Nesta quinta-feira, 9 de abril, a Igreja católica entra de modo profundo no mistério da morte e ressurreição do Senhor. Este ano, a vivência desse momento será diferente: cada fiel, em casa, com sua família. A adaptação se faz necessária por causa do avanço da pandemia do novo coronavírus que aflige o mundo.
Com as igrejas fechadas por causa do isolamento social, a Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) preparou um roteiro especial de celebração para ser feito em família nesta Quinta-feira Santa, que soleniza a memória da última ceia de Jesus, de sua entrega, de seu amor sem limites, da inauguração da nova aliança no sangue dele derramado na cruz. E também da instituição do sacerdócio ministerial e do Mandamento Novo.
“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim” (Jo 13,1).
Essas palavras do Evangelho, de acordo com a comissão, é um chamado a entrar no espírito da liturgia deste dia, porque Jesus sabia que seria entregue às autoridades que o estavam procurando há muito tempo. E ele não fugiu.
“Resolveu encarar sua missão até o fim, por amor ao Pai e por amor aos seus. Com dois gestos simbólicos, anunciou profeticamente sua morte na cruz: o lava-pés e o pão partido e partilhado juntamente com o vinho, na espera ardente da realização do Reino de Deus”, destaca o trecho do documento da comissão.
É nesta celebração que se expressa que a vida de Jesus é oferecida ao Pai, em benefício dos irmãos: “Isto é meu Corpo, meu Sangue, doado por vós… Tomai, comei… Fazei isto para celebrar a minha memória”.
É na Quinta-feira Santa que os cardeais, bispos, sacerdotes e religiosos renovam suas promessas sacerdotais e que são consagrados os óleos dos Catecúmenos, da Unção dos enfermos e o do Crisma e, nesse mesmo dia, à noite, acontece a liturgia com o rito do lava-pés, onde se recorda a instituição da Santíssima Eucaristia.
De acordo com o decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos do Vaticano, de 25 de março de 2020, o rito do lava-pés, já opcional, deve ser omitido, assim como a procissão no final da Missa da Ceia do Senhor.
Além disso, o decreto orienta que o Santíssimo (Foto ao lado: Diocese de Santo André (SP) Sacramento permaneça no tabernáculo. Neste dia, os padres recebem excepcionalmente a faculdade de celebrar a missa, sem a participação popular, em um local adequado.
Para ajudar neste momento de fé e esperança, a Comissão para Liturgia preparou algumas sugestões para as famílias organizarem bem a celebração de quinta-feira que pode ser feita em casa e ou acompanhada pelas emissoras de rádio e TV ou pelas redes sociais:
Esta celebração poderá ser realizada juntamente com a ceia em família. Desta forma, durante o dia, seja preparado o jantar para a família, bem como os demais elementos para a celebração;
Na mesa, podem ser colocadas uma vela e a Bíblia aberta no Evangelho de João (capítulo 13), além dos pratos, talheres e o que mais for necessário para a refeição (caso a refeição seja feita junto com a celebração);
Os que moram na mesma casa sejam motivados para a celebração. À noite, em torno da mesa, ainda sem o jantar posto, começa a celebração em família. – Desde cedo, poderá ser colocado um jarro com uma toalha em algum lugar de destaque na casa.
A comissão para Liturgia da CNBB ressalta ainda que, para os cristãos, a celebração eucarística é participação na Páscoa de Cristo. Por meio da ação memorial, participamos hoje de sua morte e ressurreição.
“Entregamos com ele nossa vida ao Pai, confiando que um dia o Reino irá se realizar, pondo fim a toda opressão, miséria, egoísmo…, tornando possível uma convivência fraterna. A confiança em Deus não impede, antes exige a nossa participação, o nosso compromisso”, finaliza o documento da comissão.
Já na Sexta-Feira Santa, 10 de abril, é dia fazer memória da paixão e morte de Jesus. No centro desta celebração está a cruz. De acordo com a comissão, nesta liturgia se celebra o mistério do amor de Jesus, o justo, perseguido, injustiçado, executado… que entregou sua vida nas mãos do Pai, confiando em sua justiça e o mistério do amor do Pai que se debruçou sobre o sofrimento do seu Filho e não o abandonou na morte.
