Leituras Bíblicas
"Senhor, a quem iremos? Tu tens palavra de vida eterna" (Jo 6,68)!
Dia 13 de março de 2010
Sábado da 3ª semana da Quaresma
A Igreja celebra hoje: Santa Eufrásia (+412) – Leia sua vida clicando:http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=13&Mes=3
Livro de Oseias 6,1-6:
«Vinde, voltemos para o SENHOR; Ele feriu-nos, Ele nos curará; Ele fez a ferida, Ele vai atá-la.
Dar-nos-á de novo a vida em dois dias, ao terceiro dia nos levantará, e viveremos na sua presença.
Conheçamos, esforcemo-nos por conhecer o SENHOR; iminente, como a aurora, está a sua vinda; Ele virá para nós como a chuva, como a chuva da Primavera que irriga a terra.»
Que posso fazer por ti, ó Efraim? Que posso fazer por ti, ó Judá? O vosso amor é como a nuvem da manhã, como o orvalho matutino que logo se dissipa.
Por isso os castiguei duramente pelos profetas, e os matei pelas palavras da minha boca, e o meu julgamento resplandece como a luz.
Porque Eu quero a misericórdia e não os sacrifícios, o conhecimento de Deus mais que os holocaustos.
Livro de Salmos 51(50),3-4.18-19.20-21:
Tem compaixão de mim, ó Deus, pela tua bondade; pela tua grande misericórdia, apaga o meu pecado.
Lava-me de toda a iniquidade; purifica-me dos meus delitos.
Não te comprazes nos sacrifícios nem te agrada qualquer holocausto que eu te ofereça.
O sacrifício agradável a Deus é o espírito contrito; ó Deus, não desprezes um coração contrito e arrependido.
Pela tua bondade, trata bem a Sião; reconstrói os muros de Jerusalém.
Então aceitarás com agrado os sacrifícios devidos, os holocaustos e as ofertas; então serão oferecidos novilhos no teu altar.
Evangelho segundo S. Lucas 18,9-14:
Disse também a seguinte parábola, a respeito de alguns que confiavam muito em si mesmos, tendo-se por justos e desprezando os demais:
«Dois homens subiram ao templo para orar: um era fariseu e o outro, cobrador de impostos.
O fariseu, de pé, fazia interiormente esta oração: ‘Ó Deus, dou-te graças por não ser como o resto dos homens, que são ladrões, injustos, adúlteros; nem como este cobrador de impostos.
Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo.’
O cobrador de impostos, mantendo-se à distância, nem sequer ousava levantar os olhos ao céu; mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador.’
Digo-vos: Este voltou justificado para sua casa, e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cipriano (c. 200-258), Bispo de Cartago e mártir
A Oração do Senhor, §§ 4, 6 (a partir da trad. de DDB 1982, p.42 rev.)
«O cobrador de impostos […] nem sequer ousava levantar os olhos ao céu»
Os homens de oração devem exprimir as suas súplicas e os seus pedidos com modéstia, calma, contenção e discrição. Lembremo-nos de que nos estamos a apresentar perante Deus. É necessário que a atitude do nosso corpo, o nosso tom de voz sejam agradáveis aos olhos de Deus. Não convém estender-se em clamores; é conveniente rezar com modéstia e reserva.
O Senhor, no Seu ensinamento, manda-nos rezar isoladamente, na solidão ou mesmo em lugares retirados, até mesmo no nosso quarto (Mt 14,23; 6,6), o que se coaduna melhor com a fé. Sabemos que Deus está presente em todo o lado, que ouve e vê todos os homens, que o olhar da Sua majestade soberana penetra até no segredo. Com efeito, está escrito: «Será que Eu sou Deus só de perto e não sou Deus de longe? […] Poderá alguém ocultar-se em lugares escondidos sem que Eu o veja? […] Não sou Eu que encho o céu e a terra?» (Jr 23,23-24)
O homem de oração, irmãos bem amados, não deve ignorar como o publicano orava no Templo, por comparação com o fariseu. O cobrador de impostos não levantava os olhos ao céu com descaramento, não erguia as mãos com insolência. Batia no peito, reconhecia os seus pecados interiores e escondidos, implorava o socorro da misericórdia divina. O fariseu, pelo contrário, fiava-se em si mesmo. E foi o publicano que mereceu ser reconhecido como justo. Porque rezava sem colocar a sua esperança de salvação na sua própria inocência, visto que ninguém é inocente. Rezava confessando os seus pecados, e a sua oração foi atendida por Aquele que perdoa aos humildes.