Homilética: III domingo do Tempo Comum

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Comentário sobre a liturgia do Pe. Antonio Rivero, L.C., Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no seminário diocesano Maria Mater Ecclesiae de são Paulo (Brasil)

Por Pe. Antonio Rivero, L.C.

SãO PAULO, 20 de Janeiro de 2015 (Zenit.org) – COMENTARIO A LITURGIA DOMINICAL

Domingo 3 do Tempo Ordinário – Ciclo B

Textos: Jon 3, 1-5.10; 1 Cor 7, 29-31; Mc 1, 14-20

Pe. Antonio Rivero, L.C. Doutor em Teologia Espiritual, professor e diretor espiritual no seminário diocesano Maria Mater Ecclesiae de são Paulo (Brasil).

Ideia principal: Cristo chama uns quantos para que o ajudem, no corpo e na alma, na obra da salvação, às vinte quatro horas do dia, os sete dias da semana e os doze meses do ano.

Síntese da mensagem: No domingo passado o Senhor fazia uma pergunta aos que o seguiam: “Quem buscais?”. Hoje lhes fala com um imperativo categórico e uma promessa: “segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”. Deus chamou também Jonas e lhe deu uma missão: “Vai a Nínive e anuncia a mensagem que eu te indicarei” (primeira leitura). Missão que urge, pois a vida é curta (segunda leitura).

Pontos da ideia principal:

Em primeiro lugar, quem é o que os chama? Jesus, o Filho do Deus Vivo, o Messias, o Senhor, o Mestre, o bom Pastor, o Pão da vida, a Luz do mundo, o Caminho e a Verdade e a Vida. Jesus, o filho de Maria, a de Nazaré que lhe deu carne e batimento humano. Jesus, o grande Pescador de homens, lançado neste mar da vida para salvar dos dentes dos tubarões o que pronunciar o seu nome e o aceitar como único Redentor, subindo na cabotagem da sua Igreja, cujos primeiros remadores são estes discípulos de Galileia. Sim, é Jesus de Nazaré quem os escolhe; esse Jesus pobre, austero, livre, confiante na Providencia divina. Não lhes promete coisas nem dinheiro, pois o dinheiro em mãos dos consagrados pode ser perigoso, criar dependência humana, rebaixar a dependência divina, corromper a austeridade de vida. E se não, que fale a história de algumas ordens religiosas: a sua corrupção ou relaxamento sempre por causa da sua riqueza. Muito melhor livres, sozinhos, distintos e distantes. E se não, que fale Jesus por nós.

Em segundo lugar, e quem chama? Não filósofos, nem sábios, nem arquitetos, nem sumos sacerdotes ou escribas. Não. Chama pobres pescadores. Não eram mendigos, mas sim trabalhadores; iam à sinagoga nos sábados, mas não pisaram a escola nos dias da sua vida; não tinham gota de sangue azul nas suas artérias nem um centavo no bolso nem outro horizonte de vida que os montes, os ventos e as ondas do seu lago natal. Eram proletários, esses que parecem agradar a Deus e temos que tomar em consideração a quantidade desses que Ele elege! Dessa pedreira Cristo tirou uns apóstolos que deram a sua vida por Ele. Arquimedes disse três séculos antes de Jesus: “dá-me um ponto de apoio e eu moverei a terra”. E a alavanca não funcionou. Jesus disse: “dá-me doze simples pescadores e mudarei o mundo”. Foi êxito seguro. Pescadores com barcos e quilhas bem chacoalhadas, as suas redes remendadas, as suas mãos cheias de calos, o seu coração no ar e dependendo da providência. Chamou esses com amor e livremente.

Finalmente, por que e para que os chama? O porquê está bem claro: porque os amou antes da nossa criação, não pelos seus méritos, que não tinham; e sim muitos deméritos para que não os escolhesse. E para que, bem diz a famosa canção de Cesáreo Gabarain: “Lá na praia eu larguei o meu barco, junto a Ti buscarei outro mar”. Para isso, nada mais e nada menos para isso: lançar-se ao mar no mesmo barco de Jesus para pescar muitos peixes e assim não ser devorados pelos tubarões das ideologias da moda e das falácias do mundo, e atrai-los para o mar de Jesus; pois são peixes que o sangue redentor de Cristo ganhou e limpou e formou no esplêndido cardume. Um mar amplo e espaçoso onde terá abundantes peixes de todos os tamanhos e cores: peixes miúdos e grandes; peixes esquálidos e saudáveis; peixes que estão no barco da educação, dos hospitais, dos asilos de anciãos, e em todas as periferias existenciais. Mas também um mar que terá-como tudo na vida-as suas ondas fortes, os seus momentos de calma. Um mar, onde por momentos soprarão os ventos das monções e dos mormaços que parecem que vão nos asfixiar, mas também ventos alísios que nos adormecem na mediocridade; e os glaciares, os que buscarão nos congelar. Um mar cheio de desafios e de piratas e de sereias. Porém, um mar onde Jesus guia o barco e está no timão. O que temer, quem temer? Por isso, quem é escolhido por Cristo como pescador de homens deve rezar todos os dias a oração de santo Inácio de Loiola: “Tomai, Senhor, e recebei toda a minha liberdade, a minha memória, o meu entendimento; todo o que sou e possuo. Vós me destes tudo, a Vós, Senhor, devolvo tudo. Tudo é vosso, disponde de mim como quiserdes. Dai-me o vosso amor e a vossa graça e isto me basta…”.

Para refletir: se fui eleito pelo Senhor para ser pescador de homens, estou feliz e agradecido com Ele? Deixei Cristo no timão do meu barco? Lanço as redes com toda a minha arte e com a confiança posta no Senhor que vai dentro do meu barco? Prefiro ir a alto mar ou fico na margem do medo e da preguiça?

Para rezar: Senhor, obrigado por ter me escolhido. Limpai as minhas redes. Restaurai os meus remos. Tomai o timão do meu barco. Convosco, estou feliz. Se me derdes abundantes peixes, estou feliz. Se quiserdes que experimente a esterilidade, também estarei feliz. Com tal de ir contigo, o que mais me importa? Contente, Senhor, contente, como santo Alberto Hurtado.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  [email protected]

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