Dia 02 de fevereiro de 2016 – Apresentação do Senhor, festa.
Ano Santo Extraordinário da Misericórdia – Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36)!
Evangelho segundo S. Lucas 2,22-40:
Ao chegarem os dias da purificação, segundo a Lei de Moisés, Maria e José levaram Jesus a Jerusalém, para O apresentarem ao Senhor,
como está escrito na Lei do Senhor: “Todo o filho primogénito varão será consagrado ao Senhor”,
e para oferecerem em sacrifício um par de rolas ou duas pombinhas, como se diz na Lei do Senhor.
Vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão, homem justo e piedoso, que esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava nele.
O Espírito Santo revelara-lhe que não morreria antes de ver o Messias do Senhor;
e veio ao templo, movido pelo Espírito. Quando os pais de Jesus trouxeram o Menino para cumprirem as prescrições da Lei no que lhes dizia respeito,
Simeão recebeu-O em seus braços e bendisse a Deus, exclamando:
Agora, Senhor, segundo a vossa palavra, deixareis ir em paz o vosso servo,
porque os meus olhos viram a vossa salvação,
que pusestes ao alcance de todos os povos:
luz para se revelar às nações e glória de Israel, vosso povo.
O pai e a mãe do Menino Jesus estavam admirados com o que d’Ele se dizia.
Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua Mãe: “Este Menino foi estabelecido para que muitos caiam ou se levantem em Israel e para ser sinal de contradição;
– e uma espada trespassará a tua alma – assim se revelarão os pensamentos de todos os corações”.
Havia também uma profetiza, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Era de idade muito avançada
e tinha vivido casada sete anos após o tempo de donzela e viúva até aos oitenta e quatro. Não se afastava do templo, servindo a Deus noite e dia, com jejuns e orações.
Estando presente na mesma ocasião, começou também a louvar a Deus e a falar acerca do Menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém.
Cumpridas todas as prescrições da Lei do Senhor, voltaram para a Galileia, para a sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o Menino crescia e tornava-Se robusto, enchendo-Se de sabedoria. E a graça de Deus estava com Ele.
Comentário do dia
Beato John Henry Newman (1801-1890), teólogo, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS 2,10
«Os meus olhos viram a vossa salvação»
«De repente, entrará no seu Templo o Senhor que vós procurais» (Mal 3,1). Hoje é-nos recordada a ação silenciosa da Providência de Deus. Acontecimentos que tinham sido previstos há muito inserem-se tranquilamente no curso do tempo; as visitas do Senhor permanecem simultaneamente repentinas e misteriosas. […]
Nesta cena, não há verdadeiramente nada de extraordinário nem de impressionante; no mundo, pessoas como os pais desta criança, que eram pessoas pobres, e dois velhos como estes são olhados sem grande interesse e passa-se à frente. Contudo, o que temos aqui é a realização solene de uma profecia antiga e prodigiosa. […] A criança que se toma nos braços é o Salvador do mundo, o autêntico herdeiro que vem, sob a aparência de um desconhecido, visitar a sua própria casa. O profeta tinha dito: «Quem poderá suportar o dia da sua vinda?» (Mal 3,2); ei-Lo que vem para tomar posse da sua herança.
Por sua vez, o velho Simeão está repleto dos dons do Espírito: alegria, ação de graças, e esperança, misteriosamente combinadas com o temor, o susto e a dor. Também Ana se torna profetisa, e as testemunhas a quem se dirige são o autêntico Israel que espera com fé a redenção do mundo, de acordo com a promessa. «A glória que virá desse Templo ultrapassará a do antigo», tinha anunciado outro profeta (Ag 2,9). Ei-la agora, essa glória: um menino com seus pais, dois velhos e uma assembleia sem nome e sem futuro. «A vinda do Reino não se deixa ver» (Lc 17,20).
Tal foi sempre a maneira de Deus fazer as suas visitas […]: o silêncio, o inesperado, a surpresa aos olhos do mundo, apesar das previsões conhecidas de todos, cujo sentido a Igreja verdadeira apreende e cujo cumprimento espera. […] Não pode ser de outra forma. Os avisos de Deus são claros, mas o mundo continua o seu curso; envolvidos pelas suas actividades, os homens não sabem discernir o sentido da história. Tomam grandes acontecimentos por factos sem importância e medem o valor das realidades segundo uma perspectiva apenas humana. […] O mundo permanece cego, mas a Providência oculta de Deus realiza-se dia após dia.
Neste mês, com o Papa e toda a Igreja, rezemos nas seguintes intenções:
Universal: Respeito pela criação
Para que cuidemos da criação, recebida como dom gratuito, a cultivar e proteger para as gerações futuras.
Pela Evangelização: Cristianismo na Ásia
Para que cresçam as oportunidade de diálogo e de encontro entre a fé cristã e os povos da Ásia.