Leituras Bíblicas
Ano da Eucaristia – "…seus olhos se abriram…"(Lc 24,31)
Dia 31 de janeiro de 2011
Segunda-feira da 4ª semana do Tempo Comum
Carta aos Hebreus 11,32-40:
Que mais direi? Faltar-me-ia o tempo se quisesse falar acerca de Gedeão, Barac, Sansão, Jefté, Davi e Samuel e dos profetas,
os quais, pela fé, conquistaram reinos, exerceram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca de leões,
extinguiram a violência do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza, recobraram a força, tornaram-se fortes na guerra, e puseram em fuga exércitos estrangeiros.
Algumas mulheres recuperaram os seus mortos por meio da ressurreição. Alguns foram torturados, não querendo aceitar a libertação, para obterem uma ressurreição melhor;
outros sofreram a prova dos escárnios e dos flagelos, das cadeias e da prisão.
Foram apedrejados, serrados ao meio, mortos ao fio da espada; andaram errantes cobertos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, atribulados e maltratados;
homens de quem o mundo não era digno, andaram vagueando pelos desertos, pelos montes, pelas grutas e pelas cavidades da terra.
E todos estes, apesar de terem recebido um bom testemunho, graças à sua fé, não alcançaram a realização da promessa,
porque Deus tinha previsto algo de melhor para nós, de modo que eles não alcançassem a perfeição sem nós.
Livro de Salmos 31,20.21.23.24:
Como é grande, Senhor, a bondade que reservas para os que te são fiéis! Tu a concedes, à vista de todos, àqueles que em ti confiam.
Ao abrigo da tua face, Tu os guardas das intrigas dos homens; na tua tenda os defendes contra as línguas maldizentes.
Na minha ansiedade, eu dizia: "Fui banido da tua presença." Tu, porém, ouviste o brado da minha súplica, quando eu te invoquei.
Amai o Senhor, todos vós, que sois seus amigos! O Senhor protege os seus fiéis, mas castiga com rigor os orgulhosos.
Evangelho segundo S. Marcos 5,1-20:
Chegaram à outra margem do mar, à região dos gerasenos.
Logo que Jesus desceu do barco, veio ao seu encontro, saído dos túmulos, um homem possesso de um espírito maligno.
Tinha nos túmulos a sua morada, e ninguém conseguia prendê-lo, nem mesmo com uma corrente,
pois já fora preso muitas vezes com grilhões e correntes, e despedaçara os grilhões e quebrara as correntes; ninguém era capaz de o dominar.
Andava sempre, dia e noite, entre os túmulos e pelos montes, a gritar e a ferir-se com pedras.
Avistando Jesus ao longe, correu, prostrou-se diante dele
e disse em alta voz: «Que tens a ver comigo, ó Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Conjuro-te, por Deus, que não me atormentes!»
Efetivamente, Jesus dizia: «Sai desse homem, espírito maligno.»
Em seguida, perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Respondeu: «O meu nome é Legião, porque somos muitos.»
E suplicava-lhe insistentemente que não o expulsasse daquela região.
Ora, ali próximo do monte, andava a pastar uma grande vara de porcos.
E os espíritos malignos suplicaram a Jesus: «Manda-nos para os porcos, para entrarmos neles.»
Jesus consentiu. Então, os espíritos malignos saíram do homem e entraram nos porcos, e a vara, cerca de uns dois mil, precipitou-se do alto no mar e ali se afogou.
Os guardas dos porcos fugiram e levaram a notícia à cidade e aos campos. As pessoas foram ver o que se passara.
Ao chegarem junto de Jesus, viram o possesso sentado, vestido e em perfeito juízo, ele que estivera possuído de uma legião; e ficaram cheias de temor.
As testemunhas do acontecimento narraram-lhes o que tinha sucedido ao possesso e o que se passara com os porcos.
Então, pediram a Jesus que se retirasse do seu território.
Jesus voltou para o barco e o homem que fora possesso suplicou-lhe que o deixasse andar com Ele.
Não lho permitiu. Disse-lhe antes: «Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti e como teve misericórdia de ti.»
Ele retirou-se, começou a apregoar na Decápole o que Jesus fizera por ele, e todos se maravilhavam.
Comentário ao Evangelho do dia feito por
Bem-aventurada Teresa de Calcutá (1910-1997), fundadora das Irmãs Missionárias da Caridade
«No Greater Love» (a partir da trad. de «Il n’y a pas de plus grand amour», Lattès 1997, p. 26)
«O homem que fora possesso suplicou-Lhe que o deixasse andar com Ele. […] Disse-lhe antes: ‘Vai para tua casa, para junto dos teus, e conta-lhes tudo o que o Senhor fez por ti’»
Somos chamados a amar o mundo. E Deus amou de tal forma o mundo que lhe deu Jesus (Jo 3,16). Hoje, Ele ama de tal forma o mundo que nos dá ao mundo, a ti e a mim, para que sejamos o Seu amor, a Sua compaixão e a Sua presença através de uma vida de oração, de sacrifícios e de entrega. A resposta que Deus espera de ti é que te tornes contemplativo, que sejas contemplativo.
Tomemos a palavra de Jesus a sério e sejamos contemplativos no coração do mundo porque, se temos fé, estamos perpetuamente na Sua presença. Pela contemplação a alma bebe diretamente do coração de Deus as graças que a vida ativa está encarregada de distribuir. As nossas vidas devem estar unidas a Cristo vivo que está em nós. Se não vivermos na presença de Deus, não podemos perseverar.
O que é a contemplação? É viver a vida de Jesus. É assim que a compreendo. Amar Jesus, viver a Sua vida no âmago da nossa e viver a nossa no seio da Sua. […] A contemplação não ocorre por nos fecharmos num quarto obscuro, mas por permitirmos a Jesus que viva a Sua Paixão, o Seu amor, a Sua humildade em nós, que reze conosco, que esteja conosco e que santifique através de nós. A nossa vida e a nossa contemplação são unas. Não é uma questão de fazer, mas de ser. De fato, trata-se da plena fruição do nosso espírito pelo Espírito Santo, que derrama em nós a plenitude de Deus e nos envia a toda a Criação como mensagem Sua, pessoal, de amor (Mc 16,15).
Intenções do Apostolado da Oração para o mês de fevereiro 2011
Unidos à Igreja, ao Papa, rezemos:
Geral: Para que a família seja respeitada por todos em sua identidade e seja reconhecida a sua insubstituível contribuição em favor de toda a sociedade.
Missionária: Para que nos territórios de missão onde a luta às doenças é mais urgente, as comunidades cristãs saibam testemunhar a presença de Cristo ao lado dos que sofrem.