Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavra de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 17 de março de 2010
Quarta-feira da 4ª semana da Quaresma
A Igreja celebra hoje: São Patrício (377+461) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=17&Mes=3&SantoID=78
Livro de Isaías 49,8-15:
Eis o que diz o SENHOR: «Eu respondi-te no tempo da graça, e socorri-te no dia da salvação. Defendi-te e designei-te como aliança do povo, para restaurares o país e repartires as heranças devastadas, para dizeres aos prisioneiros: ‘Saí da prisão!’ E aos que estão nas trevas: ‘Vinde à luz!’ Ao longo dos caminhos encontrarão o que comer, e em todas as dunas arranjarão alimento.
Não padecerão fome nem sede, e não os molestará o vento quente nem o sol, porque o que tem compaixão deles os guiará, e os conduzirá em direção às fontes.
Transformarei os meus montes em caminhos planos, e as minhas estradas serão alteadas.
Vede como eles chegam de longe! Uns vêm do Norte e do Poente, e outros, da terra de Siene.»
Cantai, ó céus! Exulta de alegria, ó terra! Prorrompei em exclamações, ó montes! Na verdade, o SENHOR consola o seu povo, e se compadece dos desamparados.
Sião dizia: «O SENHOR abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.»
Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria.
Livro de Salmos 145(144),8-9.13-14.17-18:
O SENHOR é clemente e compassivo, é paciente e misericordioso.
O SENHOR é bom para com todos; a sua ternura repassa todas as suas obras.
O teu reino é um reino para toda a eternidade e o teu domínio estende-se por todas as gerações.
O SENHOR ergue todos os que caem e reanima todos os abatidos.
O SENHOR é justo em todos os seus caminhos e misericordioso em todas as suas obras.
O SENHOR está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam sinceramente.
Evangelho segundo S. João 5,17-30:
Naquela altura Jesus replicou-lhes: «O meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!»
Perante isto, mais vontade tinham os judeus de o matar, pois não só anulava o sábado, mas até chamava a Deus seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus tomou, pois, a palavra e começou a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai, pois aquilo que este faz também o faz igualmente o Filho.
De fato, o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que Ele mesmo faz; e há de mostrar-lhe obras maiores do que estas, de modo que ficareis assombrados.
Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer.
O Pai, aliás, não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento,
para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não é sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida.
Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora e é já em que os mortos hão de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão,
pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo;
e deu-lhe o poder de fazer o julgamento, porque Ele é Filho do Homem.
Não vos assombreis com isto: é chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão de ouvir a sua voz,
e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação.
Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada: conforme ouço, assim é que julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Carta a Diogneto (c. 200)
Cap. 9 (a partir da trad. de Orval; cf. SC 33 bis, p.68)
«Mais vontade tinham os judeus de O matar […] [pois Ele] até chamava a Deus seu próprio Pai»
Até aos dias de hoje, que são os últimos, Deus permitiu-nos que nos deixássemos levar ao sabor de desordenadas inclinações, arrastados pelos prazeres e pelas paixões. Não é que tenha tido o menor dos prazeres com os nossos pecados; tolerava apenas este tempo de iniquidade, sem que nele consentisse. Preparava o tempo atual, o da justiça, para que, convencidos de termos sido indignos da vida durante esse período devido aos nossos erros, nos tornemos agora dignos dela pelo efeito da bondade divina […].
Ele não nos odiou; não nos repeliu […]. Tendo piedade de nós, tomou sobre Si a responsabilidade dos nossos erros, e enviou o Seu próprio Filho para nos resgatar: o santo para os ímpios, o inocente para os maus, «o justo para os injustos» (1Pd 3,18), o incorrupto para os corruptos, o imortal para os mortais. Que outra coisa a não ser a Sua justiça poderia cobrir, anular, os nossos pecados? Em Quem poderíamos nós ser justificados, senão no Filho unigênito de Deus? Dulcíssima troca, insondável obra, inesperados dons! O crime de muitos é coberto pela justiça de apenas Um, e a justiça de Um único justifica a muitos culpados. No passado, Ele convenceu a nossa natureza da sua incapacidade em obter a vida; agora mostrou-nos o Salvador capaz de salvar o que não podia ser salvo. Quis, destes dois modos, dar-nos a fé na Sua bondade e fazer-nos ver n’Ele Aquele que alimenta, Aquele que é o pai, o mestre, o conselheiro, o médico, a inteligência, a luz, a honra, a glória, a força e a vida.