Dia 09 de novembro de 2016 – Dedicação da Basílica de Latrão – Festa
Ano Santo Extraordinário da Misericórdia – Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso (Lc 6,36)!
Evangelho segundo S. João 2,13-22:
Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém.
No templo encontrou os que vendiam bois, ovelhas e pombos e os cambistas nas suas bancas.
Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas;
e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio».
Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa».
Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?».
Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei».
Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?».
Jesus, porém, falava do templo do seu Corpo.
Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.
Comentário ao Evangelho
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Sermão 5 para a Dedicação
Festa da dedicação de uma igreja, festa do povo de Deus
Hoje, meus irmãos, celebramos uma grande festa; é a festa da casa do Senhor, do templo de Deus, da cidade do Rei eterno, da Esposa de Cristo. […] Perguntemo-nos, pois, o que é a casa de Deus, o seu templo, a sua cidade, a sua Esposa. Digo-o com temor e respeito: somos nós. Sim, nós somos tudo isso, mas no coração de Deus. Somo-lo pela sua graça e não pelos nossos méritos. […] A humilde confissão das nossas penas provoca a sua compaixão. Esta confissão dispõe Deus a vir em socorro da nossa fome como um pai de família e a fazer-nos encontrar junto dele pão em abundância. Somos, portanto, a sua casa, onde nunca falta o alimento da vida. […]
«Sede santos», está escrito, «porque Eu, o vosso Senhor, sou santo» (Lv 11,44). E o apóstolo Paulo diz-nos: «Não sabeis que os vossos corpos são o templo do Espírito Santo e que o Espírito Santo tem em vós a sua morada?» Mas bastará a própria santidade? Segundo o apóstolo, é necessário também a paz: «Procurai viver em paz com toda a gente e também a santidade, sem a qual ninguém verá a Deus» (Heb 12,14). É esta paz que nos faz viver juntos, unidos como irmãos, é ela que constrói para o nosso Rei uma cidade toda nova chamada Jerusalém, que quer dizer: visão da paz. […]
Por fim, é o próprio Deus quem nos diz: «Desposei-te na fé, desposei-te no julgamento e na justiça [a dele, não a nossa], desposei-te na ternura e na misericórdia» (Os 2,22.21). Não é verdade que Ele Se comportou como um esposo? Que vos amou como um esposo, com o ciúme dum esposo? Então, como poderíeis não vos considerar sua esposa? Assim, meus irmãos, uma vez que temos a prova de que somos a casa do Pai de família por causa da abundância dos bens que recebemos, o templo de Deus por causa da nossa santificação, a cidade do grande Rei por causa da nossa comunhão de vida, a esposa do Esposo imortal por causa do amor, parece-me que posso afirmar sem receio: esta festa é a nossa festa!
Neste mês de novembro, com o Papa e toda a Igreja, rezemos nas seguintes intenções:
Universal: Países que acolhem refugiados
Para que os países que acolhem um grande número de deslocados e refugiados sejam apoiados no seu empenho de solidariedade.
Pela Evangelização: Colaboração entre sacerdotes e leigos
Para que, nas paróquias, os sacerdotes e os leigos colaborem no serviço à comunidade sem ceder à tentação do desânimo.