Por Dom Juan Silvestre, consultor do Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice
Continuando com a série de artigos sobre o Ano Sacerdotal, no qual temos dado atenção à Celebração Eucarística, apresentamos o artigo de Dom Juan Silvestre, professor de Liturgia na Universidade Pontifícia de Santa Cruz e consultor do Departamento de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice, sobre o tema da presença de Nossa Senhora na Santa Missa. O autor analisa em particular a forma ordinária do rito romano e enriquece suas reflexões com diversos textos, sobretudo do magistério pontifício recente.
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1. Eucaristia, Igreja e Maria: relação com o sacerdote
"Se quisermos redescobrir em toda a sua riqueza a relação íntima entre a Igreja e a Eucaristia, não podemos esquecer Maria, Mãe e modelo da Igreja." [1]. Estas palavras do venerável João Paulo II constituem um marco adequado e nos introduz no tema que trataremos de desenvolver em breve neste artigo: O encontro do sacerdote com Maria na celebração eucarística.
Quando a Igreja celebra a Eucaristia, memorial da morte e Ressurreição do Senhor, "realiza-se também a obra da nossa redenção" [2] e daí se pode afirmar que "existe um influxo causal da Eucaristia nas próprias origens da Igreja" [3]. Na Eucaristia, Cristo entrega-se a nós, nos edificando continuamente como seu corpo. Portanto, "na sugestiva circularidade entre a Eucaristia que edifica a Igreja e a própria Igreja que faz a Eucaristia,(33) a causalidade primária está expressa na primeira fórmula: a Igreja pode celebrar e adorar o mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz" [4]. A Eucaristia precede cronológica e ontologicamente a Igreja e desta forma se comprova mais uma vez que o Senhor nos "amou primeiro".
Ao mesmo tempo, Jesus perpetuou sua entrega mediante a instituição da Eucaristia durante a Última Ceia. Naquela "hora", Jesus antecipa sua morte e sua Ressurreição.
Logo podemos afirmar que "Neste, Jesus Cristo entregava à Igreja a atualização perene do mistério pascal" [5]. Todo o Tridumm paschale está como incluído, antecipado e "concentrado" para sempre no Dom eucarístico. Por isso, todo presbítero ao celebrar a Santa Missa, juntamente com a comunidade cristã que nela participa, volta a ser a "hora" da Cruz e da glorificação, volta espiritualmente ao lugar e a hora Santa da redenção [6]. Na eucaristia entramos no ato oblativo de Jesus e assim, participando em sua entrega, na em seu corpo e sangue, nos unimos a Deus [7].
Neste "memorial" do Calvário está presente tudo o que Cristo fez em sua Paixão e morte. "Por isso, não pode faltar o que Cristo fez para com sua Mãe em nosso favor" [8]. Em cada celebração da Santa Missa voltamos a escutar aquele "Eis o teu filho" do Filho à sua Mãe, enquanto nos diz "Eis a tua Mãe" (cf. Jo 19,26-27).
"Acolher Maria significa introduzi-la no dinamismo de toda a própria existência – não é algo exterior – e em tudo o que constituí o horizonte do próprio apostolado" [9]. Por isso "Viver o memorial da morte de Cristo na Eucaristia implica também receber continuamente este dom. (…) Maria está presente, com a Igreja e como Mãe da Igreja, em cada uma das celebrações eucarísticas. Se Igreja e Eucaristia são um binômio indivisível, o mesmo é preciso afirmar do binômio Maria e Eucaristia" [10]. A presença da Santíssima Virgem na celebração eucarística ordinária e habitual será o ponto que trataremos para desenvolvimento.
A recomendação da celebração cotidiana da Santa Missa, ainda quando não houver participação de fiéis, deriva por uma parte do valor objetivamente infinito de cada celebração eucarística; e "é motivada ainda pela sua singular eficácia espiritual, porque, se vivida com atenção e fé, a Santa Missa é formadora no sentido mais profundo do termo, enquanto promove a configuração a Cristo e reforça o sacerdote na sua vocação" [11]. Neste caminho de conformação e transformação, o encontro do sacerdote com Maria na Santa Missa cobra uma importância particular. Na realidade, "por sua identificação e conformação sacramental a Jesus, Filho de Deus e Filho de Maria, todo sacerdote pode e deve se sentir verdadeiramente filho predileto desta altíssima e humildíssima mãe" [12].
2. Na Missa de Paulo VI
Sua material presença é experimentada em dois momentos significativos da celebração eucarística segundo o Missal romano em seu editio tyica tertia, expressão ordinária da Lex orandi da Igreja Católica de rito latino: o Confiteor do ato penitencial e a oração eucarística.
