Leituras Bíblicas
“Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68)!
Dia 03 de junho de 2010
SSMO CORPO E SANGUE DE CRISTO – solenidade
Foto: Jaime Batista
A Igreja celebra hoje: Santos Carlos Lwanga e companheiros mártires (+ 1886) – Leia sua vida clicando: http://www.paulinas.org.br/diafeliz/santo.aspx?Dia=3&Mes=6
Livro de Génesis 14,18-20:
Melquisedec, rei de Salém, trouxe pão e vinho e, como era sacerdote do Deus Altíssimo,
abençoou Abrão, dizendo: «Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo que criou os céus e a Terra!
Bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos!» E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.
Livro de Salmos 110,1.2.3.4:
Disse o SENHOR ao meu senhor: «Senta-te à minha direita, e Eu farei dos teus inimigos um estrado para os teus pés.»
De Sião, o SENHOR estenderá o cetro do teu poder. Dominarás os teus inimigos na batalha!
Ante o esplendor da santidade estarão contigo tantos jovens; no esplendor do santuário, das entranhas da madrugada, como orvalho, Eu te gerei.
O SENHOR jurou e não voltará atrás: «Tu és sacerdote para sempre, segundo a ordem de Melquisedec.»
1ª Carta aos Coríntios 11,23-26:
Com efeito, eu recebi do Senhor o que também vos transmiti: o Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão
e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim».
Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.»
Porque, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.
Evangelho segundo S. Lucas 9,11-17:
Mas as multidões, que souberam disso, seguiram-no. Jesus acolheu-as e pôs-se a falar-lhes do Reino de Deus, curando os que necessitavam.
Ora, o dia começava a declinar. Os Doze aproximaram-se e disseram-lhe: «Despede a multidão, para que, indo pelas aldeias e campos em redor, encontre alimento e onde pernoitar, pois aqui estamos num lugar deserto.»
Disse-lhes Ele: «Dai-lhes vós mesmos de comer.» Retorquiram: «Só temos cinco pães e dois peixes; a não ser que vamos nós mesmos comprar comida para todo este povo!»
Eram cerca de cinco mil homens. Jesus disse aos discípulos: «Mandai-os sentar por grupos de cinquenta.»
Assim procederam e mandaram-nos sentar a todos.
Tomando, então, os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu, abençoou-os, partiu-os e deu-os aos discípulos, para que os distribuíssem à multidão.
Todos comeram e ficaram saciados; e, do que lhes tinha sobrado, ainda recolheram doze cestos cheios.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Tomás de Aquino (1225-1274), teólogo dominicano, Doutor da Igreja
Orações
«Eis o pão que os anjos comem transformado em pão do homem; só os filhos o consomem» (Sequência da festa)
Deus todo-poderoso e eterno, eis que me aproximo do sacramento do Teu Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo. Doente, venho ao médico de Quem a minha vida depende; manchado, à origem da misericórdia; cego, ao fogo da luz eterna; pobre e desprovido de tudo, ao Senhor do céu e da terra.
Imploro, pois, a Tua generosidade imensa e inesgotável a fim de que Te dignes curar as minhas enfermidades, lavar as minhas manchas, iluminar a minha cegueira, compensar a minha indigência, cobrir a minha nudez; e que assim possa receber o pão dos anjos (Sl 77,25), o Reis dos reis, o Senhor dos senhores (1Tm 6,15), com todo o respeito e humildade, toda a contrição e devoção, toda a pureza e fé, toda a determinação de propósitos e a retidão de intenção que a salvação da minha alma exige.
Permite, peço-Te, que não receba simplesmente o sacramento do Corpo e Sangue do Senhor, mas toda a força e eficácia do sacramento. Deus cheio de doçura, permite-me receber de tal maneira o Corpo do Teu Filho único, Nosso Senhor Jesus Cristo, este corpo material que Ele recebeu da Virgem Maria, que mereça ser incorporado no Seu Corpo místico e fazer parte dos seus membros.
Pai cheio de amor, permite que eu possa um dia contemplar de rosto descoberto e por toda a eternidade este Filho bem amado que me preparo para receber agora sob o véu que convém à minha condição de viajante. Ele que, sendo Deus, vive e reina Contigo na unidade do Espírito Santo pelos séculos e séculos. Amen.
Festa do Corpo de Deus
Foto: Jaime Batista
Dom Luiz Demétrio Valentini
Bispo de Jales, SP
A Igreja coloca a festa da Eucaristia na semana seguinte ao domingo da Trindade. Tem tudo a ver. A coerência da liturgia corresponde à coerência da fé.
Se Deus é amor, se Ele assim se revelou no seu mistério da Trindade, que é a comunhão divina no seu amor, este amor foi manifestado para nós pela maneira como Cristo nos amou. E diz o Evangelho que ele nos amou até o fim! Deu por inteiro a sua vida por amor.
“Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos”, disse Jesus. Disse e fez. Deu por inteiro sua vida. E tornou perene este seu gesto de amor, colocando-o como sua memória para ser celebrada para sempre.
Isto é a Eucaristia. Ela recolhe o amor de Cristo, que continua dando a sua vida por nós e para nós. Também nisto se mostra a coerência do mistério de Deus. Deus é amor. Tendo assumido um corpo humano, o Filho de Deus fez do seu corpo uma expressão de amor. E, para mostrar que queria partilhar conosco o seu amor, fez do seu corpo alimento para nossas vidas, à semelhança de pão para comer e de vinho para beber. Sob estas aparências, a fé diz-nos que é o próprio Cristo que continua dando o seu corpo e o seu sangue por amor a nós, como garantia de salvação para todos.
A coerência de amor divino convida-nos à coerência de nossa fé. No pão consagrado e no cálice abençoado reconhecemos a presença viva do próprio Senhor, que nos envolve em seu amor e nos fortalece em sua comunhão.
A Eucaristia é o grande sinal do amor de Deus, que Cristo nos testemunhou e nos comunica por seu Santíssimo Sacramento.
Foto: Pe. Raul Kestring