Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 22 de janeiro de 2010
Sexta feira da 2ª semana do Tempo Comum
Hoje a Igreja celebra São Vicente Palotti (1795-1850) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=22&Mes=1
Livro de 1º Samuel (24,3-21):
Tomando, pois, Saul três mil homens escolhidos em todo o Israel, foi em busca de Davi e dos seus homens pelos rochedos de Jelim, só acessíveis às cabras monteses.
Chegando perto dos apriscos de ovelhas que encontrou ao longo do caminho, Saul entrou numa gruta para satisfazer as suas necessidades. No fundo desta gruta, encontrava-se Davi com os seus homens, os quais lhe disseram: «Eis o dia do qual o Senhor te disse: ‘Eu entregarei o teu inimigo nas tuas mãos, para que faças dele o que quiseres.’» Davi levantou-se e cortou sigilosamente a ponta do manto de Saul. E logo o seu coração se encheu de remorsos por ter cortado a ponta do manto de Saul.
E disse aos seus homens: «Deus me guarde de fazer tal coisa ao meu senhor, o ungido do Senhor, estender a minha mão contra ele, pois ele é o ungido do Senhor!»
Davi conteve os seus homens com estas palavras e impediu que agredissem Saul. O rei levantou-se, afastou-se da gruta e prosseguiu o seu caminho.
Depois, levantou-se Davi e saiu da caverna atrás de Saul, clamando: «Ó rei, meu senhor!» Saul voltou-se, e David, inclinando-se, fez-lhe uma profunda reverência. E disse David a Saul: «Porque dás ouvidos ao que te dizem: ‘Davi procura fazer-te mal’? Viste hoje com os teus olhos que o Senhor te entregou nas minhas mãos, na gruta. O pensamento de te matar assaltou-me, incitou-me contra ti, mas eu disse: ‘Não levantarei a mão contra o meu senhor, porque é o ungido do Senhor.’
Olha, meu pai, e vê se é a ponta do teu manto que tenho na minha mão. Se eu cortei a ponta do teu manto e não te matei, reconhece que não há maldade nem revolta contra ti. Não pequei contra ti e tu, ao contrário, procuras matar-me. Que o Senhor julgue entre mim e ti! Que o Senhor me vingue de ti, mas eu não levantarei a minha mão contra ti. O mal vem dos perversos, como diz um provérbio antigo; por isso, não te tocará a minha mão. Mas a quem persegues, ó rei de Israel? A quem persegues? Um cão morto? Uma pulga? Pois bem! O Senhor julgará e sentenciará entre mim e ti. Que Ele julgue e defenda a minha causa, e me livre das tuas mãos.»
Logo que Davi acabou de falar, Saul disse-lhe: «É esta a tua voz, ó meu filho Davi?» E Saul elevou a voz, soluçando. E disse a Davi: «Tu portas-te bem comigo, e eu comporto-me mal contigo. Provaste hoje a tua bondade para comigo, pois o Senhor havia-me entregado nas tuas mãos e não me mataste. Qual é o homem que, encontrando o seu inimigo, o deixa ir embora tranquilamente? Que o Senhor te recompense pelo que fizeste comigo! Agora eu sei que serás rei e que nas tuas mãos estará firme o reino de Israel.
Livro de Salmos (57,2.3-4.6.11)
Tem compaixão de mim, ó Deus, tem compaixão, porque em ti me refugio e me abrigo à sombra das tuas asas, até que passe a desgraça.
Clamo ao Deus Altíssimo, ao Deus que faz tudo por mim.
Que Ele me envie do céu a sua ajuda e me salve dos que procuram destruir-me; que Ele envie do céu o seu amor e fidelidade.
Ó Deus, revela nas alturas a tua grandeza, e, sobre toda a terra, a tua glória.
Pois o teu amor é tão grande que chega ao céu e a tua fidelidade chega até às nuvens.
Evangelho segundo S. Marcos (3,13-19):
Jesus subiu depois a um monte, chamou os que Ele queria e foram ter com Ele.
Estabeleceu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar, com o poder de expulsar demónios.
Estabeleceu estes doze: Simão, ao qual pôs o nome de Pedro; Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago, aos quais deu o nome de Boanerges, isto é, filhos do trovão; André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o Cananeu,
e Judas Iscariotes, que o entregou.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Catecismo da Igreja Católica §§ 74-79
"Estabeleceu doze para estarem com Ele e para os enviar a pregar"
Deus «quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade» (1 Tm 2,4), quer dizer, de Cristo Jesus. Por isso, é preciso que Cristo seja anunciado a todos os povos e a todos os homens, e que assim a Revelação chegue aos confins do mundo. […] «Cristo Senhor, em quem toda a revelação do Deus altíssimo se consuma, tendo cumprido e promulgado pessoalmente o Evangelho antes prometido pelos profetas, mandou aos Apóstolos que o pregassem a todos, como fonte de toda a verdade salutar e de toda a disciplina de costumes, comunicando-lhes assim os dons divinos» (Dei Verbum, 7).
A transmissão do Evangelho, segundo a ordem do Senhor, fez-se de duas maneiras: oralmente, «pelos Apóstolos, que, na sua pregação oral, nos exemplos e nas instituições, transmitiram aquilo que tinham recebido dos lábios, do trato e das obras de Cristo, e o que tinham aprendido por inspiração do Espírito Santo» (ibidem); por escrito, «por aqueles apóstolos e varões apostólicos que, sob a inspiração do mesmo Espírito Santo, escreveram a mensagem da salvação» (ibidem).
«Para que o Evangelho fosse perenemente conservado íntegro e vivo na Igreja, os Apóstolos deixaram os bispos como seus sucessores, "entregando-lhes o seu próprio ofício de magistério"» (ibidem). Com efeito, «a pregação apostólica, que se exprime de modo especial nos livros inspirados, devia conservar-se, por uma sucessão ininterrupta, até à consumação dos tempos» (Dei Verbum, 8).
Esta transmissão viva, realizada no Espírito Santo, denomina-se Tradição, enquanto distinta da Sagrada Escritura, embora estreitamente a ela ligada. Pela Tradição, «a Igreja, na sua doutrina, na sua vida e no seu culto, perpetua e transmite a todas as gerações tudo aquilo que ela é e tudo aquilo em que acredita» (ibidem). «Afirmações dos santos Padres testemunham a presença vivificadora desta Tradição, cujas riquezas entram na prática e na vida da Igreja crente e orante» (ibidem). Assim, a comunicação que o Pai fez de Si próprio, pelo seu Verbo, no Espírito Santo, continua presente e ativa na Igreja.
São Bento:
A principal marca da humildade é a obediência sem demora. Ela é própria daqueles que julgam não haver nada mais caro do que Cristo; os mesmos, seja pelo serviço santo ao qual se consagraram, seja pelo medo da geena e a glória da vida eterna, não só se alguma coisa é mandada pelo superior, como se a ordem viesse de Deus, não suportam nenhuma demora em executá-la. Destes o senhor diz: "Apenas me ouviu, logo me obedeceu" (Sl 17,45); e ao mestre diz: "Quem vos ouve, a mim ouve" (Lc 10,16). (Regra, Cap. 5,1-6).