2.1 O Confliteor. No caminho até o Senhor nos damos conta de nossa própria falta de dignidade. O homem diante de Deus se sente pecador e de seus lábios brota espontaneamente a confissão da própria miséria. Se faz necessário pedir ao longo da celebração que o mesmo Deus nos transforme e aceite que participemos dessa actio Dei que configura a liturgia. De fato, o espírito de conversão contínua é uma das condições pessoais que faz possível a actuosa participatio dos fiéis e do mesmo sacerdote celebrante. "não podemos esperar uma participação ativa na liturgia eucarística, se nos abeiramos dela superficialmente e sem antes nos interrogarmos sobre a própria vida (…). um coração reconciliado com Deus predispõe para a verdadeira participação" [13].
O ato penitencial, que "é realizado por meio da fórmula da confissão geral de toda comunidade" [14] facilita que nos conformemos aos sentimentos de Cristo, que coloquemos os meios para fazer possível aquele "estar com Deus" e às vezes nos "força" a sair de nós mesmos, nos move a rezar com e pelos outros: não estamos sós. Pela comunhão dos santos ajudamos e nos sentimos ajudados e sustentados uns pelos outros. Nesse contexto onde encontramos uma das modalidades de oração litúrgica mariana, a qual é apresentada como recordação da intercessão de Santa Maria no Confiteor. Como recordava Paulo VI "o mesmo Povo de Deus a invocá-la sob os títulos de Consoladora dos aflitos, Saúde dos enfermos e Refúgio dos pecadores, a fim de alcançar conforto nas tribulações, alívio nas doenças e, quando ilaqueado pela culpa, a força libertadora; porque ela, isenta do pecado, leva os seus filhos a isto: a debelarem, com decisão enérgica, o pecado" [15].
O Confiteor, genuína fórmula de confissão, se encontra com diversas redações a partir do século IX em âmbito monástico. A partir daí as igrejas passarão para o clero secular e o encontramos como um elemento fixo no Ordo da Cúria papal anterior a 1227 [16].
"Ideo precor beatam Mariam semper Virginem"."Por isso rogo a Santa Maria, sempre Virgem, (…) que intercedais por mim diante de Deus nosso Senhor".Ela, em comunhão com cristo, único mediador, reza ao Pai por todos os fiéis, seus filhos. Como recorda o Concílio "a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, e da mesma tira toda sua virtude; e longe de impedi-la, fomenta a união imediata dos crentes em Cristo" [17]. Santa Maria "Cuida, com amor materno, dos irmãos de seu Filho que, entre perigos e angústias, caminham ainda na terra, até chegarem à pátria bem-aventurada" [18].
E este cuidado é demonstrado especialmente pelos sacerdotes. "De fato, são duas as razões da predileção que Maria sente por eles: porque se assemelham a Jesus, amor supremo de seu coração, e porque também eles, como ela, estão comprometidos na missão de proclamar, testemunhar e dar a Cristo ao mundo" [19]. Assim se explica a afirmação do concílio Vaticano II: "Ela, a quem os presbíteros devem amar e venerar com devoção e culto filial, como Mãe do sumo e eterno sacerdote, como rainha dos Apóstolos e auxílio do seu ministério" [20].
2.2 – A Oração Eucarística: Pelo que se refere a memória de Maria as Pregações eucarísticas do Missal Romano "uma tal evocação cotidiana, pelo lugar em que foi colocada, no coração do Sacrifício divino, deve ser considerada forma particularmente expressiva do culto que a Igreja tributa à "Bendita do Altíssimo" (cf. Lc 1,28)" [21].
Esta lembrança de Santa Maria se manifesta de duas formas: sua presença na Encarnação e sua intercessão na glória. Próximo do primeiro ponto podemos recordar que o "sim" de Maria é a porta pela qual Deus se encarna, entra no mundo. Deste modo, Maria está real e profundamente envolvida no mistério da Encarnação, e portanto de nossa salvação. "A Encarnação, o fazer-se homem do Filho, desde o início estava orientado ao dom de si mesmo, a se entregar com muito amor na cruz a fim de se converter em pão para a vida do mundo. Desta forma sacrifício, sacerdócio e Encarnação andam juntos, e Maria se encontra no centro deste mistério" [22].
Assim o encontramos expressado por exemplo no prefácio da Oração eucarística II, que se remonta a à Traditio apostolica, e no Post-sanctus da IV. As duas expressões são muito semelhantes.
No contexto da Oração eucarística esta confissão de fé destaca a cooperação da Santa Maria no mistério da Encarnação e seu vínculo com Cristo, assim como a ação do Espírito Santo. Com ela é tratado de apresentar a Eucaristia como presença verdadeira e autêntica do Verbo encarnado que sofreu e foi glorificado. A Eucaristia, enquanto remete a Paixão e a Ressurreição, está ao mesmo tempo em continuidade com a Encarnação.
