Dia 17 de agosto de 2017 – Quinta-feira da 19ª semana do Tempo Comum
No Brasil, Ano Mariano, instituído pela CNBB em comemoração do 300º aniversário do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba, em São Paulo – “Bem-aventurada é aquela que acreditou” (Lc 1,45)!
Evangelho segundo S. Mateus 18,21-35.19,1:
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?».
Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.
Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos.
Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos.
Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida.
Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’.
Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida.
Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’.
Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia.
Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido.
Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque mo pediste.
Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’.
E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia.
Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».
Quando Jesus acabou de dizer estas palavras, partiu da Galileia e foi para o território da Judeia, além do Jordão.
Comentário do dia
São Cipriano (c. 200-258), bispo de Cartago e mártir
A oração do Senhor, 23-24
«Perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido»
O Senhor obriga-nos a perdoar, também nós, as dívidas aos nossos devedores, tal como Lhe pedimos que nos perdoe as nossas (Mt 6,12). Devemos saber que não podemos obter o que pedimos em relação aos nossos pecados, se não fizermos o mesmo àqueles que pecaram para connosco. Por isso, Cristo diz algures: «É a medida com que servirdes que servirá de medida para vós» (Mt 7,2). E o servo que, depois de ter sido perdoado de toda a sua dívida, não quis, por sua vez, perdoar a do seu companheiro foi lançado na prisão. Porque não quis usar de clemência para com o seu companheiro, perdeu o que o seu senhor lhe oferecera. Cristo estabelece-o ainda com mais força nos seus preceitos, quando decreta: «Quando vos puserdes de pé em oração, se tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe, para que o Pai que está nos céus vos perdoe as vossas faltas. Mas se não perdoardes, o vosso Pai que está nos céus também não vos perdoará as vossas faltas» (Mc 11,25-26). […]
Quando Abel e Caim, os primeiros, ofereceram sacrifícios, não eram as suas oferendas que Deus olhava, mas o seu coração (Gn 4,3s): aquele cuja oferenda Lhe agradou foi aquele cujo coração Lhe agradou. Abel, pacífico e justo, oferecendo o sacrifício a Deus na inocência, ensinava os outros a virem, tementes a Deus, oferecer o seu presente no altar com um coração simples, com sentido de justiça, concórdia e paz. Oferecendo com tais disposições o sacrifício a Deus, mereceu tornar-se ele próprio uma oferenda preciosa e dar o primeiro testemunho do martírio. Pela glória do seu sangue, prefigurou a Paixão do Senhor, porque possuía a justiça e a paz do Senhor. São homens assim que são coroados pelo Senhor, e que, no dia do juízo, obterão justiça com Ele.
Neste mês de agosto, com o Papa e toda a Igreja, rezemos na seguinte intenção:
Universal: Pelos artistas do nosso tempo, para que, através das obras do seu engenho, ajudem todas as pessoas a descobrir a beleza da criação.