Gentis irmãos e irmãs do Núcleo Ecumênico de Blumenau
Enquanto acompanhava a celebração da Semana de Oração pelo Unidade Cristã, minha mente me presenteava lembranças de ricas experiências ecumênicas marcadas pela gentileza. Fui, então, motivado a registrar aqui palavras de reconhecimento e gratidão.
Em minha vida e ministério inúmeras temporadas e episódios poderiam iniciar com o título “Gentileza gera gentileza” e testemunhar que Deus presenteou-me muitas pessoas que, em distintos momentos, “…demonstravam uma gentileza fora do comum.” Isso também vale para o movimento ecumênico.
Eu não saberia contar quantos foram as celebrações ecumênicas que participei nos anos em que atuei em Blumenau. Se fosse possível eleger uma mais significativa diria que foi a celebração de abertura da primeira Campanha da Fraternidade Ecumênica, realizada na Igreja Luterana da Itoupava Seca. Em todos os momentos que se seguiram, seja nas instituições ou nos tempos onde celebramos, fui acolhido com gentileza. A unidade se dava no respeito às diferenças e na valorização do testemunho comum. Para citar ainda uma celebração, lembro a da última SOUC na Igreja São Paulo Apóstolo onde pude pregar, tendo como púlpito minha cadeira de rodas. Também ali me senti acolhido por uma gentileza fora do comum. Sou grato pelas ricas experiências que se inserem entre esta primeira e última lembrança citadas. Fazem parte ainda destas lembranças os muitos encontros de formação e comunhão realizadas pelo Núcleo Ecumênico.
Lembro com carinho das lideranças maiores da ICAR que passaram por Blumenau e do esforço ecumênico. Além das celebrações nos tempos eu tive oportunidade de conviver com Dom Angélico em celebrações de aniversário de amigos em comum. Ele tinha sua marca de ser gente do povo e comprometido com as lutas do povo. Lembro com gratidão de Dom José não só das celebrações em que estivemos juntos, mas também quando o barco da minha vida enfrentava tempestades e quase foi a naufrágio. Sou grato pela gentileza de sua visita no quarto do Hospital Santa Catarina, e pelas intercessões de toda a Igreja naquele tempo difícil.
Tenho carinho especial por dom Rafael. Quando o mesmo estava recém chegado e instalado como bispo na diocese de Blumenau me competia fazer-lhe uma visita, mas foi o contrário que aconteceu. Com uma gentileza fora do comum ele veio ao meu encontro. Lembro-me de sua disposição em dar continuidade ao movimento ecumênico e que, com humildade, se disse aprendiz no ecumenismo, quando, na verdade, sua prática ministerial revelou que já era mestre no assunto. Nossa última celebração comum foi no Teatro Carlos Gomes por ocasião dos dez anos da grande tragédia em Blumenau. Ali pude receber dele palavras de valorização e apoio diante das dúvidas que pairavam sobre a continuidade de minha caminhada ministerial. São palavras que guardo em meu coração.
Agradeço por ministros e ministras da IELB e da IECLB e de inúmeras lideranças leigas que partilharam dos momentos de celebração, formação e comunhão e vibram com o movimento ecumênico.
Gentis amigos. Estou certo que tanto como as palavras, orações e bênçãos que juntos proferimos, o gesto da partilha, da comunhão e do abraço despertaram fé no povo de Deus, promoveram vida e geraram gentileza. Estou certo que também a celebração que terminei de acompanhar em forma virtual o fará. Afinal assim cremos e assim pregamos: GENTILEZA GERA GENTILEZA.
Desejo e oro para que nossas igrejas possam enfrentar com resiliência a tempestade que experimentamos e que, em breve, a alegria do povo reunido, do abraço e do sorriso partilhado possa retornar.
Recebam um abraço carregado de gentileza.
P. Breno Carlos Willrich