“Comecei a celebrar a Missa da Saúde em Blumenau no ano de 1995” – declara Pe. João Bachmann, Vigário Geral da Diocese de Blumenau e Pároco da Catedral São Paulo Apóstolo, que nos recebeu em sua sala de atendimento para falar dessa iniciativa evangelizadora, sem dúvida já consolidada entre nós.
Neste ano de 2010, portanto, rendemos graças a Deus por ininterruptos quinze anos, em que o povo da nossa cidade e da nossa região teve e continua tendo a oportunidade de, mensalmente, na última sexta-feira, louvar a Deus pela saúde e rezar pelos doentes.
Desde seus inícios, a Missa da Saúde tem atraído verdadeiras multidões. Houve ocasiões em que a Missa chegou a atingir a faixa dos 20 mil participantes.
Nesta última Missa da Saúde, dia 30 de julho, a Catedral esteve lotada. Sem dúvida, trata-se da manifestação de uma grande busca de conforto diante das dores, doenças, dificuldades, pelas quais passa o nosso povo, nossas famílias.
As pessoas testemunham curas e benefícios
“São as próprias pessoas que testemunham curas, graças alcançadas, alívio nos sofrimentos, na Missa da Saúde – assegura Pe. João. E continua ele – não só benefícios corporais. Há referências a curas de sentimentos, emoções, mágoas, ofensas, ressentimentos”. Portanto, percebe-se efetiva libertação de males que possibilitam uma vida mais feliz, mais esperançosa.
E se imaginarmos que cada participante é integrante de uma família de, no mínimo quatro pessoas, ampliam-se os efeitos positivos dessa experiência de fé, de encontro com o Deus da Vida na comunidade, na sociedade.
Chás e ambiente de acolhida
Ao irem chegando para a Missa da Saúde, conta Pe. João, “todos têm a possibilidade de beber chás de ervas medicinais abençoados. Uma equipe de voluntários prepara quantidade e diversidade que possa satisfazer a procura”. Em torno de 5 ou 6 tipos de chás, à base dessas mesmas ervas são cuidadosamente preparados. E percebe-se a louvável atitude de levar o chá bento para os que ficaram em casa, para os vizinhos doentes. É a fé e a solidariedade movendo os corações no rumo do projeto amoroso de Deus.
Nossos avôs e avós curavam-se com ervas medicinais. Se retrocedermos um pouco mais, a cura pelas ervas medicinais era praticada pelos índios, que já viviam em nossa terra em torno de 20 mil anos antes do descobrimento.
A fitoterapia ou homeopatia, a terapia pelas plantas medicinais é cada vez mais utilizada, inclusive por órgãos governamentais voltados para a saúde do povo.
Afirma-se que, para cada enfermidade antiga ou nova, Deus providenciou uma planta no mundo para a sua cura ou prevenção. Precisamos conhecê-las e delas nos servirmos para termos "vida e vida em abundância" (Jo 10,10).
“Aquele que amas está enfermo” (Jo 11,3)
O evangelho de João atribui esta palavra às duas irmãs de Lázaro. Ele estava enfermo e elas mandaram comunicar a Jesus esta notícia. Pe. Bachmann, justamente, acentua a lição desse significativo texto bíblico.
"A grande mensagem desta passagem bíblica e de toda a revelação é a de que Deus nos ama a todos. Mas podemos também ali constatar que ele tem uma preferência: os sofredores" – declara o Pároco da Catedral.
A Igreja jamais pode omitir-se dessa preferência igualmente. O amor de Jesus pelos enfermos deve ter a sua continuidade nos seus seguidores, nos membros da Igreja.
E os textos garantem o poder de cura que o próprio Jesus passa para os seus apóstolos e discípulos. Portanto, trata-se de questão de fé e solidariedade do ministro indo ao encontro daqueles que Deus ama especialmente.
Lourdes, na França, testemunho vivo do amor de Deus pelos enfermos
Ainda o Vigário Geral da Diocese de Blumenau referiu-se à sua recente viagem à Europa com nosso Bispo Dom José Negri e um grupo de padres e leigos.
“Fiquei muito impressionado quando estive em Lourdes – afirma ele – não só dessa vez, mas em outras ocasiões em que lá pude estar. Os doentes – continua Pe. João – são levados em suas macas e cadeiras de roda por profissionais de saúde até a Basílica de Nossa Senhora, até a gruta das aparições; daquela abençoada fonte recebem água para beberem; acompanham a procissão e a bênção do Santíssimo”.
Não descurando a exigência preventiva, a necessidade de políticas públicas de saúde
Sabemos que rezar com e pelos enfermos já é importantíssimo. Há, porém, urgência, necessidade tanto da parte de Igreja como da parte dos governantes, de mobilizar, articular, capacitar lideranças que promovam a saúde do nosso povo através de políticas públicas, organismos e infra-estruturas favoráveis nesse sentido.
Mas 15 anos de Missa da Saúde é grande motivo de louvor e ação de graças
Pe. João Bachmann reconhece que seu trabalho junto aos doentes só foi possível “porque muitas pessoas generosas abraçaram comigo essa causa”. E diga-se alto e bom som: não desanimaram. Pelo contrário, mesmo diante de incompreensões e obstáculos, continuaram a seu lado na divulgação, na organização, na preparação dos chás, na preparação do lanche para o povo, na animação da liturgia.
Enfim, é a Igreja em Blumenau que rende graças ao Pai Eterno pelo 15º aniversário da Missa da Saúde em nossa cidade, por todos os que, de uma forma ou de outra, levam adiante, sustentam essa iniciativa visceralmente evangelizadora em nosso contexto sócio-político-religioso.
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