Qui, 28 de Outubro de 2010 09:12 cnbb
Dom Anuar Battisti, Arcebispo Metropolitano de Maringá, PR
Um fim de semana conectado com um feriado e no meio o dever de votar escolhendo a maior liderança da nação brasileira, acaba sendo um dilema para muitos e para outros a oportunidade desejada.
Não sei se os votos em branco, nulos ou as justificações serão menores do que no 1º turno. As dúvidas misturadas com falta de confiança e cobertas de medo em escolher a pessoa errada, podem fazer com que a opção em curtir um feriadão longe das urnas para viagens e repouso do estresse do dia a dia seja a melhor saída.
Ao mesmo tempo o cidadão brasileiro é incentivado a cumprir um dever democrático livre e consciente em escolher sem medo, não um nome e sim uma pessoa. As dúvidas, incertezas e inseguranças diante das urnas devem ser banidas, a partir da consciência em saber que não será uma pessoa a dirigir o país.
Ninguém é salvador da Pátria. Seja quem for, terá ao seu redor uma estrutura política, um conjunto de partidos e de programas que condicionarão toda e qualquer decisão pessoal de um presidente.
Não transfira o seu direito e dever de votar para daqui quatro anos, porque dever se cumpre e não se transfere.
Orar sempre, mesmo depois da morte
Estamos em vésperas do Dia de Finados e como sempre, não só no dia 2 de novembro, carregamos no coração saudades, lembranças e dores de quem partiu para a pátria definitiva, à qual todos nós esperamos herdar. Nesta mistura de sentimentos cumprimos o dever de orar por aqueles que foram chamados ao Paraíso.
Mais do que flores e objetos de devoção a serem levados, a oração que brota fé, rasga os céus e chega ao coração de Deus. Em vida, na hora da morte e também depois, o Deus-Amor nos dá a oportunidade de se converter.
Quando no Calvário o ladrão suplica: "Lembra-te de mim quando estiveres no seu Reino! Jesus responde: Hoje estarás comigo no Paraíso"(Lc. 22,43) O Apóstolo Pedro adverte que vivos ou mortos pertencemos a Deus. "Pois para isto foi o Evangelho pregado também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito." (I Pedro 4,6). " Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados – o Justo pelos injustos – para nos conduzir a Deus. Padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito.
É nesse mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos no cárcere, àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes, quando Deus aguardava com paciência, enquanto se edificava a arca, na qual poucas pessoas, isto é, apenas oito se salvaram através da água." (I Pedro, 3,18-20).
Por isso, Cristo é Senhor tanto dos vivos como dos mortos: "Para isso é que morreu Cristo e retomou a vida, para ser o Senhor tanto dos mortos como dos vivos." (Romanos 14, 9).
Ora, se há vida nos mortos, é verdadeiro e piedoso rezar pelos mortos. "Em seguida, fez uma coleta, enviando a Jerusalém cerca de dez mil dracmas, para que se oferecesse um sacrifício pelos pecados: belo e santo modo de agir, decorrente de sua crença na ressurreição, porque, se ele não julgasse que os mortos ressuscitariam, teria sido em vão e supérfluo rezar por eles.
Mas, se ele acreditava que uma bela recompensa aguarda os que morrem piedosamente, era esse um bom e religioso pensamento; "eis por que ele pediu um sacrifício expiatório para que os mortos fossem livres de suas faltas." (II Macabeus 12,46). Ore por você e por quem você ama, isso só faz bem ao coração!