Leituras Bíblicas
Dia 09 de janeiro de 2010
Sábado depois da Epifania
Hoje a Igreja celebra: Santo Adriano (635-710) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=9&Mes=1
1ª Carta de S. João (5,14-21):
Esta é a plena confiança que nele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos. E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos. Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze. Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte. Nós bem sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, mas o Filho de Deus o guarda, e o Maligno não o apanha. E bem sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno. Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro, é Deus e é vida eterna. Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
Livro de Salmos [149(148),1-2.3-4.5-6.9]:
Cantai ao SENHOR um cântico novo; louvai-o na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel no seu criador; regozije-se o povo de Sião no seu rei!
Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe ao som de harpas e tambores!
SENHOR ama o seu povo e honra os humildes com a vitória!
Exultem de alegria os fiéis pelo triunfo de Deus e cantem jubilosos em seus leitos!
Entoem bem alto os louvores de Deus, com a espada de dois gumes na mão,
para lhes aplicarem a sentença que estava determinada. Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho segundo S. João (3,22-30)
Depois disto, Jesus foi com os seus discípulos para a região da Judeia e ali convivia com eles e batizava. Também João estava a batizar em Enon, perto de Salim, porque havia ali águas abundantes e vinha gente para ser batizada. João, de fato, ainda não tinha sido lançado na prisão. Então levantou-se uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, acerca dos ritos de purificação. Foram ter com João e disseram-lhe: «Rabi, aquele que estava contigo na margem de além-Jordão, aquele de quem deste testemunho, está a batizar, e toda a gente vai ter com Ele.» João declarou: «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu. Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: ‘Eu não sou o Messias, mas apenas o enviado à sua frente.’ O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do esposo, que está ao seu lado e o escuta, sente muita alegria com a voz do esposo. Pois esta é a minha alegria! E tornou-se completa! Ele é que deve crescer, e eu diminuir.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Diádoco de Foticeia (c. 400-?), bispo
A Perfeição Espiritual, 12-14; PG 65, 1171 (a partir da trad. de Solesmes, Leccionário, t. 2, p. 151 rev.)
«Mas o amigo do esposo, que está ao seu lado […], sente muita alegria»
A glória convém a Deus devido à sua grandeza e a humildade convém ao homem porque faz dele família de Deus. Se assim agirmos, ficaremos alegres a exemplo de São João Batista, e começaremos a repetir sem descanso: «Ele é que deve crescer e eu diminuir».
Conheço uma pessoa que ama tanto a Deus – embora se aflija por não o amar tanto como gostaria –, que a sua alma experimenta sem cessar este desejo ardente: que Deus seja glorificado nele e que ele próprio se apague. Um homem assim não sabe quem é, ainda que receba elogios, porque, no seu grande desejo de se humilhar, não pensa na sua própria dignidade. Cumpre o culto divino […] mas, na sua extrema disposição de amor para com Deus, enterra a lembrança da sua própria dignidade no abismo do seu amor a Deus […], apaga o orgulho que daí retiraria para nunca parecer, ao seu próprio julgamento, senão como um servo inútil (Lc 17,10). […] É o que devemos fazer também: evitar todas as honrarias e todas as glórias por causa da riqueza transbordante de amor do Senhor que tanto nos amou.
Aquele que ama a Deus do fundo do coração é por Ele reconhecido. Com efeito, na medida em que acolhemos o amor de Deus no fundo da nossa alma, nessa mesma medida, temos o amor de Deus. É por isso que, de agora em diante, um tal homem vive numa paixão ardente pela iluminação do conhecimento, até que venha a saborear uma grande plenitude interior. Nesse momento, já não se reconhece a si mesmo, fica inteiramente transformado pelo amor de Deus. Um homem assim está nesta vida sem aqui estar. Embora continue a habitar o corpo, sai dele continuamente, pelo movimento do amor da alma, que o transporta para Deus. Daí em diante, nunca mais pára: com o coração a arder no fogo do amor, permanece agarrado a Deus de forma irresistível porque, pelo amor de Deus, foi arrancado definitivamente à amizade para consigo mesmo.