Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 20 de outubro de 2010
Quarta-feira da 29ª semana do Tempo Comum
A Igreja celebra hoje: Santa Maria Bertilla Boscardin (1888-1922) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=20&Mes=10
Carta aos Efésios 3,2-12:
Com certeza, ouvistes falar da graça de Deus que me foi dada para vosso benefício, a fim de realizar o seu plano:
que, por revelação, me foi dado conhecer o mistério, tal como antes o descrevi resumidamente.
Lendo-o, podeis fazer uma ideia da compreensão que tenho do mistério de Cristo,
que, não foi dado a conhecer aos filhos dos homens, em gerações passadas, como agora foi revelado aos seus santos Apóstolos e Profetas, no Espírito:
os gentios são admitidos à mesma herança, membros do mesmo Corpo e participantes da mesma promessa, em Cristo Jesus, por meio do Evangelho.
Dele me tornei servidor, pelo dom da graça de Deus que me foi dada, pela eficácia do seu poder.
A mim, o menor de todos os santos, foi dada a graça de anunciar aos gentios a insondável riqueza de Cristo
e a todos iluminar sobre a realização do mistério escondido desde séculos em Deus, o criador de todas as coisas
para que agora, por meio da Igreja, seja dada a conhecer, aos Principados e às Autoridades no alto do Céu, a multiforme sabedoria de Deus,
de acordo com o desígnio eterno que Ele realizou em Cristo Jesus Senhor nosso.
Em Cristo, mediante a fé nele, temos a liberdade e coragem de nos aproximarmos de Deus com confiança.
Livro de Isaías 12,2-3.4.5-6:
Este é o Deus da minha salvação; estou confiante e nada temo, porque a minha força e o meu canto de vitória é o Senhor; Ele foi a minha salvação.»
Tirareis água com alegria das fontes da salvação.
Naquele dia cantareis: «Louvai o Senhor, invocai o seu nome, anunciai as suas obras entre os povos; proclamai que o seu nome é excelso.
Cantai ao Senhor porque Ele fez maravilhas; anunciai-as em toda a terra.
Exultai de alegria, habitantes de Sião, e proclamai como é grande no meio de ti o Santo de Israel.»
Evangelho segundo S. Lucas 12,39-48:
Ficai sabendo: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não teria deixado arrombar a sua casa.
Estai preparados, vós também, porque o Filho do Homem chegará na hora em que menos pensais.»
Pedro disse-lhe: «Senhor, é para nós que dizes essa parábola, ou é para todos igualmente?»
O Senhor respondeu: «Quem será, pois, o administrador fiel e prudente a quem o senhor pôs à frente do seu pessoal para lhe dar, a seu tempo, a ração de trigo?
Feliz o servo a quem o senhor, quando vier, encontrar procedendo assim.
Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens.
Mas, se aquele administrador disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’ e começar a espancar servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se,
o senhor daquele servo chegará no dia em que ele menos espera e a uma hora que ele não sabe; então, pô-lo-á de parte, fazendo o partilhar da sorte dos infiéis.
O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou e não agiu conforme os seus desejos, será castigado com muitos açoites.
Aquele, porém, que, sem a conhecer, fez coisas dignas de açoites, apenas receberá alguns. A quem muito foi dado, muito será exigido; e a quem muito foi confiado, muito será pedido.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurado John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador de comunidade religiosa, teólogo
PPS, t. 6, n°17 «Waiting for Christ»
«Estai preparados»
«Eis que venho como um ladrão. Feliz aquele que vigia e protege as suas vestes» diz o Senhor (Ap 16,15). […] Quando Cristo diz que a Sua vinda está para breve, mas que contudo chegará de súbito, de modo inesperado, está a dizer que essa espera nos parecerá longa. […] Porque será que o cristianismo fraqueja incessantemente e, no entanto, perdura? Apenas Deus o sabe, Ele quer assim, é um fato; e não é paradoxal afirmar que este tempo da Igreja durou quase dois mil anos, que pode durar ainda muito tempo e que, no entanto, caminha para o seu fim, que pode mesmo terminar num dia qualquer. E o Senhor quer que estejamos virados com todo o nosso ser para a iminência do Seu regresso; trata-se de vivermos como se aquilo que pode acontecer a qualquer momento fosse acontecer durante a nossa vida.
Antes da chegada de Cristo, o tempo decorria de outra forma: o Salvador iria chegar e trazer a perfeição; e a religião encaminhava-se para essa perfeição. As revelações sucediam-se […]; o tempo era medido pela palavra dos profetas, que se sucediam. […] O povo da Aliança não O esperava para breve, mas para depois da estadia em Canaã e do cativeiro no Egito, após o êxodo no deserto, os juízes e os reis, no termo dos prazos fixados para O introduzir neste mundo. Esses prazos eram reconhecidos e as sucessivas revelações preenchiam essa espera.
Mas, uma vez Cristo chegado, como o Filho à Sua própria casa, com o Seu Evangelho perfeito, nada falta completar a não ser a reunião dos Seus santos. Nenhuma doutrina mais perfeita pode ser revelada. Surgiu a luz e a vida dos homens; Cristo morreu e ressuscitou. Nada mais há a fazer […]; por conseguinte, o fim dos tempos chegou. Além disso, embora deva existir um certo intervalo entre a primeira e a última chegada de Cristo, doravante o tempo já não conta. […] O tempo já não caminha para o fim, antes caminha a seu lado, sempre tão perto dele como se tendesse para ele. […] Cristo está sempre à nossa porta, tão próximo hoje como há dezoito séculos, e não mais próximo do que nessa altura, nem mais próximo do que quando vier.