Leituras Bíblicas
Dia 06 de março de 2011
Ano da Liturgia – Tema: “Eucaristia, fonte e cume da vida emissão da Igreja”
– Lema: Seus olhos se abriram, e eles o reconheceram” (Lc 24,31)
9º Domingo do Tempo Comum – Ano A
Livro de Deuteronômio 11,18.26-28.32:
«Gravai, pois, estas minhas palavras no vosso coração e no vosso espírito; atai-as aos braços como um símbolo, trazei-as como filactérias entre os olhos.
Vede: proponho-vos hoje a bênção ou a maldição:
a bênção, se obedecerdes aos mandamentos do Senhor, vosso Deus, que hoje vos prescrevo;
a maldição, se não obedecerdes aos mandamentos do Senhor, vosso Deus, e vos afastardes do caminho que hoje vos indico, para seguirdes deuses estrangeiros que não conheceis.»
Cuidarás, então, de pôr em prática todas estas leis e preceitos que hoje ponho na tua frente.»
Livro de Salmos 31(30),2-3.4.17.25:
Em ti, Senhor, me refugio; que eu nunca seja confundido. Salva-me pela tua justiça.
Inclina para mim os teus ouvidos; apressa-te a libertar-me. Sê para mim uma rocha de refúgio, uma fortaleza que me salve.
Tu és o meu rochedo e a minha fortaleza; por amor do teu nome, guia-me e conduz-me.
Brilhe sobre o teu servo a luz da tua face; salva-me pela tua misericórdia."
Tende coragem e fortalecei o vosso coração, todos vós, que esperais no Senhor!
Carta aos Romanos 3,21-25.28:
Mas agora foi sem a Lei que se manifestou a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos Profetas:
a justiça que vem para todos os crentes, mediante a fé em Jesus Cristo. É que não há diferença alguma:
todos pecaram e estão privados da glória de Deus.
Sem o merecerem, são justificados pela sua graça, em virtude da redenção realizada em Cristo Jesus.
Deus ofereceu-o para, nele, pelo seu sangue, se realizar a expiação que atua mediante a fé; foi assim que ele mostrou a sua justiça, ao perdoar os pecados cometidos outrora,
Pois estamos convencidos de que é pela fé que o homem é justificado, independentemente das obras da lei.
Evangelho segundo S. Mateus 7,21-27:
«Nem todo o que me diz: ‘Senhor, Senhor’ entrará no Reino do Céu, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está no Céu.
Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos, em teu nome que expulsamos os demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres?’
E, então, dir-lhes-ei: ‘Nunca vos conheci; afastai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.’»
«Todo aquele que escuta estas minhas palavras e as põe em prática é como o homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha.
Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; mas não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
Porém, todo aquele que escuta estas minhas palavras e não as põe em prática poderá comparar-se ao insensato que edificou a sua casa sobre a areia.
Caiu a chuva, engrossaram os rios, sopraram os ventos contra aquela casa; ela desmoronou-se, e grande foi a sua ruína.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense e Doutor da Igreja
Sermões sobre o Cântico dos Cânticos, 61, 2-3 (trad. da ed. bilingue Leclercq, Roma, 1977/BAC, Madrid 1987)
Edificada sobre a rocha
Diz [o Esposo]: «Minha pomba nos buracos das rochas, nas cavidades dos penhascos, mostra-me o teu rosto e soe a tua voz aos meus ouvidos» (Ct 2,14). (…) Alguém reconheceu nesses buracos as chagas de Cristo, e com toda a razão, porquanto Cristo é uma rocha (1Cor 10,4). Felizes cavidades, ao afiançarem a fé na ressurreição e na divindade de Cristo! «Meu Senhor e meu Deus!», disse [S. Tomé, Jo 20,28], e donde se inspirou esta exclamação senão dos buracos dessa rocha? Ali «fazem os pardais para si uma casa e as rolas um ninho para colocar as suas crias» [Sl 84 (83),4]; ali se refugia a pomba e observa, intrépida, a ave de rapina que por ela voa em círculos. Por isso diz: «Minha pomba nos buracos das rochas», e a pomba: «Colocou-me no alto de um rochedo» [Sl 27 (26),5], ou ainda: «assentou os meus pés sobre a rocha» [Sl 40 (39),3].
O homem sensato edifica a sua casa sobre a rocha (Mt 7,24) e não teme as investidas dos ventos nem as inundações, porque qual é o proveito que não advem dessa rocha? Sobre ela me ergo eu [Sl 27 (26),6], me sinto seguro e mantenho firme; seguro perante o inimigo, firme à vista da queda, porque estou erguido acima da terra (Jo 12,32), e tudo o que é da terra é duvidoso e caduco. A nossa estirpe é do céu e não tememos nem cair, nem que nos derrubem, porque a nossa rocha está no céu e nela toda a segurança que não falha. «Nos rochedos encontram refúgio os roedores» [Sl 104 (103),18]. E onde poderá encontrar refúgio a nossa frágil constância se não for nas chagas do Salvador? Lá dentro posso habitar tanto mais seguro e confiante quanto maior é o Seu poder para me salvar. O mundo agita-se, o corpo oprime-nos, o diabo coloca-nos armadilhas: não caio, porque me encontro fundado sobre rocha firme (Lc 6,48); turba-se-me a consciência se cometo algum pecado grave, mas não se perturba, porque me recordo das chagas do meu Senhor, que «foi ferido por causa das nossas iniquidades» (Is 53,5). Pois o que haverá de tão mortífero que não tenha sido aniquilado pela morte de Cristo?
Intenções do Apostolado da Oração para este mês de março:
Geral: Para que as nações da América Latina possam caminhar na fidelidade ao Evangelho e progredir na justiça social e na paz.
Missionária: Para que o Espírito Santo dê luz e força às comunidades cristãs e aos fiéis perseguidos ou discriminados por causa do Evangelho em tantas regiões do mundo.