4ª-feira da 4ª Semana da Páscoa
28 de Abril de 2021
Cor: Branco
Evangelho – Jo 12,44-50
Eu vim ao mundo como luz.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 12,44-50:
Naquele tempo:
44 Jesus exclamou em alta voz:
‘Quem crê em mim,
não é em mim que crê,
mas naquele que me enviou.
45 Quem me vê,
vê aquele que me enviou.
46 Eu vim ao mundo como luz,
para que todo aquele que crê em mim
não permaneça nas trevas.
47 Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar,
eu não o julgo,
porque eu não vim para julgar o mundo,
mas para salvá-lo.
48 Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras
já tem o seu juiz:
a palavra que eu falei
o julgará no último dia.
49 Porque eu não falei por mim mesmo,
mas o Pai, que me enviou,
ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar.
50 E eu sei que o seu mandamento é vida eterna.
Portanto, o que eu digo,
eu o digo conforme o Pai me falou.’
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Lansperge o Cartuxo (1489-1539)
religioso e teólogo
Sermão 5 (Opera omnia 3, 315)
«Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que acredita em Mim não fique nas trevas»
A humildade com que Cristo «Se esvaziou a Si mesmo, tomando a condição de servo» (Fl 2,7) é para nós luz, como é luz também a sua recusa de glória neste mundo, Ele que não quis nascer num palácio, mas preferiu um estábulo e sofreu uma morte vergonhosa numa cruz. Por esta humildade, somos capazes de perceber quão detestável é o pecado de alguém que, sendo apenas pó (cf Gn 2,7), um homenzinho de nada, pelo poder do orgulho se glorifica e se recusa a obedecer, ao passo que Deus infinito é humilhado, desprezado e entregue ao bel-prazer dos homens.
A mansidão com que Ele suportou a fome, a sede, o frio, os insultos, os golpes e as feridas também é luz para nós, pois «não abriu a boca, como cordeiro que é levado ao matadouro ou como ovelha emudecida nas mãos do tosquiador» (Is 53,7). Por esta mansidão, somos capazes de ver que a cólera e as ameaças são inúteis, e de nos dispor a sofrer e a servir a Cristo de todo o coração; por ela, enfim, compreendemos tudo o que nos é pedido: expiar os nossos pecados em atitude de submissão e silêncio, suportar com paciência o sofrimento quando surgir, como Cristo suportou os seus tormentos com brandura e paciência, não pelos seus próprios pecados, mas pelos dos outros.
Irmãos caríssimos, reflitamos desde já em todas as virtudes que Cristo nos ensinou com a sua vida exemplar, nos recomenda com o seu estímulo e nos ajuda a imitar com a fortaleza da sua graça.
Com o Papa e toda a Igreja, neste mês, rezemos pela Intenção universal:
Os direitos fundamentais
Rezemos por aqueles que arriscam a vida lutando pelos direitos fundamentais nas ditaduras, nos regimes autoritários e também nas democracias em crise.