5ª-feira da 2ª Semana da Páscoa
15 de Abril de 2021
Cor: Branco
Evangelho – Jo 3,31-36
O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 3,31-36:
31 – ‘Aquele que vem do alto
está acima de todos.
O que é da terra,
pertence à terra e fala das coisas da terra.
Aquele que vem do céu
está acima de todos.
32 Dá testemunho daquilo que viu e ouviu,
mas ninguém aceita o seu testemunho.
33 Quem aceita o seu testemunho
atesta que Deus é verdadeiro.
34 De fato, aquele que Deus enviou
fala as palavras de Deus,
porque Deus lhe dá o espírito sem medida.
35 O Pai ama o Filho
e entregou tudo em sua mão.
36 Aquele que acredita no Filho
possui a vida eterna.
Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida,
pois a ira de Deus permanece sobre ele’.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208)
bispo, teólogo, mártir
Contra as heresias, IV, 37
«Quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida»
Deus fez o homem livre […] para que ele pudesse responder aos seus apelos voluntariamente e sem constrangimentos. De fato, em Deus não há violência, mas Ele convida-nos constantemente ao bem. Ele deu ao homem o poder de escolher, como havia feito com os anjos. […] E não é só no âmbito da sua atividade, mas também no campo da fé que o Senhor salvaguarda a liberdade […] do homem. Com efeito, Ele diz: «Faça-se segundo a tua fé» (Mt 9,29), mostrando assim que a fé é característica do homem, porque depende da sua decisão pessoal. Diz ainda: «Tudo é possível a quem crê» (Mc 9,23) e, noutra passagem, «Vai, que tudo se faça segundo a tua fé» (Mt 8,13).
Todos estes textos mostram que o homem orienta o seu próprio destino conforme escolhe acreditar ou não. Por isso, «quem acredita no Filho tem a vida eterna. Quem se recusa a acreditar no Filho não verá a vida» […]. Dir-se-á então que teria sido melhor Deus não ter criado os anjos com a possibilidade de desobedecerem à sua Lei. Também não devia ter criado os homens, que tão depressa se tornariam ingratos para com Ele: na verdade, esse era o risco associado à sua natureza racional, capaz de examinar e julgar; devia tê-los feito semelhantes aos seres desprovidos de razão e de princípio de vida própria. […] Mas, nesse caso, o bem não teria nenhuma atração para os homens, a comunhão com Deus nenhum valor a seus olhos.
O bem não despertaria neles o menor desejo, uma vez que seria adquirido sem terem de o procurar […]; o bem seria inato neles. […] Se o homem fosse bom por natureza e não por vontade […], não compreenderia que o bem é apetecível, não poderia apreciá-lo. Que gozo do bem teriam aqueles que o desconhecessem? Que glória, aqueles que não tivessem feito qualquer esforço para o alcançar? Que coroa, aqueles que não tivessem lutado para o obter? […] Pelo contrário, quanto mais a nossa recompensa resultar de um combate, mais valor terá; quanto maior for o seu preço, mais a desejaremos.
Com o Papa e toda a Igreja, neste mês, rezemos pela Intenção universal:
Os direitos fundamentais
Rezemos por aqueles que arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes autoritários e também nas democracias em crise.