Leituras bíblicas
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna" (Jo 6,68)!
Dia 19 de julho de 2010
Segunda-feira da 16ª semana do Tempo Comum
A igreja celebra hoje: São Serafim de Sarov, 1759-1835 – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=19&Mes=7
Livro de Miqueias 6,1-4.6-8:
Ouvi o que diz o Senhor: «Levanta-te! Advoga a tua causa diante das montanhas, e ouçam as colinas a tua voz!
Ouvi, ó montanhas, o processo do Senhor, prestai atenção, fundamentos da terra! Porque o Senhor entrou em litígio com o seu povo, e vai litigar com Israel:
‘Povo meu, que te fiz, ou em que te contristei? Responde-me.
Tirei-te da terra do Egito, livrei-te da casa da escravidão e enviei, diante de ti, Moisés, Aarão e Míriam.
Com que me apresentarei ao Senhor, e me prostrarei diante do Deus excelso? Irei à sua presença com holocaustos, com novilhos de um ano?
Porventura o Senhor receberá com agrado milhares de carneiros ou miríades de torrentes de azeite? Hei de sacrificar-lhe o meu primogênito pelo meu crime, o fruto das minhas entranhas pelo meu próprio pecado?
Já te foi revelado, ó homem, o que é bom, o que o Senhor requer de ti: nada mais do que praticares a justiça, amares a lealdade e andares humildemente diante do teu Deus.
Livro de Salmos 50(49),5-6.8-9.16-17.21.23:
"Reuni junto a mim os que me são fiéis, os que selaram a minha aliança com um sacrifício."
Até os céus proclamarão a sua justiça, porque Deus é quem julga.
Não te repreendo por causa dos teus sacrifícios; os teus holocaustos estão sempre na minha presença.
Não reivindico os novilhos da tua casa, nem os cabritos dos teus currais;
Ao pecador, Deus declara: "Porque andas sempre a falar da minha lei e trazes na boca a minha aliança,
tu que detestas os meus ensinamentos e rejeitas as minhas palavras?
Tens feito tudo isto. Poderei Eu calar me? Pensavas que Eu era igual a ti? Vou chamar te a julgamento e lançar-te tudo em rosto.
Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor; a quem anda por este caminho farei participar da salvação de Deus.
Evangelho segundo S. Mateus 12,38-42:
Intervieram, então, alguns doutores da Lei e fariseus, que lhe disseram: «Mestre, queremos ver um sinal feito por ti.»
Ele respondeu-lhes: «Geração má e adúltera! Reclama um sinal, mas não lhe será dado outro sinal, a não ser o do profeta Jonas.
Assim como Jonas esteve no ventre do monstro marinho, três dias e três noites, assim o Filho do Homem estará no seio da terra, três dias e três noites.
No dia do juízo, os habitantes de Nínive hão de levantar-se contra esta geração para a condenar, porque fizeram penitência quando ouviram a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é maior do que Jonas!
No dia do juízo, a rainha do Sul há de levantar-se contra esta geração para a condenar, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. Ora, aqui está alguém que é maior do que Salomão!»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja
Sermão 3, PL 52, 303-306, CCL 24, 211-215 (a partir da trad. de Thèmes et figures, DDB 1984, p. 117)
O sinal de Jonas
Eis que a fuga do profeta Jonas para longe de Deus (Jn 1,3) se transforma numa imagem profética, e o que é apresentado como um naufrágio funesto se torna o sinal da ressurreição do Senhor. O próprio texto da história de Jonas mostra-nos bem como este prefigura plenamente a imagem do Salvador. Está escrito que Jonas «fugiu da presença do Senhor». Não fugiu o próprio Senhor da condição e do aspecto da divindade, para tomar a condição e o rosto humanos? Assim o diz o Apóstolo Paulo: «Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fl 2,6-7). O Senhor revestiu-Se da condição de servo. Para passar despercebido no mundo, para sair vitorioso sobre o demónio, fugiu de Si mesmo para junto dos homens. […] Deus está em todo o lado: é impossível fugir-Lhe. Para conseguir «fugir da presença do Senhor», não para um lugar determinado mas, de certa maneira, através da aparência, Cristo refugiou-Se na imagem da nossa servidão, totalmente assumida.
A narrativa prossegue: «desceu a Jafa, onde encontrou um navio que partia para Társis». Eis agora Aquele que desceu: «Ninguém subiu ao Céu a não ser Aquele que desceu do Céu» (Jo 3,13). O Senhor desceu do céu à terra, Deus desceu à altura do homem, a onipotência desceu à nossa servidão. Mas Jonas, que desceu em direção ao navio, teve de subir para nele viajar. Da mesma forma, Cristo, descido ao mundo, subiu, pelas Suas virtudes e milagres, para o navio da Sua Igreja.