Leituras Bíblicas
"Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Quem come deste pão viverá eternamente” (Jo 6,51)!
Dia 15 de janeiro de 2011
Ano da Eucaristia
Sábado da 1a semana do Tempo Comum
Carta aos Hebreus 4,12-16:
Na verdade, a palavra de Deus é viva, eficaz e mais afiada que uma espada de dois gumes; penetra até à divisão da alma e do corpo, das articulações e das medulas, e discerne os sentimentos e intenções do coração.
Não há nenhuma criatura oculta diante dele, mas todas as coisas estão a nu e a descoberto aos olhos daquele a quem devemos prestar contas.
Uma vez que temos um grande Sumo Sacerdote que atravessou os céus, Jesus, o Filho de Deus, conservemos firme a fé que professamos.
De fato, não temos um Sumo Sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, pois Ele foi provado em tudo como nós, exceto no pecado.
Aproximemo-nos, então, com grande confiança, do trono da graça, a fim de alcançar misericórdia e encontrar graça para uma ajuda oportuna.
Livro de Salmos 19,8.9.10.15:
A lei do Senhor é perfeita, reconforta o espírito; as ordens do Senhor são firmes, dão sabedoria ao homem simples.
Os mandamentos do Senhor são retos, alegram o coração; os preceitos do Senhor são claros, iluminam os olhos.
O temor do Senhor é puro, permanece para sempre. As sentenças do Senhor são verdadeiras, todas elas são justas.
Aceita, com bondade, as palavras da minha boca e estejam na tua presença os murmúrios do meu coração, ó Senhor, meu refúgio e meu libertador.
Evangelho segundo S. Marcos 2,13-17:
Jesus saiu de novo para a beira-mar. Toda a multidão ia ao seu encontro, e Ele ensinava-os.
Ao passar, viu Levi, filho de Alfeu, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-me.» E, levantando-se, ele seguiu Jesus.
Depois, quando se encontrava à mesa em casa dele, muitos cobradores de impostos e pecadores também se puseram à mesma mesa com Jesus e os seus discípulos, pois eram muitos os que o seguiam.
Mas os doutores da Lei do partido dos fariseus, vendo-o comer com pecadores e cobradores de impostos, disseram aos discípulos: «Porque é que Ele come com cobradores de impostos e pecadores?»
Jesus ouviu isto e respondeu: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os enfermos. Eu não vim chamar os justos, mas os pecadores.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Santo Agostinho (354-430), Bispo de Hipona (Africa do Norte) e Doutor da Igreja
Confissões, X, 27
E, levantando-se, ele seguiu Jesus.
Tarde Te amei, ó Beleza tão antiga e tão nova! Tarde demais eu Te amei! Eis que habitavas dentro de mim e eu Te procurava do lado de fora! Eu, disforme, lançava-me sobre as belas formas das Tuas criaturas. Estavas comigo, mas eu não estava Contigo. Retinham-me longe de Ti as Tuas criaturas, que não existiriam se em Ti não existissem. Tu me chamaste, o Teu grito rompeu a minha surdez. Fulguraste e brilhaste e Tua luz afugentou a minha cegueira. Espargiste a Tua fragrância e, respirando-a, suspirei por Ti. Eu Te saboreei, e agora tenho fome e sede de Ti. Tu me tocaste e agora estou ardendo no desejo da Tua paz.
Quando estiver unido a Ti com todo o meu ser, não mais sentirei dor ou cansaço. A minha vida será verdadeiramente vida, toda plena de Ti. Tu alivias aqueles a quem plenamente satisfazes. Não estando ainda repleto de Ti, sou um peso para mim mesmo. As minhas alegrias, que deveriam ser choradas, contrastam em mim com as tristezas, que deveriam causar-me júbilo, e ignoro de que lado está a vitória. Falsas tristezas pelejam em mim contra as verdadeiras alegrias, e não sei quem vencerá. Ai de mim! «Tem piedade de mim, Senhor!» (Sl 30,10). Ai de mim! Vês que não escondo as minhas chagas. Tu és o médico, eu sou o enfermo. Tu és misericordioso e eu sou miserável.