Leituras Bíblicas
"Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,51)!
Dia 25 de janeiro de 2011
Terça-feira da 3ª semana do Tempo Comum
Conversão de São Paulo, apóstolo, festa
Livro dos Atos dos Apóstolos 22,3-16:
«Sou judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas fui educado nesta cidade, instruído aos pés de Gamaliel, em todo o rigor da Lei dos nossos pais e cheio de zelo pelas coisas de Deus, como todos vós sois agora.
Persegui de morte esta «Via», algemando e entregando à prisão homens e mulheres,
como o podem testemunhar o Sumo Sacerdote e todos os anciãos. Recebi até, da parte deles, cartas para os irmãos de Damasco, onde ia para prender os que lá se encontrassem e trazê-los agrilhoados a Jerusalém, a fim de serem castigados.
Ia a caminho, e já próximo de Damasco, quando, por volta do meio dia, uma intensa luz, vinda do Céu, me rodeou com a sua claridade.
Caí por terra e ouvi uma voz que me dizia: ‘Saulo, Saulo, porque me persegues?’
Respondi: ‘Quem és Tu, Senhor?’ Ele disse-me, então: ‘Eu sou Jesus de Nazaré, a quem tu persegues.’
Os meus companheiros viram a luz, mas não ouviram a voz de quem me falava.
E prossegui: ‘Que hei de fazer, Senhor?’ O Senhor respondeu-me: ‘Ergue-te, vai a Damasco, e lá te dirão o que se determinou que fizesses.’
Mas, como eu não via, devido ao brilho daquela luz, fui levado pela mão dos meus companheiros e cheguei a Damasco.
Ora um certo Ananias, homem piedoso e cumpridor da Lei, muito respeitado por todos os judeus da cidade,
foi procurar-me e disse: ‘Saulo, meu irmão, recupera a vista.’ E, no mesmo instante, comecei a vê-lo.
Ele prosseguiu: ‘O Deus dos nossos pais predestinou-te para conheceres a sua vontade, para veres o Justo e para ouvires as palavras da sua boca,
porque serás testemunha diante de todos os homens, acerca do que viste e ouviste.
E agora, porque esperas? Levanta-te, recebe o batismo e purifica-te dos teus pecados, invocando o seu nome.’
Livro de Salmos 117,1.2:
Louvai o Senhor, todas as nações! Exaltai-o, todos os povos!
Porque o seu amor para conosco não tem limites e a fidelidade do Senhor é eterna!
Evangelho segundo S. Marcos 16,15-18;
E disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura.
Quem acreditar e for batizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado.
Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demônios, falarão línguas novas,
apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Cirilo de Jerusalém (313-350), Bispo de Jerusalém e Doutor da Igreja
Catequese baptismal 10 (a partir da trad. Bouvet, Soleil Levant 1961, pp. 201ss.)
«Não é aquele que nos perseguia?» (At 9,21)
«Não nos anunciamos a nós mesmos, mas anunciamos Jesus Cristo; somos vossos servos por causa de Jesus» (2Cor 4,5). Quem é então esta testemunha que anuncia Cristo? É aquele que outrora O perseguia. Que maravilha! Eis que o perseguidor de antigamente anuncia Cristo. Por quê? Será que foi comprado? Mas ninguém poderia persuadi-lo desta maneira. Terá sido a visão de Cristo nesta terra que o cegou? Mas Jesus já tinha subido ao céu. Saulo saíra de Jerusalém para perseguir a Igreja de Cristo, e três dias depois, em Damasco, o perseguidor transformara-se em pregador. Sob que influência? Há quem cite como testemunhas a favor dos seus amigos pessoas do seu partido. Eu, ao invés, apresento como testemunha um antigo inimigo.
Ainda duvidas? Grande é o testemunho de Pedro e João, mas […] eles eram gente da casa. Quando a testemunha é um antigo inimigo, de um homem que mais tarde morrerá pela causa de Cristo, quem poderá duvidar do valor do seu testemunho? Admiro o plano do Espírito Santo […]: Ele concede que Paulo, o antigo perseguidor, escreva as suas catorze epístolas. […] Como não se podiam contestar os seus ensinamentos, permitiu que aquele que fora outrora o inimigo e o perseguidor escrevesse mais do que Pedro e João; é assim que a fé de todos nós pode ser fortalecida. Com efeito, todos ficaram estupefatos com Paulo: «Não é aquele que nos perseguia? Não terá vindo aqui para nos prender?» (At 9,21). Não fiqueis surpreendidos, diz Paulo. Eu percebo-vos; para mim «é duro revoltar-me contra o aguilhão» (At 26,14). «Não sou digno de ser chamado apóstolo porque persegui a Igreja de Deus» (1Cor 15,9); «Ele foi misericordioso para comigo: o que eu fazia, fazia-o por ignorância.» […] «A graça de Deus superabundou em mim» (1Tm 1,13-14).