Leituras Bíblicas deste Domingo
Dia 06 de dezembro de 2009
2º Domingo do Advento – C (semana II do saltério)
Hoje a Igreja celebra: S. Nicolau, bispo, +342 – Leia sua vida clicando:http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=6&Mes=12
Embaixo, veja o comentário ao Evangelho: "Preparai o caminho do Senhor" – escrito por São Cirilo de Alexandria (380-444),bispo e Doutor da Igreja
Livro de Baruc 5,1-9:
Jerusalém, tira as vestes de luto e de aflição; reveste-te para sempre dos adornos da glória que te vem de Deus. Cobre-te com o manto da justiça que vem de Deus, e põe sobre a tua cabeça o diadema da glória do Eterno, porque Deus vai mostrar o teu esplendor a todos os que vivem debaixo do céu.
Eis o nome que Deus te dará para sempre: «Paz da Justiça e Glória da Piedade!» Levanta-te, ó Jerusalém, põe-te no alto e olha para o Oriente! Contempla os teus filhos reunidos desde o nascente ao poente pela voz do Santo, invocando alegremente a Deus. Quando partiram iam a pé, levados pelo inimigo. Deus, porém, fá-los voltar para ti, em triunfo, como em cortejo real.
Deus mandou rebaixar todos os altos montes e colinas elevadas, e encher os vales até aplanar a terra, a fim de que Israel caminhe com segurança, guiado pela glória de Deus.
Os bosques e todas as árvores aromáticas darão sombra a Israel, por ordem do Senhor. Na verdade, o próprio Deus conduzirá Israel, com júbilo, à luz da sua majestade, com a justiça e a misericórdia que dele procedem.
Livro de Salmos 126(125),1-2.3.147(146),4-5.126,6:
Quando o SENHOR mudou o destino de Sião, parecia-nos viver um sonho.
Nossa boca encheu-se de sorrisos e a nossa língua de canções. Dizia-se, então, entre os pagãos: «O SENHOR fez por eles grandes coisas!»
Sim, o SENHOR fez por nós grandes coisas; por isso, exultamos de alegria.
Ele fixa o número das estrelas e chama a cada uma pelo seu nome.
Grande e poderoso é o nosso Deus; a sua sabedoria não tem limites.
Na ida vão a chorar, carregando e lançando as sementes; no regresso cantam de alegria, transportando os feixes de espigas.
Carta aos Filipenses 1,4-6.8-11:
Peço sempre, em toda a minha oração por todos vós. É uma oração que faço com alegria, por causa da vossa participação no anúncio do Evangelho, desde o primeiro dia até agora. E é exactamente nisto que ponho a minha confiança: aquele que em vós deu início a uma boa obra há-de levá-la ao fim, até ao dia de Cristo Jesus.
Pois Deus é minha testemunha de quanto anseio por todos vós, com a afeição de Cristo Jesus.
E é por isto que eu rezo: para que o vosso amor aumente ainda mais e mais em sabedoria e toda a espécie de discernimento, para vos poderdes decidir pelo que mais convém, e assim sejais puros e irrepreensíveis para o dia de Cristo, repletos do fruto da justiça, daquele que vem por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Evangelho segundo S. Lucas 3,1-6.
No décimo quinto ano do reinado do imperador Tibério, quando Pôncio Pilatos era governador da Judeia, Herodes, tetrarca da Galileia, seu irmão Filipe, tetrarca da Itureia e da Traconítide, e Lisânias, tetrarca de Abilena, sob o pontificado de Anás e Caifás, a palavra de Deus foi dirigida a João, filho de Zacarias, no deserto. Começou a percorrer toda a região do Jordão, pregando um baptismo de penitência para remissão dos pecados, como está escrito no livro dos oráculos do profeta Isaías: «Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor e endireitai as suas veredas.
Todo o vale será preenchido, todo o monte e colina serão abatidos; os caminhos tortuosos ficarão direitos e os escabrosos tornar-se-ão planos. E toda a criatura verá a salvação de Deus.’»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja
Sobre Isaías, III, 3 (a partir da trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, t. 6, p. 99)
«Preparai o caminho do Senhor»
«O deserto e a terra árida alegrar-se-ão, a terra desolada exultará e florescerá» (Is 35,1). Aquela a quem a Escritura inspirada chama em geral desértica e estéril é a Igreja vinda dos pagãos. Ela já existia entre os povos, mas não tinha recebido do céu o seu Esposo místico, quer dizer, o Cristo. […] Mas Cristo veio a ela: foi cativado pela sua fé, enriqueceu-a com o rio divino que jorra dele, e jorra porque Ele é «fonte de vida, torrente de delícias» (Sl 35,10.9). […] Assim que Ele se tornou presente, a Igreja deixou de ser estéril e deserta; ela encontrou o seu Esposo, trouxe ao mundo inumeráveis filhos, cobriu-se de flores místicas. […]
Isaías continua: «O deserto será atravessado por um caminho puro, que se chamará Caminho Sagrado» (Is 35,8). O caminho puro é a força do Evangelho, penetrando a vida, ou, dizendo de outro modo, é a purificação do Espírito. Porque o Espírito retira a mancha imprimida na alma humana, liberta-a dos pecados e destrói qualquer nódoa. Este caminho é, pois, justamente chamado santo e puro; ele é inacessível a quem não está purificado. Com efeito, ninguém pode viver segundo o Evangelho se não foi primeiro purificado pelo santo batismo; portanto, ninguém o pode sem a fé. […]
Só os que foram libertados da tirania do demónio poderão ter a vida gloriosa que o profeta ilustra com estas imagens: «Aí não haverá leões, nem animal feroz por aí passará» (Is 35,9), por esse caminho puro. Anteriormente, com efeito, como um animal feroz, o diabo, esse inventor do pecado, atacava, com os espíritos maus, os habitantes da terra. Mas foi reduzido por Cristo ao puro nada, afastado para longe do rebanho dos que crêem, despojado do domínio que exercia sobre eles. É por isso que, resgatados por Cristo e reunidos na fé, eles caminharão num só coração por este caminho puro (v. 9). Abandonando os seus antigos caminhos, «chegarão a Sião», quer dizer, à Igreja, «com uma alegria que não terá fim» (v. 10) nem na terra, nem nos céus, e darão glória a Deus, seu Salvador.