Jesus, o vocacionado, o escolhido, “foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder”.
Padre Cesar Augusto, SJ – Vatican News
A primeira leitura extraída do livro de Isaías 42, 1-4.6-7 nos fala da ação divina e das características do servo, do escolhido. O espírito de Deus está sobre ele e ele terá as seguintes características: será pacífico, educado, não gritará, não levantará sua voz; será paciente, pois não quebrará a cana rachada e nem apagará o pavio fumegante; outrossim, buscará e promoverá a verdade, não desfalecerá enquanto não ver consolidada a justiça na terra.
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Eis sua vocação: chamado para a justiça, formado para ser conciliador e luz dos povos, para fazer as pessoas enxergarem e serem livres, enfim, ser o libertador.
E nós, que nos dizemos cristãos, somos assim? Somos pró justiça e libertadores de qualquer tipo de opressão ou somos apaziguadores dos que estão incomodados com as injustiças? Pregamos o conformismo? Do mesmo modo, não podemos esquecer o ditado “Quem cala, consente”!
O Evangelho, Marcos 1, 7-11, nos introduz na cena do Batismo de Jesus. Lá aparecem João Batista, o Precursor do Messias e Jesus, o Vocacionado, o Messias. A fala do Batista, a ação de Jesus, presença do Espírito e a Voz vinda do Céu, conferem a ele, Jesus, as características e a missão do vocacionado. Podemos chamar essa cena do Batismo como a da investidura de Jesus como o salvador, o redentor. Deveria nos impressionar bastante, a fala do Pai: “Tu és o meu Filho amado, em ti ponho meu bem-querer”. É Jesus, o todo-poderoso, porque o Amor do Pai está colocado nele. Quem me ama, faz a minha vontade, a vontade de meu Pai, e nós viremos a ele, como está em Jo 14.
Concluindo, vejamos a segunda leitura, tirada de Atos 10, 34-38. São Lucas, autor do Livro dos Atos, diz que Deus não faz distinção de pessoas, mas aceita quem o respeita e pratica a justiça, não importando a origem, raça e nacionalidade.
Jesus, o vocacionado, o escolhido, “foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder”. Em seguida Lucas nos diz que ele andou por vários lugares “fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio, porque Deus estava com ele”. Sabemos, através dos livros do Novo Testamento, como Jesus viveu e realizou sua vocação, o plano do Pai a seu respeito como Messias, como Redentor da Humanidade. E nós? Feitos filhos de Deus por causa da Redenção do Cristo, como vivemos essa vocação, nossa investidura batismal? Somos luz, somos pastores, temos consciência de nossa responsabilidade? Como está nosso trabalho pela instauração do Reino de Deus, Reino de Amor, Justiça e Paz? Enfrentamos a luta com denodo? Sabemos que Jesus está ao nosso lado e o Espírito Santo nos inspirando? Temos consciência de que o Pai vela por nós e Maria nos acompanha com suas orações e bênçãos maternais? Vivemos nossa vocação? Exercemos o projeto que Deus, com todo carinho, idealizou para nós?