No Domingo de Pentecostes, Dom José Negri, bispo diocesano de Blumenau, presidiu a Celebração Eucarística alusiva à solenidade. Diversos sacerdotes concelebraram. Diáconos e acólitos ajudaram a dinamizar e harmonizar os ritos próprios da Festa.
Acompanhado pelo som do empolgante órgão de tubos, o Coral Misto Santa Cecília, da Catedral São Paulo Apóstolo, abrilhantou a cerimônia.
À homilia, o bispo de Blumenau enfatizou o sentido de Pentecostes. Destacou o Espírito Santo como sopro, significativa analogia utilizada pelo apóstolo e evangelista João. Vivemos do sopro de Deus, que nos é dado como instintivo sustento de nossa vida humana. A sociedade, o mundo necessita do sopro renovador do Espírito. Quando ele age, não faz remendo ou conserto apenas. O Espírito Santo recria, faz novas todas as coisas.
O sucessor dos apóstolos, nosso bispo, também contrapôs Babel e Pentecostes. Em Babel houve o orgulho, um projeto sem Deus, confusão das línguas, divisão. Em Pentecostes havia também diversidade de raças, línguas, culturas. Ali, porém, o Espírito de Deus realizava o milagre do entendimento, da unidade.
Entre os frutos de Espírito, dom José citou o maior deles: o amor. Mesmo que o relato lucano da descida do Espírito Santo evidencie diversos dons, como o dom das línguas, sobrepunha-se o dom do amor, que realiza o entendimento entre as diferenças. Com essa linguagem fundamental, não só existe a mútua compreensão, mas também o entusiasmo pelo projeto salvador de Deus.
Sem dúvida, o empoderamento daqueles humildes homens, arrancando-lhes o medo e enchendo-os de auto-confiança e coragem para a Missão, não pode passar despercebido como fruto da poderosa ação do Espírito, que transforma discípulos em missionários.
Comentando ainda outro pensamento da homilia, Dom Negri inspirou-se no poder de perdoar os pecados, textualmente relatado por João e reafirmou a necessidade da absolvição de um sacerdote para receber o verdadeiro perdão. É mentira acentuou o bispo que basta confessar-se diante de Deus somente. O Senhor quis precisar de ministros, humanos, também pecadores, sim! No entanto, revestidos do divino e misericordioso poder. Precisou dom José que, na fórmula da absolvição sacramental, consta eu te absolvo. Deus serve-se da pessoa, do eu do sacerdote, da sua voz, do seu gesto, para garantirão penitnte o apagamento dos pecados.
Durante a Celebração, não foi esquecido que, naquele dia, encerrava-se o mês de maio, dedicado à Mãe de Jesus e nossa. A singela homenagem constou de canto, recitação da Ave-Maria e vibrante salva-de-palmas.
Breve e bonita cerimônia de retirada do círio pascal realizou também o presidente da Celebração Eucarística. Roteiro próprio tornou deveras significativo aquele momento. Terminou com o gesto da saída de dois diáconos permanentes pelo corredor central da Catedral, transladando o grande símbolo de Cristo Ressuscitado para fora do espaço litúrgico. Terminado o tempo pascal, a grossa e comprida vela não tem mais lugar permanente no presbitério. É utilizada somente nas celebrações de Batismo, Crisma, Ordenações sacerdotais e em outros destacados momentos litúrgicos.
Concluída a animada e profunda missa, todos dirigiramse ao amplo pátio do templo, onde tudo estava preparado para os festejos populares. Verdadeiro mutirão de voluntários e voluntárias, ao som de agradáveis músicas, nas diversas barracas, serviam comes e bebes, proporcionando entretenimento e fraterna acolhida a todos e todas.
Por Pe. Raul Kestring