“O amor venceu o ódio e a vingança. A vida venceu a morte”, diz o documento.
No Evangelho de João, a cruz de Jesus é apresentada não tanto como instrumento de morte, mas sobretudo como trono e exaltação, sinal de salvação: “Como Moisés levantou a serpente no deserto, assim é necessário que seja levantado o Filho do Homem” (Jo 3,14).
O documento aponta ainda que dentro desta visão, a cruz entra na assembleia como sinal de vitória, como “árvore da vida”. Quando o povo beija e aclama a cruz, aclama e adora o Cristo que deu a sua vida por nós até a morte na cruz, para nos dar a vida. É assim que devemos entender a expressão tradicional “adoração da cruz”.
“Do supremo ato de Jesus na cruz, nasce a Igreja; do seu lado aberto pela lança, brotam os sacramentos pascais: Batismo (água) e Eucaristia (sangue). Ao fazer memória da paixão e morte de Jesus – o Cristo – fazemos memória também de todas as pessoas justas perseguidas, injustiçadas, sofredoras, em todos os povos e culturas. Nelas contemplamos o mistério do amor de Cristo que se faz solidário com todo sofrimento humano, com todo desejo e busca de um mundo sem ódio, sem vingança, sem violência, sem injustiça”, destaca o documento.
A Comissão para Liturgia também preparou algumas sugestões para as famílias prepararem a celebração da Paixão do Senhor.
Prepare um ambiente em sua casa, simples e sóbrio. Apenas uma cruz, uma vela, e a bíblia aberta no Evangelho de João (capítulo 18). Se possível, colocar um pano vermelho.
O Evangelho pode ser lido por mais de uma pessoa, caso a leitura seja feita ao modo de diálogo. É importante que seja preparado com antecedência.
Escolha quem irá fazer o “Dirigente (D)” da celebração: pode ser o pai ou mãe e quem fará as leituras (L). Na letra (T) todos rezam ou cantam juntos. Na leitura da Paixão tem também o Narrador (N).
Às 15h, a família se reúne para celebrar a paixão do Senhor. Se não for possível, celebre em outro horário antes do anoitecer.
No sábado Santo, 11 de abril, a Vigília Pascal é um ponto alto do ano litúrgico. A celebração é a vigília na espera da luz. O círio pascal é símbolo do Cristo Ressuscitado que vence as trevas com a sua luz.
“Saímos da noite, da escuridão, e alcançamos a aurora, o novo dia: “Vigiemos, irmãos caríssimos! […] Esta noite santa inaugura a solenidade da Páscoa! […] Nossa fé nos dá esta esperança que, com a Igreja inteira, sobre toda a face da terra, nós não seremos mais surpreendidos pela noite, quando o Senhor voltar! […] Pois, para nós cristãos, viver não é outra coisa que vigiar. E vigiar é abrir-se à vida” (Santo Agostinho), destaca o trecho do documento.
É importante destacar que a celebração do Sábado Santo é dividida em quatro momentos: Bênção do Fogo Novo; Liturgia da Palavra; Liturgia Batismal; Liturgia Eucarística. Esta cerimônia tem início fora da igreja que fica com as luzes apagadas até que o Círio Pascal aceso no Fogo Novo entre no templo como um grande freixo de luz que traz a luz da vida e, na luz do Cristo Ressuscitado, toda a Igreja é iluminada pela sua presença. A bênção do Fogo Novo que acende o Círio Pascal é sinal e presença do Ressuscitado na vida da comunidade.
O documento lembra ainda que “a Vigília Pascal é festa batismal; é momento de incorporação de novos membros no Corpo de Cristo e renovação das promessas batismais de quem já foi batizado”.
Como este ano a celebração será em suas casas, a comissão também preparou sugestões que vão fazer este momento de fé do Sábado Santo em família ser único e fortalecedor:
Esta celebração deve ser celebrada na noite do sábado;
Escolha em sua casa um local adequado para celebrar e rezar juntos.
