Leituras Bíblicas
Dia 06 de abril de 2011
Ano da Liturgia – Tema: “Eucaristia, fonte e cume da vida emissão da Igreja”
– Lema: Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram” (Lc 24,31)
Quarta-feira da 4ª semana da Quaresma
Livro de Isaías 49,8-15:
Eis o que diz o Senhor: «Eu respondi-te no tempo da graça, e socorri-te no dia da salvação. Defendi-te e designei-te como aliança do povo, para restaurares o país e repartires as heranças devastadas,
para dizeres aos prisioneiros: ‘Saí da prisão!’ E aos que estão nas trevas: ‘Vinde à luz!’ Ao longo dos caminhos encontrarão o que comer, e em todas as dunas arranjarão alimento.
Não padecerão fome nem sede, e não os molestará o vento quente nem o sol, porque o que tem compaixão deles os guiará, e os conduzirá em direção às fontes.
Transformarei os meus montes em caminhos planos, e as minhas estradas serão alteadas.
Vede como eles chegam de longe! Uns vêm do Norte e do Poente, e outros, da terra de Siene.»
Cantai, ó céus! Exulta de alegria, ó terra! Prorrompei em exclamações, ó montes! Na verdade, o Senhor consola o seu povo, e se compadece dos desamparados.
Sião dizia: «O Senhor abandonou-me, o meu dono esqueceu-se de mim.»
Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria.
Livro de Salmos 145(144),8-9.13-14.17-18:
O Senhor é clemente e compassivo, é paciente e misericordioso.
O Senhor é bom para com todos; a sua ternura repassa todas as suas obras.
O teu reino é um reino para toda a eternidade e o teu domínio estende-se por todas as gerações.
O Senhor ergue todos os que caem e reanima todos os abatidos.
O Senhor é justo em todos os seus caminhos e misericordioso em todas as suas obras.
O Senhor está perto de todos os que o invocam, dos que o invocam sinceramente.
Evangelho segundo S. João 5,17-30:
Naquela altura Jesus replicou-lhes: «O meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!»
Perante isto, mais vontade tinham os judeus de o matar, pois não só anulava o Sábado, mas até chamava a Deus seu próprio Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus tomou, pois, a palavra e começou a dizer-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: o Filho, por si mesmo, não pode fazer nada, senão o que vir fazer ao Pai, pois aquilo que este faz também o faz igualmente o Filho.
De fato, o Pai ama o Filho e mostra-lhe tudo o que Ele mesmo faz; e há de mostrar-lhe obras maiores do que estas, de modo que ficareis assombrados.
Pois, assim como o Pai ressuscita os mortos e os faz viver, também o Filho faz viver aqueles que quer.
O Pai, aliás, não julga ninguém, mas entregou ao Filho todo o julgamento,
para que todos honrem o Filho como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que o enviou.
Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna e não é sujeito a julgamento, mas passou da morte para a vida.
Em verdade, em verdade vos digo: chega a hora e é já em que os mortos hão de ouvir a voz do Filho de Deus, e os que a ouvirem viverão,
pois, assim como o Pai tem a vida em si mesmo, também deu ao Filho o poder de ter a vida em si mesmo;
e deu-lhe o poder de fazer o julgamento, porque Ele é Filho do Homem.
Não vos assombreis com isto: é chegada a hora em que todos os que estão nos túmulos hão de ouvir a sua voz,
e sairão: os que tiverem praticado o bem, para uma ressurreição de vida; e os que tiverem praticado o mal, para uma ressurreição de condenação.
Por mim mesmo, Eu não posso fazer nada: conforme ouço, assim é que julgo; e o meu julgamento é justo, porque não busco a minha vontade, mas a daquele que me enviou.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Norte de África) e Doutor da Igreja
O Génesis em sentido literal, 4, 11-13 [21-24] (a partir da trad. Bibliothèque Augustinienne, t. 48, DDB 1972, pp. 307ss. rev.)
«O Meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!»
Gostaríamos de explicar como é possível compatibilizar o texto do Génesis onde está escrito que Deus repousou ao sétimo dia de todas as Suas obras, com o texto do evangelho onde o Senhor, por Quem todas as coisas foram feitas, diz: «O Meu Pai continua a realizar obras até agora, e Eu também continuo!» […] A observância do sábado foi prescrita aos judeus para prefigurar o repouso espiritual que Deus prometeu aos fiéis que fizessem boas obras, repouso cujo mistério o Senhor Jesus Cristo confirmou com a Sua sepultura, porque foi num dia de sábado que Ele repousou no túmulo, […] depois de ter consumado todas as Suas obras.
Podemos pensar que Deus repousou de ter criado os diversos gêneros de criaturas, porque não voltou a criar novos gêneros; mas […] nem neste sétimo dia deixou de governar o céu, a terra e todos os outros seres que tinha criado, pois de outra maneira eles ter-se-iam diluído no nada. Porque o poder do Criador, a força do Onipotente, é a causa pela qual subsistem todas as criaturas. […] Com efeito, não se passa com Deus o mesmo que com um arquiteto que, concluída a casa, se afasta e […] a obra subsiste. Pelo contrário, o mundo não poderia subsistir, um instante que fosse, se Deus lhe retirasse o Seu apoio. […]
É isto que afirma o apóstolo Paulo quando pretende anunciar Deus aos atenienses: «Nele vivemos, nos movemos e somos» (At 17,28). […] Com efeito, não somos em Deus como a Sua própria substância, no sentido em que é dito que Ele «tem a vida em Si mesmo»; mas, sendo algo diferente Dele, só podemos ser Nele porque Ele age desta maneira: «A Sua sabedoria estende-se de um extremo ao outro do mundo e governa o universo» (Sb 8,1). […] Nós vemos as obras boas que Deus fez (Gn 1,31). e veremos o Seu repouso depois de termos realizado as nossas obras boas.
Intenções do Apostolado da Oração para o mês de abril:
Geral: Para que a Igreja saiba oferecer às novas gerações, através do anúncio crível do Evangelho, razões sempre novas de vida e de esperança
Missionária: Para que com a proclamação do Evangelho e o testemunho de vida, os missionários saibam levar Cristo àqueles que ainda não o conhecem.