Na tarde chuvosa de 26 de abril milhares de fiéis reuniram-se com guarda-chuvas para acompanhar a cerimônia, presidida por Bento XVI, que canonizou cinco santos católicos na Praça São Pedro no Vaticano. São eles os italianos Arcangelo Tadini, Bernardo Tolomei, Gertrudes Comensoli e Catarina Volpicelli, e o português Nuno de Santa Maria Álvares Pereira.
Celebrado em Latim, como é costume, o rito foi também um ato contra a crise. Em sua homilia, o papa citou as importantes qualidades de cada um dos novos santos. Na oportunidade ressaltou que seus exemplos éticos devem ser seguidos para a superação da atual e grave crise econômica mundial.
“Sinal de esperança”
Mais cedo, o frei Francisco Rogrigues, que liderou os esforços pela canonização de Nuno, falou do desejo que esta fosse uma cebebração anticrise. “Queremos que a canonização seja um sinal de esperança”.
Segundo a Reuters, a Conferência de Bispos de Portugal comparou a história de vida de Nuno Álvares Pereira, a atual situação econômica que o mundo vive. Afirmou a conferência que a crise “que nasceu de um vazio de valores morais”, e citaram o exemplo dado pelo santo de sobriedade e partilha da riqueza.
Nuno Álvares Pereira, também conhecido como o Santo Condestável, foi um nobre e um guerreiro português do século XIV que desempenhou um papel fundamental na crise de 1383-1385, onde Portugal jogou a sua independência contra Castela. Após a morte de mulher, tornou-se Carmelita.
Em seu túmulo, que já não existe, havia o seguinte epitáfio: “Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge. Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo.”
Os outros santos no domingo incluem o Bernardo Tolomei, de Siena, aristocrata do início do século 14, que morreu juntamente com outros 82 monges de sua ordem ajudando vítimas da Peste Negra de 1348.
Foram canonizados por ajudar os pobres e pela dedicação à oração, italianos do século 19, o padre Arcangelo Tadini e duas mulheres, Geltrude Comensoli e Caterina Volpicelli, que fundaram congregações e fizeram votos de castidade.
da Redação com Agências