Prepare sua Bíblia com o texto a ser proclamado, um crucifixo, uma imagem ou ícone de Nossa Senhora.
Providencie, se possível, velas para todos da família. Também uma vela maior, enfeitada com flores, para ser colocada no centro da mesa e uma vasilha com água.
Escolha quem irá fazer o “Dirigente (D)” da celebração: pode ser o pai ou mãe e quem fará as leituras (L). Na letra (T) todos rezam ou cantam juntos.
Convidar a todos os membros da família a se arrumarem para uma festa, como quem acolhe em casa o convidado mais importante da vida.
A celebração pode terminar com um jantar festivo;
Podem ser baixados os documentos aqui:
Celebrar em Família 5 Feira Santa
Celebrar em Família 6 Feira Santa
Celebrar em Família Sábado Santo
Imagem em Destaque: pixabay
CONFERÊNCIA NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL
Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB
TRÍDUO PASCAL
ROTEIRO PARA CELEBRAR EM FAMÍLIA
A QUINTA-FEIRA SANTA – 9 DE ABRIL DE 2020
O que celebramos?
A Quinta-feira Santa é memória da última ceia de Jesus, de sua entrega, de
seu amor sem limites, da inauguração da nova aliança no sangue dele
derramado na cruz. E também da instituição do sacerdócio ministerial e do
Mandamento Novo.
“Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar
deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amouos até o fim” (Jo 13,1).
Estas palavras do Evangelho nos fazem entrar no
espírito da liturgia deste dia. Jesus sabia que seria entregue às autoridades
que o estavam procurando há muito tempo. E ele não fugiu. Resolveu encarar
sua missão até o fim, por amor ao Pai e por amor aos seus. Com dois gestos
simbólicos, anunciou profeticamente sua morte na cruz: o lava-pés e o pão
partido e partilhado juntamente com o vinho, na espera ardente da realização
do Reino de Deus.
Na ação de graças que acompanha a partilha, expressamos que a vida dele é
oferecida ao Pai, em benefício dos irmãos: “Isto é meu Corpo, meu Sangue,
doado por vós… Tomai, comei… Fazei isto para celebrar a minha memória”. A
Eucaristia é o “memorial” da entrega do Senhor, de sua morte-ressurreição. E
a complementação da festa da Páscoa judaica que faz memória da libertação
da escravidão do Egito, como nos lembra a primeira leitura desta celebração.
O que é um “memorial”? É a recordação da intervenção de Deus num
determinado momento histórico, atualizando-a na ação ritual, para permitir
nossa participação no fato celebrado. A Páscoa, por exemplo: em cada festa
pascal, os judeus recordam a libertação da escravidão do Egito; participam
deste acontecimento libertador pela ação ritual da ceia pascal, hoje, no
momento histórico presente; por esta celebração, Deus lhes dá forças para
enfrentar novas situações de opressão; revivem sua esperança na libertação
total no futuro, na “nova Jerusalém”.
Para nós, cristãos, a celebração eucarística é participação na Páscoa de
Cristo. Por meio da ação memorial, participamos hoje de sua morte e
ressurreição. Entregamos com ele nossa vida ao Pai, confiando que um dia o
Reino irá se realizar, pondo fim a toda opressão, miséria, egoísmo…,
tornando possível uma convivência fraterna. A confiança em Deus não
impede, antes exige, a nossa participação, o nosso compromisso.
Sugestões:
– Esta celebração poderá ser realizada juntamente com a ceia em família.
Desta forma, durante o dia, seja preparado o jantar para a família, bem como
os demais elementos para a celebração;
– Na mesa, podem ser colocadas uma vela e a Bíblia aberta no Evangelho de
João (capítulo 13), além dos pratos, talheres e o que mais for necessário para
a refeição (caso a refeição seja feita junto com a celebração);
– Os que moram na mesma casa sejam motivados para a celebração. À noite,
em torno da mesa, ainda sem o jantar posto, começa a celebração em família.
