As relações conjugais e familiares necessitam de ampla e urgente reflexão por parte dos casais, igrejas, governos e a sociedade como um todo.
Boa parte das relações conjugais está acontecendo sem que o casal esteja planejando a formação de uma família. Com a difusão e avanço dos meios contraceptivos, cada vez mais os parceiros passaram a qualificar as relações como boas ou ruins a partir do nível de prazer que possa oferecer, do grau de satisfação, sem comprometimento.
Nas relações em que se busca apenas a satisfação pessoal, não se assume compromisso com o outro. Quando existente, é de curtíssimo prazo. Os compromissos de longo prazo, como casamentos com fidelidade, geração e criação de filhos, construção de uma história familiar, são rejeitados, esquecidos rapidamente, ou até ridicularizados.
As famílias, iludidas pela mensagem dirigida da mídia, seguem orientações falsas, perdem-se pelo caminho e muitas sucumbem nos primeiros anos.
O mau uso das novas tecnologias tem levado os casais a abandonarem os elementos que formam a base familiar: amor, sexualidade, fecundidade. Influenciados negativamente, são levados a seguir os modelos apresentados nas novelas e programas de baixa qualidade. Sem discernir, passam a praticar, defender e até a ensinar a primazia da sexualidade sem o amor, a fecundidade sem a sexualidade, a sexualidade sem a fecundidade.
Novas famílias formadas com tais desvios de individualismo e egoísmo acabam totalmente desfiguradas e em nada contribuem para uma sociedade fraterna, humana e solidária.
Os tristes resultados são conhecidos: pessoas frustradas em sua natureza humana, buscando relacionamentos sucessivos, sem esperança de uma realização pessoal que nunca vem.
Os filhos, quando existentes, crescem sem os valores e a segurança que só uma família constituída por um casal que se ama e que se respeita mutuamente pode oferecer. A família deve ser um lugar de amor, um projeto de felicidade e um caminho para a santidade.
Recentemente, vimos estarrecidos o caso de um jovem jogador de futebol, abandonado quando criança, protagonista de um assassinato brutal de uma jovem, também abandonada quando criança, ajudado por outros jovens, todos na mesma condição. E suas famílias?
Difícil esconder que a violência e tantos outros males contemporâneos tenham sua origem na degradação dos valores familiares e nas precárias e egoístas relações conjugais, baseadas no consumo e no prazer individual. Todos querem ser felizes, porém sem dificuldades, sem sofrimentos, abnegação e esforço para crescer e superar obstáculos. O “EU” tem sido colocado acima do “NÓS”.
A família está convocada a ser templo, ou seja, casa de oração: uma oração singela, cheia de esforço e ternura. Uma oração que se faz vida, para que toda a vida se converta em oração.” (Papa João Paulo II).
Rosa e Paulo Mafra
Equipes de Nossa Senhora