Leituras Bíblicas
Dia 29 de abril de 2011
Ano da Liturgia – Tema: “Eucaristia, fonte e cume da vida e missão da Igreja”
– Lema: Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram” (Lc 24,31)
6ª feira na Oitava da Páscoa
Livro dos Atos dos Apóstolos 4,1-12:
Estando eles a falar ao povo, surgiram os sacerdotes, o comandante do templo e os saduceus,
irritados por vê-los a ensinar o povo e a anunciar, na pessoa de Jesus, a ressurreição dos mortos.
Deitaram-lhes as mãos e prenderam-nos até ao dia seguinte, pois já era tarde.
No entanto, muitos dos que tinham ouvido a Palavra abraçaram a fé, e o número dos crentes elevou-se a cerca de cinco mil.
No dia seguinte, os chefes dos judeus, os anciãos e os escribas reuniram-se em Jerusalém
com o Sumo Sacerdote Anás, e ainda Caifás, João, Alexandre e todos os membros das famílias dos sumos sacerdotes.
Mandaram comparecer os Apóstolos diante deles e perguntaram-lhes: «Com que poder ou em nome de quem fizestes isso?»
Então Pedro, cheio do Espírito Santo, disse-lhes: «Chefes do povo e anciãos,
já que hoje somos interrogados sobre um benefício feito a um enfermo e sobre o modo como ele foi curado,
ficai sabendo todos vós e todo o povo de Israel: É em nome de Jesus Nazareno, que vós crucificastes e Deus ressuscitou dos mortos, é por Ele que este homem se apresenta curado diante de vós.
Ele é a pedra que vós, os construtores, desprezastes e que se transformou em pedra angular.
E não há salvação em nenhum outro, pois não há debaixo do céu qualquer outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar.»
Livro de Salmos 118(117),1-2.4.22-24.25-27a:
Louvai o Senhor, porque Ele é bom, porque o seu amor é eterno.
Diga a casa de Israel: «O seu amor é eterno.»
Digam os que crêem no Senhor: «O seu amor é eterno.»
A pedra que os construtores rejeitaram veio a tornar-se pedra angular.
Isto foi obra do Senhor e é um prodígio aos nossos olhos.
Este é o dia da vitória do Senhor: cantemos e alegremo-nos nele!
Senhor, salva-nos! Senhor, dá-nos a vitória!
Bendito o que vem em nome do Senhor! Da casa do Senhor nós vos abençoamos.
O Senhor é Deus; Ele tem-nos iluminado! Entrançai as ramagens de festa até às hastes do altar.
Evangelho segundo S. João 21,1-14:
Algum tempo depois, Jesus apareceu outra vez aos discípulos, junto ao lago de Tiberíades, e manifestou-se deste modo:
estavam juntos Simão Pedro, Tomé, a quem chamavam o Gémeo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos.
Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar.» Eles responderam-lhe: «Nós também vamos contigo.» Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.
Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele.
Jesus disse-lhes, então: «Moços, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.»
Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.
Então, o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: «É o Senhor!» Simão Pedro, ao ouvir que era o Senhor, vestiu sau roupa porque estava nu, e lançou-se à água.
Os outros discípulos vieram no barco, puxando a rede com os peixes; com efeito, não estavam longe da terra, mas apenas a uns noventa metros.
Ao saltarem para terra, viram umas brasas preparadas com peixe em cima e pão.
Jesus disse-lhes: «Trazei dos peixes que apanhastes agora.»
Simão Pedro subiu à barca e puxou a rede para terra, cheia de peixes grandes: cento e cinquenta e três. E, apesar de serem tantos, a rede não se rompeu.
Disse-lhes Jesus: «Vinde almoçar.» E nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar-lhe: «Quem és Tu?», porque bem sabiam que era o Senhor.
Jesus aproximou-se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe.
Esta já foi a terceira vez que Jesus apareceu aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Pedro Crisólogo (406?-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja
Sermão 78, PL 52, 420
«Jesus apresentou-Se na margem»
Depois da Sua Paixão, cujo tumulto surpreendeu a terra, assustou o céu, assombrou os séculos e desolou os infernos, o Senhor veio até à beira-mar e reparou que os discípulos erravam nas águas em plena noite, sujeitos a uma obscura ondulação. O sol ainda vinha longe e nem a luz da lua, nem o céu estrelado conseguiam acalmar a angústia duma noite assim. Diz o Evangelho que «ao romper do dia, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele». A Criação inteira fugira ao ultraje infligido ao seu Criador, a terra assistira ao tremor das suas fundações e à sua falência, o sol desaparecera para não ter de olhar, o dia retirara-se para não ter de assistir e, apesar da sua dureza, as rochas fenderam-se. O inferno vê o seu próprio Juiz chegar às suas entranhas e, vencido, solta os seus cativos com um grito de dor (Mt 27,45-52).
O mundo inteiro fora lançado na confusão e nem sequer duvidara que, com a morte do Criador, fora mergulhado de novo nas trevas primordiais e no antigo caos (Gn 1,2). Mas de repente, na luz da Sua Ressurreição, o Senhor resgata o dia e devolve ao mundo o seu aspecto de sempre. Vem para fazer ressurgir com Ele, na Sua glória, todos os que andavam abatidos de tristeza: «Ao romper do dia, Jesus apresentou-Se na margem». Em primeiro lugar, vem reconduzir a Sua Igreja à segurança da fé, já que encontrou os Seus discípulos privados dela e despojados das suas forças. Estavam lá Pedro, que O negou, Tomé, que não acreditou, João, que fugiu, e por isso não lhes fala como a valentes soldados, mas como a crianças assustadas: «Moços, tendes alguma coisa para comer?». Deste modo os discípulos serão chamados à graça pela Sua humanidade, à confiança pelo pão, e à fé pelo sustento. Com efeito, só acreditariam na Ressurreição do Seu corpo se O vissem ceder às vicissitudes da existência e comer. Por isso pede comida Aquele que é a abundância de todos os bens, e come Ele próprio do pão porque tem fome não de alimento, mas do amor dos Seus: ««Moços, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-Lhe: «Não»». E o que podiam eles ter, uma vez que já não tinham consigo a Cristo – embora Ele estivesse ali, no meio deles – e não viam o Senhor, se bem que O tivessem diante dos olhos? «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar».
Intenções do Apostolado da Oração para o mês de abril:
Geral: Para que a Igreja saiba oferecer às novas gerações, através do anúncio crível do Evangelho, razões sempre novas de vida e de esperança
Missionária: Para que com a proclamação do Evangelho e o testemunho de vida, os missionários saibam levar Cristo àqueles que ainda não o conhecem.