Dia 05 de outubro de 2010
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 05 de outubro de 2010
Terça-feira da 27 semana do Tempo Comum
A Igreja celebra hoje: São Benedito, o Negro (1526-1589) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=5&Mes=10
Carta aos Gálatas 1,13-24:
Ouvistes falar do meu procedimento outrora no judaísmo: com que excesso perseguia a Igreja de Deus e procurava devastá-la;
e no judaísmo ultrapassava a muitos dos compatriotas da minha idade, tão zeloso eu era das tradições dos meus pais.
Mas quando aprouve a Deus – que me escolheu desde o seio de minha mãe e me chamou pela sua graça –
revelar o seu Filho em mim, para que o anuncie como Evangelho entre os gentios, não fui logo consultar criatura humana alguma,
nem subi a Jerusalém para ir ter com os que se tornaram Apóstolos antes de mim. Parti, sim, para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.
A seguir, passados três anos, subi a Jerusalém, para conhecer a Cefas, e fiquei com ele durante quinze dias.
Mas não vi nenhum outro Apóstolo, a não ser Tiago, o irmão do Senhor.
O que vos escrevo, digo-o diante de Deus: não estou a mentir.
Seguidamente, fui para as regiões da Síria e da Cilícia.
Mas não era pessoalmente conhecido das igrejas de Cristo que estão na Judeia.
Apenas tinham ouvido dizer: «Aquele que nos perseguia outrora, anuncia agora, como Evangelho, a fé que então devastava.»
E, por causa de mim, glorificavam a Deus.
Livro de Salmos 139(138),1-3.13-14.15:
Senhor, Tu examinaste-me e conheces-me,
sabes quando me sento e quando me levanto; à distância conheces os meus pensamentos.
Vês-me quando caminho e quando descanso; estás atento a todos os meus passos.
Tu modelaste as entranhas do meu ser e formaste-me no seio de minha mãe.
Dou-te graças por tão espantosas maravilhas; admiráveis são as tuas obras.
Quando os meus ossos estavam a ser formados, e eu, em segredo, me desenvolvia, tecido nas profundezas da terra, nada disso te era oculto.
Evangelho segundo S. Lucas 10,38-42:
Continuando o seu caminho, Jesus entrou numa aldeia. E uma mulher, de nome Marta, recebeu-o em sua casa.
Tinha ela uma irmã, chamada Maria, a qual, sentada aos pés do Senhor, escutava a sua palavra.
Marta, porém, andava atarefada com muitos serviços; e, aproximando-se, disse: «Senhor, não te preocupa que a minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe, pois, que me venha ajudar.»
O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e perturbada com muitas coisas;
mas uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurada Isabel da Trindade (1880-1906), carmelita
Último retiro, 10º – 11º dias (OC, Cerf 1991, pp.173ss.)
«Maria, sentada aos pés do Senhor, escutava a Sua palavra»
Para que nada me tire do belo silêncio interior, [manterei] sempre a mesma condição, o mesmo isolamento, o mesmo distanciamento, o mesmo despojamento. Se os meus desejos, os meus medos, as minhas alegrias ou as minhas dores […] não estiverem perfeitamente ordenados para Deus, não estarei sozinha e haverá ruído em mim; por isso, é preciso serenidade, «repouso das potências», concentração do ser. «Filha, escuta, vê e presta atenção; esquece o teu povo e a casa do teu pai. Porque o rei deixou-se prender pela tua beleza» [Sl 45 (44),11-12]. […] Esquecer o próprio povo parece-me difícil; porque aqui «povo» é todo este mundo, que faz, por assim dizer, parte de nós mesmos: é a sensibilidade, são as memórias, as impressões, etc. […] Quando a alma faz essa ruptura, quando se liberta de tudo isso, o Rei fica prisioneiro da sua beleza. […]
Vendo o belo silêncio que reina na Sua criatura e considerando que está absolutamente recolhida […], o Criador fá-la passar por esta solidão imensa, infinita, [retira-a] para esse «lugar seguro» cantado pelo profeta [Sl 18 (17),20] e que outra coisa não é se não Ele próprio. […] «Ao deserto a conduzirei, para lhe falar ao coração» (Os 2,16). Ei-la, a alma entrada nessa vasta solidão em que Deus Se fará ouvir! São Paulo diz: «A palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas» (Hb 4,12). Portanto, será ela quem diretamente completará o trabalho do despojamento na alma. […]
Mas não é suficiente ouvir a palavra, é necessário guardá-la! (Jo 14, 23) E é guardando-a que a alma será «consagrada na verdade» (Jo 17, 17); é esse o desejo do Mestre […]: não prometeu Ele àquele que guarda a Sua palavra que: «meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada»? (Jo 14, 23) É toda a Trindade que habita na alma que a ama verdadeiramente, ou seja, que guarda a Sua palavra.