Como destaca João Paulo II, "Maria, na anunciação, concebeu o Filho divino também na realidade física do corpo e do sangue, em certa medida antecipando n’Ela o que se realiza sacramentalmente em cada crente quando recebe, no sinal do pão e do vinho, o corpo e o sangue do Senhor" [23]. Maria aparece assim ligada a relação Encarnação-Eucaristia.
Por outro lado, a presença de Santa Maria na Oração eucarística, também nos apresenta sua intercessão na glória. Sua lembrança na Comunhão dos Santos é típico do Cânon romano e se encontra nas outras Orações do Missal Romano, em sintonia com as Anáforas orientais. "A tensão escatológica suscitada pela Eucaristia exprime e consolida a comunhão com a Igreja celeste. Não é por acaso que, nas Anáforas orientais e nas Orações Eucarísticas latinas, se lembra com veneração Maria sempre Virgem, Mãe do nosso Deus e Senhor Jesus Cristo" [24].
A memória de Santa Maria no Cânon romano ficou enriquecido com títulos solenes que recordam a proclamação do dogma da Maternidade divina no Concílio de Éfeso (431) e provavelmente expressões que são usadas nas homilias dos Papas [25]. A menção solene do Cânon romano reza:
"in primis gloriosae semper virginis Mariae Genetricis Dei, et Domini nostri lesu Christi". Veneramos a memória, antes de tudo, da gloriosa sempre Virgem Maria, Mãe de Jesus Cristo, nosso Deus e Senhor" (Cânon Romano)
Santa Maria é exaltada com os títulos de gloriosa e semper Virgo, como a chama Santo Epifânio [26]. Em contrapartida, a expressão utilizada, "Genetrix Dei" é utilizada com frequência pelos padres latinos, especialmente por Santo Ambrosio. Sua inclusão no Cânon romano é anterior ao Papa Leão Magno, e muito provavelmente foi introduzida antes do Concílio de Éfeso [27]. Finalmente é lembrada como a primeira entre todos os santos.
O significado desta menção e a memória pode ser triplo [28]: primeiro porque a Igreja recordando de Santa Maria entra em comunhão com Ela; em segundo lugar sua recordação é lógica pois deriva da condição de santidade e glória própria da Mãe de Deus [29]; finalmente pela intercessão, que por meio dela, se pede a Deus [30]: "por seus méritos e orações [de Santa Maria e dos santos] concedei-nos [Senhor] em toda sua proteção".
Em um contexto similar ao do Cânon romano, porém com pequenas variações, se encontra o pedido a Santa Maria e aos santos para alcançar a vida eterna:
"Dai-nos participar da vida eterna, com a Virgem Maria, mãe de Deus" (II)
"… com a Virgem Maria, mãe de Deus,os vossos Apóstolos e Mártires, (…) que não cessam de interceder por nós na vossa presença." (III) [31]
"E a todos nós, vossos filhos e filhas,concedei, ó Pai de bondade,
que, com a Virgem Maria, mãe de Deus,
com os Apóstolos e todos os Santos,
possamos alcançar a herança eterna no vosso reino (…)." (IV)
3. Na Missa de São Pio V
Finalmente, no Missal romano, promulgado pelo beato João XXIII em 1962, expressão extraordinária da Lex orandi da Igreja católica de rito latino, encontramos mencionada Santa Maria em outros dois momentos da celebração eucarística. Numa parte, na súplica a Santíssima Trindade que é rezada pelo sacerdote depois do lavatório dos pés e conclui o rito de oferendas.
Nesta oração se lê:
"Suscipe sancta Trinitas, hanc oblationem quam tibi offerimus ob memoriam passionis…; et in honorem beatae Mariae semper Virginis…"
Esta oração resume as intenções e os frutos do sacrifício como um epílogo do ofertório. Efetivamente depois de relembrar que a oferenda se faz em memória da Paixão, Ressurreição e Ascensão do Senhor, aparecem mencionados a Santíssima Virgem e os santos São João Batista, São Pedro e São Paulo. A menção de Maria se situa no contexto daquela veneração que a Santa Igreja, com amor especial, tributa o vínculo indissolúvel entre ela e a obra salvífica de seu filho. Ao mesmo tempo, ela admira e exalta o mais esplêndido fruto da redenção [32]. "Na eucaristia a Igreja une-se plenamente a Cristo e ao seu sacrifício, com o mesmo espírito de Maria." [33].
