No Evangelho deste domingo, Jesus se nos apresenta como o verdadeiro maná, o verdadeiro que desceu do céu e fala de nossa necessidade de comê-lo.
Padre César Augusto dos Santos SJ – Cidade do Vaticano
A primeira leitura de hoje possui uma frase que, certamente, já foi dita muitas vezes por nós, em situações de extremo cansaço e desânimo: “Basta, não aguento mais!” O Profeta Elias amarga dura perseguição e agora, extremamente cansado por causa das discussões e disputas quer entregar a luta, sair de cena. Tudo isso porque desafiou a rainha Jezabel, que queria destruir o culto e a fé em Deus.
Nessa situação, o Senhor possibilitou a ele a sombra de uma árvore, sob a qual encontrou comida e sob a qual fez uma sesta, descansando e restaurando suas energias. Ao acordar, Deus lhe diz que sua missão não terminou e que possui longa tarefa pela frente. Elias, confiante, seguiu em frente e, conduzido por Deus, chegou ao monte Horeb, o Sinai.
Deus não abandonou seu profeta, mas o alimentou com um alimento misterioso que o fortificou por toda essa caminhada e o fez chegar ao lugar do encontro.
Também nós temos, na vida, uma missão. Contudo as contrariedades do dia a dia, as surpresas negativas e outros dissabores poderão nos tirar a alegria de viver, mas Deus vela por nós e deseja que completemos nossa tarefa de modo integral. Para isso ele nos dá também um alimento misterioso, divino.
Vejamos o Santo Evangelho deste domingo. Nele Jesus se nos apresenta como o verdadeiro maná, o verdadeiro que desceu do céu e fala de nossa necessidade de comê-lo. Não podemos nos antecipar e ver aí, a dimensão eucarística. Neste momento Jesus apenas está se referindo à necessidade de assimilarmos sua pessoa. Em sua globalidade, em aceitá-lo como dom do Pai. Colocar em prática o Evangelho é comer a Palavra vinda do Céu.
A segunda leitura, um trecho da Carta de Paulo aos Efésios, nos fala de afastarmos de nossa vida tudo que for “amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias” e, ao mesmo tempo, de incluirmos nela a compaixão, o perdão recíproco, a imitação de Deus.
Ora, isso só será possível se estivermos alimentados pela Palavra de Deus, assimilada em um encontro com Ele, na oração, na reflexão, na meditação. Aí teremos força para enfrentar todas as contrariedades que a vida nos propor. Alimentados pelo Senhor, sempre transmitiremos segurança, paz, credibilidade e estaremos testemunhando o poder de Deus, que é soberano a qualquer mal.
Fonte: Site Rádio Vaticano