– Desde cedo, poderá ser colocado um jarro com uma toalha em algum lugar
de destaque na casa.
Celebração da Ceia do Senhor
O SENHOR NOS REÚNE
Refrão Meditativo:
T.: Onde reina o amor, fraterno amor,
onde reina o amor, Deus aí está.
Ou:
Quanto a nós, devemos gloriar-nos na Cruz,
de nosso Senhor, Jesus Cristo,
que é nossa salvação, nossa vida,
nossa esperança de ressurreição.
E pelo qual, fomos salvos e libertos.
D.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.
T.: Amém.
D.: A graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor do Pai, e a comunhão
do Espírito, estejam convosco.
T.: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.
D.: Com esta celebração em memória da última ceia de Jesus, iniciamos
a grande festa anual da Páscoa, o Tríduo Pascal. Vivendo seus últimos
momentos, Jesus lava os pés dos seus discípulos, nos ensinando que
somente no amor, que se traduz em serviço e entrega total da vida,
podemos compreender o sentido pleno de sua morte e ressurreição.
(Breve silêncio, todos se sentam)
D.: Vamos recordar pessoas e realidades com as quais queremos estar
em comunhão nesta Páscoa.
Neste momento, os presentes podem dizer suas recordações.
D.: Oremos ao Senhor. (Todos se levantam. Breve momento de silêncio)
D.: Ó Deus de ternura e compaixão, estamos reunidos em família, em
torno desta mesa, para lembrar a santa ceia que Jesus nos deixou como
sinal do seu amor. Dá-nos, pelo mistério de sua entrega por vós,
vivermos em fraterna alegria e solidariedade no serviço do teu Reino.
Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
A VOSSA PALAVRA É A LUZ DOS NOSSOS PASSOS
Canto:
T.: Eu vos dou um novo mandamento:
que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei,
disse o Senhor.
Que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei,
disse o Senhor.
D.: Do Evangelho de São João (Jo 13, 1-15)
1 Era antes da festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua
hora de passar deste mundo para o Pai; tendo amado os seus que
estavam no mundo, amou-os até o fim. 2 Estavam tomando a ceia. O
diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o
propósito de entregar Jesus. 3 Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado
tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava,
4 levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na
cintura. 5 Derramou água numa bacia e começou a lavar os pés dos
discípulos, enxugando-os com a toalha com que estava cingido.
6 Chegou a vez de Simão Pedro. Pedro disse: “Senhor, tu me lavas os
pés?” 7 Respondeu Jesus: “Agora, não entendes o que estou fazendo;
mais tarde compreenderás”. 8 Disse-lhe Pedro: “Tu nunca me lavarás os
pés!” Mas Jesus respondeu: “Se eu não te lavar, não terás parte
comigo”. 9 Simão Pedro disse: “Senhor, então lava não somente os meus
pés, mas também as mãos e a cabeça”. 10 Jesus respondeu: “Quem já se
banhou não precisa lavar senão os pés, porque já está todo limpo.
Também vós estais limpos, mas não todos”. 11 Jesus sabia quem o ia
entregar; por isso disse: “Nem todos estais limpos”. 12 Depois de ter
lavado os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto e sentou-se de novo.
E disse aos discípulos: “Compreendeis o que acabo de fazer? 13 Vós me
chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. 14 Portanto, se eu,
o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns
dos outros. 15 Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu
fiz”. Palavra da Salvação.
T.: Glória a vós, Senhor.
Algumas pistas que podem ajudar na reflexão:
Os evangelhos gostam de relatar Jesus participando de refeições.
A expressão “última ceia faz” supor outras tantas das quais Jesus
participou e guardam com elas uma conexão importante: à mesa Jesus
ensinou coisas importantes do Reino, acolheu uma mulher pecadora,
foi ungido por Maria, declarou diante da conversão de Zaqueu que a
salvação havia entrado em sua casa. Depois da sua ressurreição os
discípulos disseram que Jesus se manifestou a eles que com Ele
comeram e beberam juntos. A última ceia de Jesus tem também ligação
com a vinda futura do reino de Deus. Sentar à mesa é sinal do céu,
onde Deus como um pai-mãe de família vai reunir os seus filhos e
filhas, como numa refeição.
