Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavra de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 16 de março de 2010
Terça-feira da 4ª semana da Quaresma
Hoje a Igreja celebra: Santo Heriberto (970 +1021) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=16&Mes=3
Livro de Ezequiel 47,1-9.12:
Conduziu-me para a entrada do templo, e eis que saía água da sua parte subterrânea, em direção ao oriente, porque o templo estava voltado para oriente. A água brotava da parte de baixo do lado direito do templo, a sul do altar.
Fez-me sair pelo pórtico setentrional e contornar o templo por fora, até ao pórtico exterior oriental; vi rebentar a água do lado direito.
O homem avançou para oriente com o cordel que tinha na mão, e mediu mil côvados; depois fez-me atravessar a água; ela chegava-me até aos tornozelos.
Mediu ainda mil côvados e fez-me atravessar a água; ela chegava-me aos joelhos. Mediu ainda mil côvados e fez-me atravessar a água; chegava-me aos quadris.
Mediu ainda mil côvados; era uma torrente que eu não conseguia atravessar, porque a água era tão profunda que era necessário nadar. Efetivamente, era uma torrente que não se podia atravessar.
E Ele disse-me: "Viste, filho de homem?" E levou-me até à beira da torrente.
Quando aí cheguei, eis que havia à beira da torrente grande quantidade de árvores, em cada uma das margens.
Ele disse-me: "Esta água corre para o território oriental, desce para a Arabá e dirige-se para o mar; quando chegar ao mar, as suas águas tornar-se-ão salubres.
Por onde quer que a torrente passar, todo o ser vivo que se move viverá. O peixe será muito abundante, porque aonde quer que esta água chegar, tornar-se-á salubre; e a vida desenvolver-se-á por toda a parte aonde ela chegar.
Ao longo da torrente, nas suas margens, crescerá toda a sorte de árvores frutíferas, cuja folhagem não murchará e cujos frutos nunca cessam: produzirão todos os meses frutos novos, porque esta água vem do Santuário. Os frutos servirão de alimento e as folhas, de remédio."
Livro de Salmos 46(45),2-3.5-6.8-9:
Deus é o nosso refúgio e a nossa força, ajuda permanente nos momentos de angústia.
Por isso, não temos medo, mesmo que a terra trema, mesmo que as montanhas se afundem no mar;
Um rio, com os seus canais, alegra a cidade de Deus, a mais santa entre as moradas do Altíssimo.
Deus está no meio dela, não pode vacilar; Deus irá em seu auxílio, ao romper do dia.
O SENHOR do universo está connosco! O Deus de Jacó é a nossa fortaleza!
Vinde e contemplai as obras do SENHOR, as maravilhas que Ele realizou na terra.
Evangelho segundo S. João 5,1-16:
Depois disto, havia uma festa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém.
Em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, há uma piscina, em hebraico chamada Betesda. Tem cinco pórticos,
e neles jaziam numerosos doentes, cegos, coxos e paralíticos. Estava ali um homem que padecia da sua doença há trinta e oito anos.
Jesus, ao vê-lo prostrado e sabendo que já levava muito tempo assim, disse-lhe:«Queres ficar são?»
Respondeu-lhe o doente: «Senhor, não tenho ninguém que me meta na piscina quando se agita a água, pois, enquanto eu vou, algum outro desce antes de mim».
Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma o teu leito e anda.»
E, no mesmo instante, aquele homem ficou são, agarrou o seu leito e começou a andar. Ora, aquele dia era de sábado.
Por isso os judeus diziam ao que tinha sido curado: «É sábado e não te é permitido transportar o teu leito.»
Ele respondeu-lhes: «Quem me curou é que me disse: ‘Toma o teu leito e anda’.»
Perguntaram-lhe, então: «Quem é esse homem que te disse: ‘Toma o teu leito e anda’?»
Mas o que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus se tinha afastado da multidão ali reunida.
Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Vê lá: ficaste curado. Não peques mais, para que não te suceda coisa ainda pior.»
O homem foi-se embora e comunicou aos judeus que fora Jesus quem o tinha curado.
E foi por isto, por Jesus realizar tais coisas em dia de sábado, que os judeus começaram a persegui-lo.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Jean Tauler (c. 1300-1361), dominicano de Estrasburgo
Sermão 8 (a partir da trad. de Cerf 1991, p. 63)
«Levanta-te, toma a tua enxerga e anda»
Nosso Senhor foi à piscina de Betesda; encontrou um homem doente há trinta e oito anos, e disse-lhe: «Queres ser curado?» […] Meus filhos, reparai bem que este doente permaneceu ali longos anos. Este doente estava destinado a servir a glória de Deus, e não a morte (Jo 11,4). Oh, se quiséssemos esforçar-nos por compreender, em espírito de verdadeira paciência, o ensinamento profundo contido no fato de o doente ter esperado trinta e oito anos que Deus o curasse e ordenasse que se fosse embora!
Isto destina-se às pessoas que, mal começando uma vida ligeiramente diferente e não vendo produzir-se de imediato as grandes coisas esperadas, crêem estar tudo perdido e se queixam de Deus como se Ele as tratasse injustamente. São poucos os homens que possuem esta nobre virtude de se abandonarem e se resignarem, que se aceitam como são e suportam a própria enfermidade, os próprios obstáculos e as próprias tentações, até que o próprio Senhor os cure. […] Que poder e que autoridade são dados a este homem! Na verdade, é a ele que é dito: «Levanta-te, não podes continuar deitado, deves sair triunfante do cativeiro, ser salvo e andar em total liberdade; levarás a tua cama, ou seja, aquilo que antes te levava a ti, e deves erguê-la e levá-la agora com autoridade e força.» Aquele que o próprio Senhor libertar será bem libertado, andará cheio de alegria e, após esta longa espera, obterá uma liberdade maravilhosa, de que são privados todos os que julgam que se libertam a si mesmos quebrando os seus laços antes do tempo.