Comunidade comemora mais um ano da Diocese de Blumenau de portas abertas para o acolhimento
A Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte dum renovado impulso para se dar”. As palavras do Papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium, sobre a transformação missionária da Igreja nos guia sobre o anúncio do evangelho nos dias atuais.
Com este mesmo sentimento há 16 anos, no dia 17 de abril, a cidade recebia com intensa emoção o anúncio do Santo Papa João Paulo II, em Roma, sobre a criação da Diocese de Blumenau. Todos os sinos da Catedral repicaram anunciando a boa nova e exaltando os corações de alegria e satisfação de todos os fiéis.
Meios de comunicação dedicaram seus espaços a informar todos os munícipes e novos diocesanos sobre a criação da Diocese. Dom Angélico Sândalo Bernardino, que era bispo auxiliar da arquidiocese de São Paulo, foi o primeiro Bispo designado para a recém-criada Igreja Particular.
Setenta e sete dias depois do anúncio papal, mais de 2 mil pessoas lotaram a Catedral e seus arredores, no dia 24 de junho, para a cerimônia de celebração oficial que instalou a Diocese na cidade. Em seu início, a missa foi presidida pelo Cardeal Arcebispo de São Paulo, Evaristo Arns. Após o rito da tomada de passe do primeiro bispo diocesano, a presidência da liturgia lhe é de direito. A cerimônia contou com a presença de mais outros 20 bispos e arcebispos de todo o País, do então govenador, Esperidião Amim, e demais autoridades.
O padre Raul Kestring, coordenador da Pastoral de Comunicação da Diocese de Blumenau, conta que um gesto inesquecível realizado por Dom Angélico se sobressaiu durante a celebração. “O Pastor Sinodal do Sínodo Vale do Itajaí, Nelson Weingärtner, da Igreja Evangélica de Confissão Lutherana no Brasil (IECLB) participou da celebração e deixou sua mensagem. Ao dirigir-se a Dom Angélico para dar-lhe o abraço de boas-vindas, naquele momento especial, o recém-nomeado Bispo tirou a sua cruz peitoral, símbolo que todo bispo carrega ao peito, e deu-a ao Pastor. O Pastor por sua vez fez o mesmo. Tirou a sua cruz peitoral e deu-a ao bispo. Ecumenicamente, permanecerá como gesto de amizade, encontro e unidade”, relembra o Pe. Raul. A atitude marca a amizade constante entre luteranos e católicos, que se perpetua desde o início da colonização alemã em Blumenau.
O franciscano Padre Frei Edgar Weist era o pároco da época, com ele uma equipe de freis animava as celebrações e demais atividades na Paróquia São Paulo Apóstolo. O trabalho desses freis era desempenhado juntamente com as atividades próprias do Colégio Santo Antônio, hoje Bom Jesus/Santo Antônio. A residência dos freis ficava no próprio Colégio.
Os três Bispos de Blumenau
Dom Angélico Sândalo Bernardino
1º Bispo Diocesano de Blumenau, de junho
de 2000 a fevereiro de 2009
Nascido em janeiro de 1933, em Saltinho (SP)
Ordenação episcopal: 25/01/1975 em
São Paulo-SP
Lema: “Deus é Amor”
Dom José Negri, PIME
2º Bispo Diocesano de Blumenau,
de fevereiro de 2009 a janeiro de 2015
Nascido em setembro de 1959, em Milão, Itália
Ordenação Episcopal: 05/03/2006, em Brusque, SC
Posse na Diocese de Blumenau: 04/04/2009
Posse na Diocese de Santo Amaro(SP): 17/01/2014
Lema: Sufficit tibi gratia
(“Basta-te a minha graça”)
Dom Rafael Biernaski
3º Bispo Diocesano de Blumenau,
empossado em 29 de agosto de 2015
Nascido em novembro de 1955, em Curitiba, PR
Ordenação Episcopal: 15/04/2010
Posse na Diocese de Blumenau: 29/08/2015
Lema: “Evangelizare misit me” –
“Enviou-me para Evangelizar”
A missão da Diocese para os próximos anos
A Diocese de Blumenau desde a sua criação, em sintonia com o bispo, e a partir dos apelos da realidade da comunidade, sempre teve a evangelização como meta principal. A atenção às Pastorais Sociais, com o objetivo de ajudar aos que mais necessitam – os “sem voz e sem vez” – a formação de lideranças nos diversos âmbitos: catequese, grupos de reflexão, ministros extraordinários da comunhão, diáconos permanentes, animadores vocacionais e de grupos de jovens, e o enfoque missionário são alguns dos projetos constantes e de destaque nestes anos.
Incentivando a todos a mergulhar nessa experiência de alegria, o Papa lembra que “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus”. Para os próximos anos, como o coração aberto de uma mãe, a Família é o grande foco da evangelização. A Exortação Apostólica “A Alegria do Amor”, publicada pelo Papa Francisco, será a referência para este assunto.
Já o documento “Leigos e leigas na Igreja e na Sociedade”, aprovado na Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, servirá de orientação para a evangelização da maioria dos membros da Igreja. “Tornar os leigos sujeitos da evangelização é o sonho dos nossos bispos. Queremos ajudá-los a descobrir sua missão não só dentro das comunidades cristãs/católicas, mas também como “sal da terra e luz do mundo”, em meio aos desafios que a sociedade enfrenta nos nossos dias: a violência, a corrupção, os mecanismos sociais de exclusão”, afirma o Pe. Raul Kestring.
Em âmbito mais local, o Regional Sul IV, que abrange o Estado de Santa Catarina, em sintonia com as Diretrizes da CNBB, a Diocese de Blumenau pontua 5 urgências pastorais: Igreja em estado permanente de missão, casa de iniciação à vida cristã, lugar de animação bíblica de toda a pastoral, comunidade de comunidades e à serviço da vida plena para todos.