Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 16 de outubro de 2010
Sábado da 28ª semana do Tempo Comum
A Igreja celebra hoje: Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690) – Leia sua vida: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=16&Mes=10
Carta aos Efésios 1,15-23:
Por isso, também eu, desde que ouvi falar da vossa fé no Senhor Jesus e do vosso amor para com todos os santos,
não cesso de dar graças a Deus por vós, quando vos recordo nas minhas orações.
Que o Deus de Nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, vos dê o Espírito de sabedoria e vo-lo revele, para o conhecerdes;
sejam iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes que esperança nos vem do seu chamamento, que riqueza de glória contém a herança que Ele nos reserva entre os santos
e como é extraordinariamente grande o seu poder para connosco, os crentes, de acordo com a eficácia da sua força poderosa,
que eficazmente exerceu em Cristo: ressuscitou-o dos mortos e sentou-o à sua direita, no alto do Céu,
muito acima de todo o Poder, Principado, Autoridade, Potestade e Dominação e de qualquer outro nome que seja nomeado, não só neste mundo, mas também no que há de vir.
Sim, Ele tudo submeteu a seus pés e deu-o, como cabeça que tudo domina, à Igreja,
que é o seu Corpo, a plenitude daquele que tudo preenche em todos.
Livro de Salmos 8,2-3.4-5.6-7:
Ó Senhor, nosso Deus, como é admirável o teu nome em toda a terra! Adorarei a tua majestade, mais alta que os céus.
Da boca das crianças e dos pequeninos fizeste uma fortaleza contra os teus inimigos, para fazer calar os adversários rebeldes.
Quando contemplo os céus, obra das tuas mãos, a Lua e as estrelas que Tu criaste:
que é o homem para te lembrares dele, o filho do homem para com ele te preocupares?
Quase fizeste dele um ser divino; de glória e de honra o coroaste.
Deste-lhe domínio sobre as obras das tuas mãos, tudo submeteste a seus pés:
Evangelho segundo S. Lucas 12,8-12:
Digo-vos ainda: Todo aquele que se declarar por mim diante dos homens, também o Filho do Homem se declarará por ele diante dos anjos de Deus.
Aquele, porém, que me tiver negado diante dos homens, será negado diante dos anjos de Deus.
E a todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do Homem, há de perdoar-se; mas, a quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo, jamais se perdoará.
Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de dizer em vossa defesa,
pois o Espírito Santo vos ensinará, no momento próprio, o que deveis dizer.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Carta de igreja de Esmirna sobre os seus mártires (c. 155)
(a partir da trad. Quéré, Pères Apostoliques, Seuil 1980, p. 241; cf SC 10)
«O Espírito Santo ensinar-vos-á, no momento próprio, o que deveis dizer»
No momento em que Policarpo entrou no estádio, uma voz ressoou no céu: «Coragem Policarpo, sê forte». Ninguém viu quem falava, mas os nossos que estavam presentes ouviram a voz. […] Quando a multidão soube quem era este prisioneiro, os gritos duplicaram. O procônsul perguntou-lhe se ele era Policarpo. Sim, respondeu. E o outro tentou arrancar-lhe uma renúncia à sua religião: «Respeita a tua idade avançada. […] Jura pela fortuna de César, renega. […] Diz mal de Cristo.» Policarpo respondeu: «Há oitenta e seis anos que O sirvo e Ele nunca me fez mal. Como poderia rejeitar o meu Rei e meu Salvador?»
E, como o outro insistisse […], Policarpo continuou: «Já que insistes em que eu jure pela fortuna de César, como dizes, e que finges ignorar quem sou, ouve claramente: sou cristão. E se quiseres conhecer a justeza da minha religião, dá-me um dia e escuta-me.» «Persuade a multidão», replicou o procônsul. «Penso que posso discutir contigo pois ambos aprendemos a ter pelas autoridades e pelos magistrados estabelecidos por Deus o respeito que lhes é devido, na condição de que este não se vire contra nós. Mas estas pessoas não possuem dignidade suficiente para que me explique perante elas.»
«Tenho as feras à minha disposição», continuou o procônsul, «e vou lançar-te a ekas se não abjurares. – Chama-as, respondeu Policarpo. – Desprezas os animais? Obstinas-te? Lanço-te às chamas.» Policarpo respondeu: «Ameaças-me com um fogo que arde durante uma hora e se apaga, porque não conheces o fogo do juízo futuro e do castigo eterno que espera os ímpios. Mas porque esperas? Faz como achares melhor».
Os acontecimentos precipitaram-se; foi uma corrida às marcenarias e aos banhos, de onde as pessoas trouxeram madeira e ramos. […] Quando a fogueira ficou pronta, foi o próprio Policarpo que se despiu e desatou o cinto. Quis também ser ele a desapertar as sandálias, coisa que habitualmente não fazia porque os fiéis o ajudavam. […] Este grande santo havia suscitado, muito antes do seu martírio, uma imensa veneração.