Na ceia do evangelista João, não comparecem os sinais do pão e
do vinho, nem os gestos de tomar, dar graças, partir e distribuir. João
orienta o nosso olhar para um rito doméstico: lavar os pés dos
convidados. O gesto era reservado aos escravos pagãos, mas Jesus
decide ocupar, profeticamente, esse lugar. Ele lava os pés dos
discípulos como seu servo e os orienta a fazer o mesmo, uns com os
outros. Isto é, inclinar-se como servo diante do irmão a ser servido.
Pedro faz objeção. Ele tem o coração preso numa ideia falsa de
Messias que não suporta ver Jesus no lugar da cruz, ou do escravo que
lava o pé. Ele tem mania de grandeza, assim como todos os outros
discípulos, e projeta em Jesus sua expectativa: “Nunca me lavarás os
pés”. No fundo ele quer ser servido, sem ter de servir… Por isso, ao ver
aquele que é seu mestre e senhor, a quem segue como seu modelo,
lavando os pés, faz completa objeção. É como se dissesse: “não faça
isso, pois não quero te ver nesse lugar – não quero ter de seguir-te por
esse caminho”. Receber o serviço de alguém, igualmente o compromete
a servir não apenas na reciprocidade. Jesus o serve na gratuidade e isso
é demais!
“Você não terá parte comigo, se eu não te lavar os pés!” Jesus
deixa claro o objetivo do seu gesto: participar com ele daquilo que
exprime o cerne da sua própria vida: o amor serviçal. Entra em
comunhão com Jesus não apenas quem come do pão e do vinho, ou se
coloca à mesa com o Mestre, mas quem se põe a serviço dos outros.
Para encerrar o momento da partilha da Palavra, todos cantam:
T.: Onde o amor e a caridade, Deus aí está!
A DEUS SE ELEVA A NOSSA PRECE
D.: Recebemos de nosso Senhor e Mestre um mandamento muito
exigente. Conhecendo nossa fraqueza, elevemos ao Pai nossos pedidos:
T.: Deus de amor, escutai nosso clamor!
(Cada um dos presentes, alternadamente, pode fazer a leitura de uma
das preces abaixo):
1. Pelas comunidades cristãs, para que realizem sempre melhor sua
vocação batismal a serviço de toda a humanidade na busca da verdade
e em gestos concretos de amor, rezemos ao Senhor.
T.: Deus de amor, escutai nosso clamor!
2. Pelos ministros da Igreja, para que desempenhem seu serviço da
palavra, dos sacramentos e da comunhão eclesial com os sentimentos
de Jesus, rezemos ao Senhor.
T.: Deus de amor, escutai nosso clamor!
3. Por todos nós que celebramos esta páscoa, para que possamos
encontrar a dimensão familiar da eucaristia, a alegria de pertencer a
uma comunidade e sermos, juntos, abertos a todos os outros, rezemos
ao Senhor.
T.: Deus de amor, escutai nosso clamor!
4. Por todos os pobres, que sofrem com a falta do pão e do amor. Que
eles encontrem em nós, seus irmãos e irmãs, o cuidado que Jesus nos
ensinou. Rezemos ao Senhor.
T.: Deus de amor, escutai nosso clamor!
5. (Preces espontâneas)
D.: Senhor, ajudai-nos a compreender e a fazer, uns para com os
outros, aquilo que fez por nós o Cristo vosso Filho e nosso Senhor.
T.: Amém.
BÊNÇÃO DA MESA E REFEIÇÃO FRATERNA
(Esta bênção é realizada se a refeição for realizada junto com a celebração. Se
não houver refeição, reza-se o Pai Nosso e termina com a invocação da bênção
final)
Benção da Mesa:
Todos ajudam a preparar a mesa. Uns estendem a toalha, outros trazem os
pratos e talheres, a Bíblia e a vela, outros preparam os alimentos para serem
servidos. Enquanto isso é feito, todos cantam:
Onde o amor e a caridade, Deus aí está!
