Dia 23 de setembro de 2017 – Sábado da 24ª semana do Tempo Comum
No Brasil, Ano Mariano, instituído pela CNBB em comemoração do 300º aniversário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba, em São Paulo – “Bem-aventurada é aquela que acreditou” (Lc 1,45)!
Evangelho segundo S. Lucas 8,4-15:
Naquele tempo, reuniu-se uma grande multidão, que vinha ter com Jesus de todas as cidades, e Ele falou-lhes por meio da seguinte parábola:
«O semeador saiu para semear a sua semente. Quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho: foi calcada e as aves do céu comeram-na.
Outra parte caiu em terreno pedregoso: depois de ter nascido, secou por falta de humidade.
Outra parte caiu entre espinhos: os espinhos cresceram com ela e sufocaram-na.
Outra parte caiu em boa terra: nasceu e deu fruto cem por um». Dito isto, exclamou: «Quem tem ouvidos para ouvir, ouça».
Os discípulos perguntaram a Jesus o que significava aquela parábola
e Ele respondeu: «A vós foi concedido conhecer os mistérios do reino de Deus, mas aos outros serão apresentados só em parábolas, para que, ao olharem, não vejam, e, ao ouvirem, não entendam.
É este o sentido da parábola: A semente é a palavra de Deus.
Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouvem, mas depois vem o diabo tirar-lhes a palavra do coração, para que não acreditem e se salvem.
Os que estão em terreno pedregoso são aqueles que, ao ouvirem, acolhem a palavra com alegria, mas, como não têm raiz, acreditam por algum tempo e afastam-se quando chega a provação.
A semente que caiu entre espinhos são aqueles que ouviram, mas, sob o peso dos cuidados, da riqueza e dos prazeres da vida, sentem-se sufocados e não chegam a amadurecer.
A semente que caiu em boa terra são aqueles que ouviram a palavra com um coração nobre e generoso, a conservam e dão fruto pela sua perseverança».
Comentário do dia
São João Crisóstomo (c. 345-407), presbítero de Antioquia, bispo de Constantinopla, doutor da Igreja
Sermão n° 44 sobre S. Mateus; PG 57, 467
«Quem tem ouvidos para ouvir, ouça»
Se a semente seca, não é devido ao calor. Jesus não disse que a semente secou por causa do calor, mas sim por não ter raiz. Se a Palavra é asfixiada, não será por causa dos espinhos, mas de quem os deixou crescer em liberdade. Ora, se quiseres, podes impedir que eles cresçam, fazendo bom uso das riquezas. É por isso que o Salvador não fala do mundo, mas dos cuidados do mundo, não fala das riquezas, mas dos cuidados com as riquezas. Por conseguinte, não acusemos as coisas em si mesmas, mas a corrupção da nossa consciência. […]
Não é o agricultor, como vês, não é a semente, mas a terra onde ela é recebida que explica tudo, ou seja, as disposições do nosso coração. Também aí a bondade de Deus para com o homem é imensa, dado que, longe de exigir a todos a mesma medida de virtude, acolhe os primeiros, não repudia os segundos e dá lugar aos terceiros. […]
É necessário, pois, começar por ouvir atentamente a Palavra, depois guardá-la fielmente na memória, em seguida encher-se de coragem, desprezar as riquezas e libertar-se do amor aos bens do mundo. Se Jesus coloca em primeiro lugar a atenção à Palavra, se a coloca antes de todas as outras condições, é porque ela é a condição fundamental. «E como acreditarão naquele de quem não ouviram falar?» (Rm, 10,14). Também nós, se não dermos atenção ao que nos é dito, ficaremos sem conhecer os deveres que temos de cumprir. Só depois vem a coragem e o desprezo pelos bens deste mundo. Para pôr a render estas lições, fortifiquemo-nos de todas as maneiras: estejamos atentos à Palavra, façamos crescer profundamente as nossas raízes e libertemo-nos das preocupações do mundo.
Neste mês de setembro, com o Papa e toda a Igreja, rezemos na seguinte intenção:
Pela Evangelização: Pelas nossas paróquias, para que, animadas pelo espírito missionário, sejam lugares de comunicação da fé e testemunho de caridade.