Festa da Sagrada Família, celebrada nesta final de semana: propagação da cultura da esperança

Solenidade da Sagrada Família.
(Eclo 3, 3-7.14-17; Sl 127; Col 3, 12-21; Lc 2, 22-40)

Celebramos neste final de semana a festa da Sagrada família de Nazaré e a liturgia da Igreja nos convida a ampliar nosso olhar sobre o significado do natal do Senhor até ao mistério que envolve sua santa família.

Os pais de Jesus participam inteiramente deste digno evento que neste tempo litúrgico celebramos. A ambos fora revelado pelos anjos que o menino que está para nascer será santo e filho do altíssimo: “O Espírito virá sobre ti, e o poder do altíssimo te cobrirá com sua sombra. Por isso o menino que vai nascer será chamado santo, Filho de Deus” (Lc 1, 35); e a José: “eis que em sonho, o anjo do Senhor lhe disse: não temas receber Maria por esposa, pois o que nela está gerado, é do Espírito Santo” (Mt 1, 20).

O nascimento de Jesus Cristo realiza uma conexão jamais experimentada na humanidade. Em uma humanidade marcada por oposições, contradições, pecados, divisões que foram durante a história só aumentando o abismo que antes existia entre os homens e Deus, o mistério da encarnação a superou. O nascimento do Filho de Deus restabeleceu este elo perdido, fruto da desobediência dos nossos antigos pais, e construiu uma ponte, agora perene, jamais será destruída, entre a realidade humana e a santidade Divina. Por isso ecoa neste santo tempo do Natal ainda mais fortemente dentro de nós e em todas as celebrações litúrgicas o texto do prólogo do Evangelho de são João que não só tratou de descrever que o “No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e era Deus” (Jo 1, 1-3); mas convida-nos a coparticipar agora desta realidade divina quando afirma: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1, 14).

Na festa que hoje meditamos até que ponto foi restabelecido este antigo vinculo perdido tocando a realidade humana da família? Ao refletirmos sobre a Sagrada Família de Nazaré, voltamos nosso olhar a outros personagens que reconheceram no nascimento de Jesus o mistério do Filho de Deus.

Os primeiros são os próprios pais de Jesus: José e sua mãe Maria. Após o maravilhoso anuncio celeste acerca da real identidade de seu filho, parece que suas vidas retomam uma normalidade igual a de toda família nazarena. Como todos os casais hebreus, no oitavo dia do parto do menino, fazem o usual itinerário e se dirigem talvez de Belém até Jerusalém para o rito de “purificação de sua mãe e de seu filho”. Por mais que o tão grande mistério possa ter envolvido o “parto virginal de Maria”, e com isso a preservando de toda e qualquer forma de perda: “convinha que não lesasse a honra da mãe o que havia mandado honrar os pais” (Tomas de Aquino), ambos cumprem obedientemente a lei de purificação. Com isso o casal não somente torna-se cumpridor da lei mosaica, mas por ela associam-se a toda humanidade que realiza ritos, costumes e guarda com profundo zelo o grande mistério que levam em seus braços. Não foram José e Maria ao templo para anunciar ou publicar a graça que lhes havia acontecido. Permaneceram eles também envolvidos no mesmo mistério que foram agraciados.

E foi no templo de Jerusalém que surgiram as testemunhas tão humanas e desconcertantes do menino. Simeão, a primeira delas. A palavra nos apresenta Simeão como um homem justo e piedoso e que esperava a consolação de Israel (Lc 2, 25). Além disso há um subtexto sobre este homem de Deus. Ele é sinal de esperança. É alguém que não se deixou jamais abater com a  mais ou menos longa “espera”, com as demoras, com as contradições, os pecados as injustiças e os silêncios. Simeão é, apesar de tudo, um grande sinal a todos nós.

O Espírito Santo havia lhe inspirado que jamais deixaria esta vida sem antes “ver” com seus olhos a Salvação: “movido pelo Espírito Santo, Simeão foi ao templo. Quando os pais trouxeram o menino, ele o tomou nos seus braços e bendisse a Deus” (Lc 2, 27-28). O grande desejo deste homem fascinante, o projeto mais significativo de sua existência, o horizonte de sua vida é a síntese do tempo do Natal: Ver a Salvação. Penso comigo, como Simeão pode inspirar nossos sonhos e projetos de vida. Quais são eles? Onde estamos investindo nossa energia, nossos planos, nossa salvação? Simeão aponta para o essencial: O Natal celebra a nossa Salvação. Celebra e revive que a Salvação entrou na história, ela se encarnou para que a pudéssemos “ver seu rosto, ouvir sua voz e testemunhar seus sinais entre nós.;

Há ainda uma outra não menos desconcertante personagem do que o velho Simeão: a profetiza Ana. Ela em sua avançada idade demonstra que o tempo é relativo diante do Senhor. E que se faltam forças físicas para o encontro e a caminhada, não lhe faltou jamais energia espiritual para reconhecer o Cristo. Há tantas Anas entre nós, espalhadas em nossas comunidades eclesiais, com semelhante atitude de entrega. Ana representa aqueles que falam com sua vida: Só Deus basta, tudo o mais é relativo. Tudo o mais é efêmero e Ele é o único e essencial.

Esta solenidade da Sagrada Família de Nazaré recorda-nos que se os primeiros a anunciarem a vinda do Filho de Deus foram anjos (mensageiros do céu), os primeiros que o reconhecerem foram homens: José, Maria, Pastores, Simeão, Ana e mais tarde os magos. Esta liturgia que hoje celebramos quer reforçar em cada um de nós que o reconhecimento do Deus feito homem é e será sempre feito também por homens como nós. Homens e mulheres de fé que não perderam jamais a esperança de ver também a salvação.

Fonte: Site da Diocese de Rio do Sul
(Com pequenas modificações morfológicas)

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