1. Congregou-nos num só corpo,
Exultemos, pois, e nele jubilemos.
Ao Deus vivo nós temamos, mas
amemos.
E, sinceros, uns aos outros, nos
queiramos.
2. Todos juntos, num só corpo,
congregados:
pela mente não sejamos
separados!
Cessem lutas, cessem rixas,
dissensões,
mas esteja em nosso meio Cristo
Deus!
3. Junto um dia, com os eleitos,
nós vejamos
tua face gloriosa, Cristo Deus:
gáudio puro, que é imenso e que
ainda vem,
pelos séculos dos séculos. Amém.
Posta a mesa, todos se colocam em volta para agradecer a Deus. Quem dirige
pronuncia a oração:
D.: Bendigamos ao Senhor por seus dons.
T.: Demos graças ao Senhor em todo tempo!
D.: O seu louvor esteja sempre em nossa boca.
T.: Demos graças ao Senhor em todo tempo!
D.: Ó Deus de infinita bondade, que tornais cada vez mais firme a união
dos vossos filhos ao partir do pão; abençoai a nós e a estes dons;
concedei que, ao sentar-nos com alegria a esta mesa comum, saibamos
sempre alimentar a vida fraterna. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
D.: Com a oração do nosso irmão Jesus, o Filho amado, conduzidos
pelo Espírito, rezamos juntos:
T.: Pai nosso…
Refeição fraterna:
Todos tomam a refeição com “simplicidade e alegria de coração” (cf. At 2,46).
Após a refeição:
Terminada a refeição, reza-se:
D.: Bendito seja o nome do Senhor.
T.: Agora e por toda a eternidade!
D.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.
T.: Agora e por toda a eternidade!
D.: Senhor, olhai para a vossa família e conservai em vosso amor todos
os que concedeis sentar-se em torno desta mesa; tornai-nos solícitos
para com os nossos irmãos, para que possamos um dia participar do
banquete celestial em vosso reino. Por Cristo, nosso Senhor.
T.: Amém.
INVOQUEMOS A BÊNÇÃO DO NOSSO DEUS
D. Que Deus todo misericordioso nos abençoe e nos guarde, agora e
para sempre.
T.: Amém.
Sugestão de Cantos:
A)
1)Jesus erguendo-se da ceia,
jarro e bacia tomou
lavou os pés dos discípulos
Este exemplo nos deixou.
Aos pés de Pedro inclinou-se
“Ó Mestre, não por quem és?”.
Não terás parte comigo
se não lavar os teus pés.
2) “És o Senhor, tu és o Mestre.
Os meus pés não lavarás!”
O que ora faço não sabes,
mas depois compreenderás.
Se eu vosso Mestre e Senhor,
vossos pés hoje lavei,
lavai os pés uns dos outros,
eis a lição que vos dei.
3) Eis como irão reconhecer-vos
como discípulos meus,
se vos ameis uns aos outros;
disse Jesus para os seus.
Dou-vos novo mandamento,
deixo ao partir nova lei:
Que vos ameis uns aos outros,
assim como eu vos amei.
B)
Nós nos gloriamos
Na cruz de Nosso Senhor
Que hoje resplandece
Com o novo mandamento do amor.
1) Na ceia da Nova Aliança
Jesus na tarde Santa
Ao Pai se entregou
Na ceia que hoje acontece
O povo oferece
A Deus o seu louvor
2) Comer e beber pão e vinho
Sinais de carinho
Anúncio do amor!
Na luta de cada jornada
A cruz é pesada
Salvai-nos, Senhor
3) Viver, partilhar cada dia
A dor a alegria
Nos faz celebrar:
A Páscoa de Cristo, de novo
Na vida do povo
Pra ressuscitar
4) O povo, carrega tua cruz
No escuro e na luz
Marchando assim vai
A cruz plenifica a vida
Resposta sofrida
Vontade do Pai