4ª-feira da 23ª Semana Do Tempo Comum
9 de Setembro de 2020
Cor: Branco
Evangelho – Lc 6,20-26
Bem-aventurados vós, os pobres.
Mas, ai de vós, ricos.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 6,20-26:
Naquele tempo:
20 Jesus levantando os olhos para os seus discípulos, disse:
‘Bem-aventurados vós, os pobres,
porque vosso é o Reino de Deus!
21 Bem-aventurados, vós que agora tendes fome,
porque sereis saciados!
Bem-aventurados vós, que agora chorais,
porque havereis de rir!
22 Bem-aventurados, sereis quando os homens vos odiarem,
vos expulsarem, vos insultarem
e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem!
23 Alegrai-vos, nesse dia, e exultai
pois será grande a vossa recompensa no céu;
porque era assim
que os antepassados deles tratavam os profetas.
24 Mas, ai de vós, ricos,
porque já tendes vossa consolação!
25 Ai de vós, que agora tendes fartura,
porque passareis fome!
Ai de vós, que agora rides,
porque tereis luto e lágrimas!
26 Ai de vós quando todos vos elogiam!
Era assim que os antepassados deles
tratavam os falsos profetas.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Isaac da Estrela (?-c. 1171)
monge cisterciense
Sermão 2 para o dia de Todos os Santos, 13-20
«Bem-aventurados vós, que agora chorais»
«Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir». Através desta palavra, o Senhor quer fazer-nos compreender que o caminho da alegria é o pranto. É pela desolação que se chega à consolação; é perdendo a vida que ela se encontra, é rejeitando-a que a conservamos, é odiando-a que a amamos, é desprezando-a que a conservamos (cf Mt 16,24s). Se queres conhecer-te e ter autodomínio, entra em ti mesmo e não te procures no exterior. […] Cai em ti, pecador, recolhe-te na tua essência, no teu coração.
[…] Não é certo que o homem que entra em si mesmo descobre que se encontra longe, como o filho pródigo, numa região de dissemelhança, numa terra estrangeira, onde se senta e chora, recordando-se de seu pai e da sua pátria (cf Lc 15,17)? […] «Adão, onde estás ?» (Gn 3,9) Talvez estejas ainda na obscuridade para não te encarares a ti mesmo; coses folhas de vaidade umas às outras para cobrir a tua vergonha, olhando o que tens à volta e o que é teu. […] Olha para o teu interior, olha para ti. […] Entra dentro de ti, pecador, regressa à tua alma. Contempla e chora esta alma sujeita à vaidade e à agitação, que não se consegue libertar do seu cativeiro. […]
É evidente, irmãos, que vivemos fora de nós, esquecidos de nós, de cada vez que nos dispersamos em ninharias ou em distrações, de cada vez que nos regalamos com futilidades. É por isso que a Sabedoria leva a peito convidar-nos para a casa do arrependimento antes de nos convidar para a casa do banquete, como que para chamar a si o homem que andava no exterior de si mesmo, dizendo-lhe: «Bem-aventurados vós, que agora chorais» e também: «Ai de vós, que rides agora». Meus irmãos, gemamos na presença do Senhor, cuja bondade leva ao perdão; convertamo-nos a Ele «com jejuns, com lágrimas, com gemidos» (Jl 2,12) para que um dia […] as suas consolações façam rejubilar a nossa alma. Com efeito, felizes são os que choram, não por chorarem, mas porque serão consolados. O pranto é o caminho; a consolação é a beatitude.
Com o Papa e toda a Igreja, neste mês de setembro, rezemos na seguinte intenção:
Intenção de oração universal – Respeito pelos recursos do planeta
Rezemos para que os recursos do planeta não sejam saqueados, mas partilhados de forma justa e respeitosa.