A menção a Maria encontramos também no Líbera nos depois do Pater noster:
"Líbera nos, quaesumus Domine, ab omnibus malis, praeteritis, praesentibus et futuris:et intercedente beata et gloriosa semper Virgine Dei Genitrice Maria (…) da propitius pacem in diebus nostris…"
Uma vez mais, esta oração também manifesta essa perfeita unidade que existre entre a Lex Orandi e a Lex crendendi, "a fonte da nossa fé e da liturgia eucarística é o mesmo acontecimento: a doação que Cristo fez de Si próprio no mistério pascal" [34]. De fato, esta oração nos mostra que "pelo caráter de intercessão, que se manifestou pela primeira vez em Caná da Galileia, a mediação de Maria continua na história da Igreja e do mundo" [35].
4. Conclusão
No final desta breve viagem pelo Ordo Missae marcado por significativos encontros com a Santa Maria, podemos afirmar com um dos grandes santos de nosso tempo "Para mim, a primeira devoção mariana – gosto de ver assim – é a Santa Missa (…) esta é uma ação da Trindade: por vontade do Pai, cooperando o Espírito Santo, o Filho se oferece em oblação redentora. Neste insondável mistério, se adverte, como entre velos, o rosto puríssimo de Maria: Filha de Deus Pai, Mãe de Deus Filho, esposa de Deus Espírito Santo. O trato com Jesus no Sacrifício do Altar, traz consigo necessariamente o trato com Maria, sua mãe" [36].
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1 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 53.
2 CONCÍLIO VATICANO II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 3.
3 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 21.
4 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 14.
5 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 5.
6 Cf. JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 4.
7 Cf. BENTO XVI, enc. Deus caritas est, n. 13.
8 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 57.
9 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
10 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 57.
11 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 80.
12 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
13 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 55.
14 Institutio Generalis Missalis Romani, n. 55.
15 PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 57.
16 V. RAFFA, Liturgia eucaristica. Mistagogia della Messa: della storia e della teologia alla pastorale pratica, Roma 2003, p. 272-274.
17 CONCÍLIO VATICANO II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 60.
18 CONCÍLIO VATICANO II, Const. dogm. Lumen gentium, n. 62.
19 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
20 CONCÍLIO VATICANO II, Decr. Presbyterorum ordinis, n. 18.
21 PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 10.
22 BENTO XVI, Audiência general, 12-VIII-2009.
23 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 55.
24 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 19.
25 Cf. S. MEO, "La formula mariana Gloriosa semper Virgo Maria Genitrix Dei et Domini nostri Iesu Christi nel Canone romano e presso due Pontefici del V secolo" in PONTIFICIA ACADEMIA MARIANA INTERNATIONALIS, De primordiis cultus mariani, Acta Congressus Mariologici-mariani in Lusitania anno 1967 celebrati, vol. II, Romae 1970, pp. 439-458.
26 Cf. M. RIGHETTI, Historia de la liturgia I, Madrid 1956, p. 334.
27 M. AUGE, L’anno liturgico: è Cristo stesso presente nella sua Chiesa, Città del Vaticano 2009, p. 247
28 Cf. J. CASTELLANO, "In comunione con la Beata Vergine Maria. Varietà di espressioni della preghiera liturgica mariana", Rivista liturgica 75 (1988) 59.
29 "La santidad ejemplar de la Virgen mueve a los fieles a levantar los ojos a María, la cual brilla como modelo de virtud ante toda la comunidad de los elegidos" (PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 57).
30 "La piedad hacia la Madre del Señor se convierte para el fiel en ocasión de crecimiento en la gracia divina: finalidad última de toda acción pastoral. Porque es imposible honrar a la Llena de gracia (Lc 1,28) sin honrar en sí mismo el estado de gracia, es decir, la amistad con Dios, la comunión en El, la inhabitación del Espíritu" (PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, n. 57).
31 "La reciente plegaria eucarística III que expresa con intenso anhelo el deseo de los orantes de compartir con la Madre la herencia de hijos: Que Él nos transforme en ofrenda permanente, para que gocemos de tu heredad junto con tus elegidos: con María, la Virgen" (PAULO VI, exh. apost. Marialis cultus, 10)
32 Cf. CONCÍLIO VATICANO II, Const. Sacrosanctum concilium, n. 102.
33 JOÃO PAULO II, enc. Ecclesia de Eucharistia, n. 58.
34 BENTO XVI, exh. apost. post. Sacramentum caritatis, n. 34.
35 JOÃO PAULO II, enc. Redemptoris mater, n. 40.
36 S. JOSEMARÍA ESCRIVÁ, La Virgen del Pilar. Libro de Aragón, Madrid 1976, p. 99.
ZENIT, 30/05/2010