No dia de Finados, 02 de novembro, a Comunidade paroquial Sagrado Coração de Jesus, em Belchior Alto, Gaspar, teve a santa missa presidida por Dom Rafael Biernaski, bispo diocesano de Blumenau.
A espaçosa igreja estava lotada de fiéis que vieram rezar pelos seus entes queridos falecidos e prestigiar a presença do bispo. Veículos estacionados ocupavam todos os arredores, inclusive o estacionamento do salão paroquial, do outro lado da estrada..
Impressionou a acolhida calorosa dedicada a dom Rafael por aquelas famílias e por seu pároco, Pe. Marcio Fernandes de Oliveira.
À homilia, em tom muito sereno e nitidamente paterno, Dom Biernaski dizia da sua alegria de, naquela ocasião, estar com os membros daquela comunidade paroquial. Começou evocando a saudade e a recordação dos mortos queridos a cada pessoa e a cada família ali presente.
Visivelmente emocionado, Dom Rafael contou que, aos 8 anos, comunicou à sua mãe o desejo de tornar-se sacerdote, ao que ela manifestou muita alegria. “Eu tinha 12 anos quando ela partiu para a eternidade – completou. “Deus foi bom para comigo, pois àquelas alturas, estava preparado para a vida.
À atenta assembleia reunida, o bispo de Blumenau falou também do seu pai. “Ele me viu bispo” – disse. “Aos 84 anos, acompanhava as minhas celebrações e, depois, dizia-me que devia falar ao povo sorrindo, com alegria. Eu o faço até hoje” – contou. Dom Biernaski teve outro irmão que se tornou sacerdote.
Prosseguindo sua atraente reflexão, o bispo explicou que Jesus destruiu a morte eterna, mas não a morte biológica. Ele mesmo passou pela morte física. Todos, indistintamente temos que passar por ela. A vida em Deus, porém, continua. Não acaba com a morte corporal. Diferente é para quem rejeitou o amor de Deus neste mundo. Conscientemente, rejeitar o amor, não se deixar amar por Deus, talvez seja difícil para nós entendermos. Mas se alguém é capaz disso, esse viverá uma morte eterna, distante do sumo bem. O Evangelho de hoje nos assegura isso. Acreditar no amor divino, deixar-se amar pelo Criador e Pai, eis a sabedoria da vida e da vida eterna feliz com Ele.
Uma comparação ajudou a todos os presentes a acolher a certeza da ressurreição que Jesus nos trouxe com sua palavra e com a sua própria ressurreição. Referiu-se Dom Biernaski a dois gêmeos, no útero materno. Ali, eles não tem noção alguma da existência futura que os espera. Nada lhes falta. São felizes. Nasce, porém, o primeiro. O outro, ao se aperceber que o companheiro desapareceu, é levado a pensar que tenha morrido. “Não – acentua o bispo – ele nasceu para a luz da vida”. De fato, nós dizemos: “A mãe deu à luz o seu bebê”. O choro manifesta o desconforto do novo desafio.
Muito adequada, pedagógica, essa analogia com a ressurreição que nos espera a todos. Partem do nosso meio nossos entes queridos. Sepultamos seus restos mortais. Não os vemos mais fisicamente. Mas eles não morreram. Vivem em Deus, com todos os que já partiram deste mundo para a nova, eterna e plena vida preparada por Jesus a todos os que se deixaram amar por ele na existência terrena.
A nós que ainda vivemos na terra, cada momento seja de acolhida do amor e da graça do Senhor, garantia de uma nova vida em Deus e com Deus. Aos que já foram chamados para a eternidade, “dai-lhes, Senhor, pela vossa misericórdia, o eterno repouso!”
Veja mais fotos desta celebração
.