No ano que vem estaremos celebrando os 15 anos da instalação da Diocese de Blumenau, constituída pelo desmembramento de três dioceses de Santa Catarina: Florianópolis, Joinville e Rio do Sul.
Já foi percorrida uma caminhada e, mesmo sendo muito jovem – senão a “caçula” do Estado – a nossa Diocese, estimulada pelos documentos do Magistério e das orientações da CNBB, sente-se incentivada a passar de uma pastoral de mera “conservação” para uma pastoral “missionária”. Seguindo a pedagogia que Jesus adotou com os discípulos de Emaús, cinco anos atrás nos concentramos na leitura orante da Palavra de Deus; ressaltando a importância da Eucaristia como cume e fonte de todo o nosso agir, e entramos no triênio missionário que nos fez refletir e trabalhar em favor da família, dos jovens e de todas as lideranças da nossa Diocese.
No agir pastoral há sempre uma dialética: de um lado as inúmeras pastorais, atividades e iniciativas enxugam as nossas energias e revelam a preocupação de “conservar” tudo o que até hoje foi construído, para manter as nossas “ovelhinhas” dentro do redil. Por outro lado, a Igreja continua repetindo que é necessário deixar as 99 ovelhas e ir à procura daquela que se perdeu. Muitas vezes, chegamos à triste constatação de que se encontram mais ovelhas fora do que as poucas ovelhas que conseguimos segurar com a nossa pastoral ordinária.
Às vezes, a ideia de que muitas pessoas não tenham conhecido o Evangelho aparece no horizonte dos pensamentos; chegamos até a pensar naquelas que não são atingidas pelas nossas iniciativas pastorais; mas logo esses pensamentos são cancelados, pela sobrecarga de trabalho que as estruturas das nossas pastorais exigem.
A Missão Diocesana que vem aí quer se tornar um estímulo para as comunidades. Somos todos chamados à missão, a sair de uma fé estática, ancorada em nossos comodismos e sentimentos de autossuficiência, para uma fé fundamentada na vivência do Evangelho, para uma fé de testemunho e de missão. Aceitemos esse convite, aceitemos esse desafio que vem do nosso padroeiro São Paulo: “Ai de mim se não evangelizar”.