.
Seu amor a Jesus na Eucaristia era tão grande que não passava dia sem que O fosse visitar no tabernáculo.
Muito dedicada aos estudos da Sagrada Escritura, e com a alma cheia de caridade, tomou para si, ainda no início da adolescência a função de ensinar o catecismo às crianças. Tantos eram os pequenos que a procuravam e tão cativante era sua forma de transmitir as verdades de nossa Fé, que logo o padre do local a nomeou oficialmente a catequista paroquial.
Quando Lucia tinha 16 anos, passou pela sua cidade o Cardeal Marcantonio Barbarigo. O Cardeal benevolentemente concedeu-lhe uma audiência: ficou surpreendido com a simplicidade, com o candor, com a sensatez de Lúcia e dela ouviu os votos e as aspirações. Pouco tempo depois, com o consentimento dos tios, chamou-a a Montefiascone, destinando-a ao Mosteiro de Santa Clara, onde com o estudo e a oração ela se preparava para a missão que Deus lhe reservara.
Lúcia contava apenas com vinte anos; está no pleno vigor de suas forças e já preparada para um novo gênero de apostolado, planejado pelo zeloso Purpurado. Foi colocada na liderança de uma missão que o cardeal julgava essencial para corrigir os costumes cristãos de sua diocese: fundar escolas católicas em diversas cidades. Lúcia, em sua humildade, a princípio relutou, achando que a função estava acima de suas possibilidades. Mas o cardeal insistiu e ela iniciou seu trabalho que duraria quarenta anos.
Iluminar as inteligências e elevar os corações era o seu ideal nobre. Com a ajuda do Cardeal Barbarigo, tendo como respaldo a regra da Beata Rosa Venerini e com a colaboração de uma grande dama, ela realizou seu plano apostólico, dando origem ao ministério educacional benéfico e nunca suficientemente louvado.
A missão exigiu imensos esforços, tantos foram os sacrifícios a que teve de se submeter, mas nada a afastou da tarefa recebida. Nas próximas quatro décadas preparou professoras, catequistas, fundou escolas e organizou-as em muitas cidades e dioceses. Quando o Cardeal Barbarigo faleceu, as dificuldades aumentaram. Lúcia uniu-se então a outras professoras e catequistas, juntando todas numa congregação: fundou em 1692 o Instituto das Professoras Pias.
A fama do seu trabalho chegou ao Vaticano e em 1707, o Papa Clemente XI pediu para que Lúcia criasse uma de suas escolas em Roma.
O nome e a santidade da jovem apóstola se expandem por todo o Lácio. O Papa Clemente XI a chama a Roma: Lúcia, acompanhada de algumas Irmãs, parte de Montefiascone para a Cidade Eterna, colocando-se à inteira disposição de Sua Santidade. Também em Roma o Instituto das Mestras Pias se afirma e adquire maior prestígio. E até hoje continua a dar copiosos frutos.
Amor à pobreza
Muito embora estivesse sobrecarregada de obrigações, achava sempre tempo para atender a obras de misericórdia. Seguia exatamente aquilo que o Papa Clemente XI lhe havia dito na primeira audiência: “Onde há um pobre a socorrer, ali está Jesus”.
Prodígios
Um dia, surpreendida por um pavoroso tufão, invoca a ajuda divina e logo após o tempo serena. Outra vez, com o sinal da cruz cura uma mulher a que se devia amputar um braço.
Ela vivia só e inteiramente para Deus, alegre por poder cumprir Sua santíssima Vontade. Todos os dias recebia Jesus na Eucaristia, porque, sem Jesus, aquele dia era considerado perdido para ela.
Lúcia Filippini faleceu aos sessenta anos, no dia 25 de março de 1732, de câncer, mas docemente e feliz pela sua vida entregue à Deus e às crianças, sementes das novas famílias que são a seiva da sociedade. Seu corpo descansa na catedral de Montefiascone, onde começaram as escolas católicas do Instituto das Professoras Pias Filippinas, como são chamadas atualmente.
A festa litúrgica à Santa Lúcia Filippini foi marcada para o dia 26 de março pelo Papa Pio XI, na solenidade de sua canonização, em 22 de junho de 1930. Pio XI exaltou a nobre figura de Santa Lúcia Filippini, e à Itália e ao mundo proclamou sua santidade, associando-a ao apostolado de Rosa de Viterbo e Catarina de Sena.
O Instituto das Mestras Pias Filippini tem por objetivo a educação, a instrução moral e civil da juventude. Hoje, as escolas das professoras pias filippinas, além de atuarem em toda a Itália, estão espalhadas por todo território norte-americano, num trabalho muito frutífero junto à comunidade católica.
Frases
“O amor é uma força que atrai e conquista os corações: a caridade é o efeito do amor que leva à conquista das almas”.
“Deus nos chamou para servi-Lo nos pobres, nos sofredores, nos necessitados, a trabalhar para o advento do Reino de Cristo no mundo; continuemos. Enquanto vivemos, devemos combater, vigiar, sobretudo orar para que o mundo não nos prenda com suas seduções. Em nome do Senhor, sempre para a frente”.
“Jesus morreu por nós, mas nós ainda não morremos por Ele”.
Desejaria ardentemente multiplicar-me para gritar por todos os lados e para dizer a todas as pessoas: Amai, amai muito o Senhor!”
“No mundo há necessidade de compreensão e caridade”.
“Exorto-vos, caras filhas, a conduzir uma vida digna da Vocação, para a qual fostes chamadas; com total humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos reciprocamente e na caridade, solícitas em conservar a unidade de espírito. Aonde fordes, levai o sorriso de Maria”.
Fontes:
Pia Sociedade Filhas de São Paulo Paulinas http://www.paulinas.org.br; www.santiebeati.it/ Antonio Galuzzi
http://www.arquisp.org.br/liturgia/santo-do-dia/santa-lucia-filippini
Valentino Turetta. A mestra Santa. Santa Lúcia Filippini. Imprimatur em 11 de novembro de 1965.