3ª-feira da 7ª Semana da Páscoa
26 de Maio de 2020
Cor: Branco
Evangelho – Jo 17,1-11a
Pai, glorifica o teu Filho.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 17,1-11a:
Naquele tempo:
1 Jesus ergueu os olhos ao céu e disse:
‘Pai, chegou a hora.
Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te
glorifique a ti,
2 e, porque lhe deste poder sobre todo homem, ele dê
a vida eterna a todos aqueles que lhe confiaste.
3 Ora, a vida eterna é esta:
que eles te conheçam a ti, o único Deus verdadeiro,
e àquele que tu enviaste, Jesus Cristo.
4 Eu te glorifiquei na terra
e levei a termo a obra que me deste para fazer.
5 E agora, Pai, glorifica-me junto de ti,
com a glória que eu tinha junto de ti
antes que o mundo existisse.
6 Manifestei o teu nome aos homens
que tu me deste do meio do mundo.
Eram teus, e tu os confiaste a mim,
e eles guardaram a tua palavra.
7 Agora eles sabem que tudo quanto me deste vem de ti,
8 pois dei-lhes as palavras que tu me deste,
e eles as acolheram,
e reconheceram verdadeiramente que eu saí de ti
e acreditaram que tu me enviaste.
9 Eu te rogo por eles.
Não te rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste,
porque são teus.
10 Tudo o que é meu é teu
e tudo o que é teu é meu.
E eu sou glorificado neles.
11a Já não estou no mundo, mas eles permanecem no mundo,
enquanto eu vou para junto de ti’.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Bento XVI
papa de 2005 a 2013
Encíclica «Spe Salvi» §§ 41, 43
«Para que […], pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, Ele dê a vida eterna a todos os que Lhe confiaste»
No grande Credo da Igreja, a parte central – que trata do mistério de Cristo a partir da sua geração eterna no Pai e do seu nascimento temporal da Virgem Maria, passando pela cruz e pela ressurreição, até ao seu regresso – conclui com as palavras: «De novo há de vir em sua glória, para julgar os vivos e os mortos». Já desde os primeiros tempos, a perspetiva do Juízo influenciou os cristãos até na sua própria vida quotidiana, enquanto critério segundo o qual deviam ordenar a vida presente, enquanto apelo à sua consciência e, ao mesmo tempo, enquanto esperança na justiça de Deus.
A fé em Cristo nunca se limitou a olhar para trás e para o alto, mas olhou sempre também para a frente, para a hora da justiça que o Senhor repetidas vezes preanunciara. […] Nele, o Crucificado, a negação das falsas imagens de Deus é levada ao extremo. Agora, Deus revela a sua Face precisamente na figura do servo sofredor, que partilha a condição do homem abandonado por Deus, tomando-a sobre Si. Este sofredor inocente tornou-Se esperança-certeza: Deus existe, e Deus sabe criar a justiça de um modo que nós não somos capazes de conceber mas que, pela fé, podemos intuir.
Sim, existe a ressurreição da carne. Existe uma justiça. Existe a «revogação» do sofrimento passado, a reparação que restabelece o direito. Por isso, a fé no Juízo final é, primariamente e sobretudo, esperança – aquela esperança cuja necessidade se tornou evidente justamente nas convulsões dos últimos séculos. Estou convencido de que a questão da justiça constitui o argumento essencial – em todo o caso, o argumento mais forte – a favor da fé na vida eterna.
A necessidade meramente individual de uma satisfação que nos é negada nesta vida, da imortalidade do amor que anelamos, é certamente um motivo importante para crer que o homem está feito para a eternidade; mas só em conexão com a impossibilidade de a injustiça da história ser a última palavra se torna plenamente convincente a necessidade do retorno de Cristo e da nova vida.
Com o Papa e toda a Igreja, neste mês de maio, rezemos na seguinte intenção:
Pela evangelização – Pelos diáconos
Rezemos para que os diáconos, fiéis ao serviço da Palavra e dos pobres, sejam um sinal vivificante para toda a Igreja.