27º Domingo do Tempo Comum – 7 de Outubro de 2018 – Cor: Verde
Ano do Laicato, instituído pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, tendo se iniciado no Domingo de Cristo Rei, 26 de novembro de 2017, e estendendo-se até o Domingo de Cristo Rei de 2018. Objetivo: “Como Igreja, Povo de Deus, celebrar a presença e a organização dos cristãos leigos e leigas no Brasil; aprofundar a sua identidade, vocação, espiritualidade e missão; e testemunhar Jesus Cristo e seu Reino na sociedade”.
1ª Leitura – Gn 2,18-24
E eles serão uma só carne.
Leitura do Livro do Gênesis 2,18-24:
18 O Senhor Deus disse:
‘Não é bom que o homem esteja só.
Vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele’.
19 Então o Senhor Deus formou da terra
todos os animais selvagens e todas as aves do céu,
e trouxe-os a Adão para ver como os chamaria;
todo o ser vivo teria o nome que Adão lhe desse.
20 E Adão deu nome a todos os animais domésticos,
a todas as aves do céu e a todos os animais selvagens;
mas Adão não encontrou uma auxiliar semelhante a ele.
21 Então o Senhor Deus fez cair
um sono profundo sobre Adão.
Quando este adormeceu,
tirou-lhe uma das costelas e fechou o lugar com carne.
22 Depois, da costela tirada de Adão,
o Senhor Deus formou a mulher
e conduziu-a a Adão.
23 E Adão exclamou:
‘Desta vez, sim, é osso dos meus ossos
e carne da minha carne!
Ela será chamada ‘mulher’
porque foi tirada do homem’.
Palavra do Senhor.
Salmo – Sl 127,1-2.3.4-5.6 (R. cf. 5)
R. O Senhor te abençoe de Sião, cada dia de tua vida.
1 Feliz és tu se temes o Senhor*
e trilhas seus caminhos!
2 Do trabalho de tuas mãos hás de viver,*
serás feliz, tudo irá bem! R.
3 A tua esposa é uma videira bem fecunda*
no coração da tua casa;
os teus filhos são rebentos de oliveira*
ao redor de tua mesa.R.
4 Será assim abençoado todo homem*
que teme o Senhor.
5 O Senhor te abençoe de Sião,
cada dia de tua vida,*
para que vejas prosperar Jerusalém,R.
6 E os filhos dos teus filhos.
Ah, Senhor, que venha a paz a Israel,*
que venha a paz ao vosso povo!. R.
2ª Leitura – Hb 2,9-11
Tanto o Santificador, quanto os
santificados descendem do mesmo ancestral.
Leitura da Carta aos Hebreus 2,9-11:
Irmãos:
9 Jesus, a quem Deus fez pouco menor do que os anjos,
nós o vemos coroado de glória e honra,
por ter sofrido a morte.
Sim, pela graça de Deus em favor de todos,
ele provou a morte.
10 Convinha de fato que aquele,
por quem e para quem todas as coisas existem,
e que desejou conduzir muitos filhos à glória,
levasse o iniciador da salvação deles à consumação,
por meio de sofrimentos.
11 Pois tanto Jesus, o Santificador,
quanto os santificados,
são descendentes do mesmo ancestral;
por esta razão,
ele não se envergonha de os chamar irmãos.
Palavra do Senhor.
Evangelho – Mc 10,2-16
O que Deus uniu, o homem não separe!
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 10,2-16:
Naquele tempo:
2 Alguns fariseus se aproximaram de Jesus.
Para pô-lo à prova,
perguntaram se era permitido ao homem
divorciar-se de sua mulher.
3 Jesus perguntou:
‘O que Moisés vos ordenou?’
4 Os fariseus responderam:
‘Moisés permitiu escrever uma certidão de divórcio
e despedi-la’.
5 Jesus então disse:
‘Foi por causa da dureza do vosso coração
que Moisés vos escreveu este mandamento.
6 No entanto, desde o começo da criação,
Deus os fez homem e mulher.
7 Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe
e os dois serão uma só carne.
8 Assim, já não são dois, mas uma só carne.
9 Portanto, o que Deus uniu, o homem não separe!’
10 Em casa, os discípulos fizeram, novamente,
perguntas sobre o mesmo assunto.
11 Jesus respondeu:
‘Quem se divorciar de sua mulher e casar com outra,
cometerá adultério contra a primeira.
12 E se a mulher se divorciar de seu marido
e casar com outro, cometerá adultério’.
13 Depois disso, traziam crianças
para que Jesus as tocasse.
Mas os discípulos as repreendiam.
14 Vendo isso, Jesus se aborreceu e disse:
‘Deixai vir a mim as crianças. Não as proibais,
porque o Reino de Deus é dos que são como elas.
15 Em verdade vos digo:
quem não receber o Reino de Deus como uma criança,
não entrará nele’.
16 Ele abraçava as crianças
e as abençoava, impondo-lhes as mãos.
Palavra da Salvação.
Comentário do dia
Bento XVI
papa de 2005 a 2013
Encíclica «Deus charitas est», §9-11
«E os dois serão uma só carne»
A relação de Deus com Israel é ilustrada através das metáforas do noivado e do matrimônio; consequentemente, a idolatria é adultério e prostituição. […] O eros de Deus pelo homem — como dissemos — é ao mesmo tempo totalmente ágape. […] O amor apaixonado de Deus pelo seu povo — pelo homem — é ao mesmo tempo um amor que perdoa. […] Na Bíblia encontrarmo-nos diante de uma imagem estritamente metafísica de Deus: Deus é absolutamente a fonte originária de todo o ser; mas este princípio criador de todas as coisas — o Logos, a razão primordial — é, ao mesmo tempo, um amante com toda a paixão de um verdadeiro amor.
Deste modo, o eros é enobrecido ao máximo, mas simultaneamente tão purificado que se funde com a ágape. A primeira novidade da fé bíblica consiste na imagem de Deus; a segunda, essencialmente ligada a ela, encontramo-la na imagem do homem. A narração bíblica da criação fala da solidão do primeiro homem, Adão, querendo Deus pôr a seu lado um auxílio. […] A ideia de que o homem de algum modo está incompleto, constitutivamente a caminho a fim de encontrar no outro a parte que falta para a sua totalidade, isto é, a ideia de que só na comunhão com o outro sexo pode tornar-se «completo», está sem dúvida presente.
E, deste modo, a narração bíblica conclui com uma profecia sobre Adão: «Por este motivo, o homem deixará o pai e a mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne» (Gn 2,24). Aqui há dois aspectos importantes: primeiro, o eros está de certo modo enraizado na própria natureza do homem; Adão anda à procura e «deixa o pai e a mãe» para encontrar a mulher; só no seu conjunto é que eles representam a totalidade humana, tornando-se «uma só carne». Não menos importante é o segundo aspecto: numa orientação baseada na criação, o eros impele o homem ao matrimônio, a uma ligação caracterizada pela unicidade e para sempre; é assim, e somente assim, que se realiza a sua finalidade íntima.
À imagem do Deus monoteísta corresponde o matrimônio monogâmico. O matrimônio baseado num amor exclusivo e definitivo torna-se o ícone do relacionamento de Deus com o seu povo e, vice-versa, o modo de Deus amar torna-se a medida do amor humano.
Neste mês de outubro, com o Papa e toda a Igreja, rezemos na seguinte intenção
Pela evangelização: A missão dos consagrados
Para que os consagrados e as consagradas reavivem o seu fervor missionário e estejam presentes entre os pobres, os marginalizados e aqueles que não têm voz.