Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavra de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 18 de março de 2010
Quinta-feira da 4ª da Quaresma
Hoje a Igreja celebra: São Cirilo de Jerusalém (315+386) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=18&Mes=3&SantoID=79
Livro de Êxodo 32,7-14:
O Senhor disse a Moisés: «Vai, desce, porque o teu povo, aquele que tiraste do Egito, está pervertido.
Desviaram-se bem depressa do caminho que lhes prescrevi. Fizeram um bezerro de metal fundido, prostraram-se diante dele, ofereceram-lhe sacrifícios e disseram: «Israel, aqui tens o teu deus, aquele que te fez sair do Egito.»
O Senhor prosseguiu: «Vejo bem que este povo é um povo de cerviz dura.
Agora, deixa-me; a minha cólera vai inflamar-se contra eles e destruí-los-ei. Mas farei de ti uma grande nação.»
Moisés implorou ao Senhor, seu Deus, dizendo-lhe: «Porquê, Senhor, a tua cólera se inflamará contra o teu povo, que fizeste sair do Egito com tão grande poder e com mão tão poderosa?
Não é conveniente que se possa dizer no Egito: ‘Foi com má intenção que Ele os fez sair, foi para os matar nas montanhas e suprimi-los da face da Terra!’ Não te deixes dominar pela cólera e abandona a decisão de fazer mal a este povo.
Recorda-te de Abraão, de Isaac e de Israel, teus servos, aos quais juraste por ti mesmo: tornarei a vossa descendência tão numerosa como as estrelas do céu e concederei à vossa posteridade esta terra de que falei, e eles hão de recebê-la como herança eterna.»
E o Senhor arrependeu-se das ameaças que proferira contra o seu povo.
Livro de Salmos 106(105),19-20.21-22.23:
Fizeram um bezerro de ouro no Horeb e adoraram um ídolo de metal fundido.
Trocaram assim o seu Deus glorioso pela figura de um animal que come feno.
Esqueceram a Deus, que os salvara, que realizara prodígios no Egito,
maravilhas do país de Cam, feitos gloriosos no Mar dos Juncos.
Deus decidiu aniquilá-los. Moisés, porém, seu escolhido, intercedeu junto dele, para acalmar a sua ira destruidora.
Evangelho segundo S. João 5,31-47:
«Se Eu testemunhasse a favor de mim próprio, o meu testemunho não teria valor;
há outro que testemunha em favor de mim, e Eu sei que o seu testemunho, favorável a mim, é verdadeiro.
Vós enviastes mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade.
Não é, porém, de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para vos salvardes.
João era uma lâmpada ardente e luminosa, e vós, por um instante, quisestes alegrar-vos com a sua luz.
Mas tenho a meu favor um testemunho maior que o de João, pois as obras que o Pai me confiou para levar a cabo, essas mesmas obras que Eu faço, dão testemunho de que o Pai me enviou.
E o Pai que me enviou mantém o seu testemunho a meu favor. Nunca ouvistes a sua voz, nem vistes o seu rosto,
nem a sua palavra permanece em vós, visto não crerdes neste que Ele enviou.
Investigai as Escrituras, dado que julgais ter nelas a vida eterna: são elas que dão testemunho a meu favor.
Vós, porém, não quereis vir a mim, para terdes a vida!
Eu não ando à procura de receber glória dos homens;
a vós já vos conheço, e sei que não há em vós o amor de Deus.
Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis; se outro viesse em seu próprio nome, a esse já o receberíeis.
Como vos é possível acreditar, se andais à procura da glória uns dos outros, e não procurais a glória que vem do Deus único?
Não penseis que Eu vos vou acusar diante do Pai; há quem vos acuse: é Moisés, em quem continuais a pôr a vossa esperança.
De fato, se acreditásseis em Moisés, talvez acreditásseis em mim, porque ele escreveu a meu respeito.
Mas, se vós não acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Concílio Vaticano II
Constituição dogmática sobre a Revelação Divina (Dei Verbum), §§ 14-16
«Investigai as Escrituras […]: são elas que dão testemunho a Meu favor.»
Deus amantíssimo, desejando e preparando com solicitude a salvação de todo o gênero humano, escolheu por especial providência um Povo a quem confiar as Suas promessas. […] A «economia» da salvação, de antemão anunciada, narrada e explicada pelos autores sagrados, encontra-se nos livros do Antigo Testamento, como verdadeira Palavra de Deus. Por isso, estes livros divinamente inspirados conservam o seu valor perene: «Tudo quanto está escrito para nossa instrução está escrito para que, por meio da paciência e da consolação que nos vêm da Escritura, tenhamos esperança» (Rm 15,4).
A «economia» do Antigo Testamento destinava-se sobretudo a preparar, a anunciar profeticamente e a simbolizar com várias figuras o advento de Cristo, redentor universal, e o do reino messiânico. Mas os livros do Antigo Testamento, segundo a condição do gênero humano antes do tempo da salvação estabelecida por Cristo, manifestam a todos o conhecimento de Deus e do homem, e o modo como Deus, justo e misericordioso, trata os homens. Tais livros, apesar de conterem também coisas imperfeitas e transitórias, revelam contudo a verdadeira pedagogia divina. Por isso, os fiéis devem receber com devoção estes livros, que exprimem o vivo sentido de Deus, nos quais se encontram sublimes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria salutar a respeito da vida humana, bem como admiráveis tesouros de preces, nos quais, finalmente, está latente o mistério da nossa salvação.
Foi por isso que Deus, inspirador e autor dos livros dos dois testamentos, dispôs tão sabiamente as coisas, que o Novo Testamento está latente no Antigo, e o Antigo Testamento está patente no Novo. Pois, apesar de Cristo ter alicerçado a Nova Aliança no Seu sangue, os livros do Antigo Testamento, ao serem integralmente assumidos na pregação evangélica, adquirem e manifestam a sua plena significação no Novo Testamento, que por sua vez iluminam e explicam.