Dia 01 de março de 2016 – Terça-feira da 3ª semana da Quaresma
Ano Santo Extraordinário da Misericórdia – Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36)!
Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35:
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?».
Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida.
Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’.
Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’.
Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia.
Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido.
Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te, porque me pediste.
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».
Comentário do dia
São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo
Sermão Morin 35
Perdoar ao irmão de todo o coração
Sabeis o que dizemos a Deus na oração antes da comunhão: «Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.» Preparai-vos interiormente para perdoar, porque reencontrareis estas palavras na oração. E como as direis? Talvez não as digais. Pois esta é verdadeiramente a questão: direis estas palavras ou não? Tu detestas o teu irmão e dizes: «Perdoai-nos como nós perdoamos»? […] Não, evito proferir essas palavras, responder-me-ás. Mas então, o que é que rezas? Prestai muita atenção, meus irmãos, pois ides rezar dentro de momentos; perdoai de todo o vosso coração!
Olhai para Cristo pregado na cruz e ouvi-O rezar: «Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem» (Lc 23,34). Dirás, sem dúvida: Ele foi capaz de o fazer, mas eu não sou; porque eu sou um homem e Ele é Deus. Quer dizer que não és capaz de imitar a Cristo? Mas então, porque foi que o apóstolo Pedro nos escreveu: «Cristo sofreu por vós e deu-vos o exemplo, para que sigais os seus passos» (1Pd 2,21)? Porque foi que o apóstolo Paulo nos escreveu: «Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados» (Ef 5,1)? Porque foi que o próprio Senhor disse: «Aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29)? Nós usamos rodeios e procuramos desculpas, quando classificamos como impossível aquilo que não queremos fazer. […] Meus irmãos, não acusemos Cristo de nos ter dado mandamentos difíceis, impossíveis de realizar. Mas, com toda a humildade, digamos com o salmista: «Tu és justo, Senhor, e os teus mandamentos são justos» (Sl 119,137).
Com o Papa e toda a Igreja, neste mês de março, vamos rezar nas seguintes intenções:
Universal: Famílias em dificuldade
Para que as famílias em dificuldade recebam os apoios necessários e as crianças possam crescer em ambientes saudáveis e serenos.
Pela Evangelização: Cristãos perseguidos
Para que os cristãos discriminados ou perseguidos por causa da sua fé permaneçam fortes e fiéis ao Evangelho, graças à oração incessante de toda a Igreja.