Vinte e nove de agosto é data importante para a Diocese de Blumenau. Seu atual bispo diocesano, Dom Rafael Biernaski, completa cinco anos de pastoreio nessa Igreja Particular. Presidida pelo aniversariante e transmitida pela Rádio Arca da Aliança, pelo Site e Facebok da Catedral São Paulo Apóstolo, santa missa de ação de graças, às 8h, na igreja-mãe, comemorou a data. Do ato religioso, que obedeceu às normas sanitárias vigentes, participaram representações de sacerdotes, diáconos permanentes, diáconos transitórios, seminaristas, consagrados e consagradas, religiosas e religiosos, famílias, lideranças pastorais e a comunidade diocesana.
Em sua homilia, o bispo deu destaque também à passagem dos vinte anos de criação e instalação da Diocese de Blumenau, transcorrida no último dia 24 de junho desse mesmo ano de 2020. Naquela ocasião, a data foi celebrada de forma bem mais restrita devido ao período de acentuada pandemia que se enfrentava. Por isso, na celebração eucarística de hoje, Dom Rafael quis unir ao seu aniversário igualmente o aniversário da Diocese. Justifica-se esta união ainda pelo fato de o bispo ser uma coisa só com a Igreja que assumiu como sua esposa. No momento da ordenação episcopal, um simbólico anel é abençoado e colocado no dedo anular do neo-pastor. Significa exatamente a união esponsal, com a qual o próprio Cristo ama a sua Igreja e por ela se entrega totalmente. Dessa forma, o bispo, representante dEle, Mestre, Pastor e Profeta, assume seu rebanho.
Nesse mesmo dia do ano em curso, celebra-se a memória do Martírio de São João Batista. Vale lembrar que, providencialmente, no dia 24 de junho, data precisa da criação e instalação da Diocese, comemora-se a Solenidade da Natividade de do Santo Precursor do Salvador. Dom Biernaski, na sua homilia, enalteceu o primo de Jesus e grande testemunha-mártir da verdade, ícone, protótipo, da evangelização na Diocese de Blumenau.
A figura do banquete sugeriu ao bispo referir-se à vida como um banquete, do qual participamos todos pelo dom divino e gratuito da nossa existência. Esse dom encontra seu pelo sentido e vigor no banquete da Eucaristia. Ao invés, o banquete de Herodes apresentou-se como o banquete da morte. Embora parecesse nada faltar aos convivas – comida e bebida, arte, música e dança, até generosidade do rei-anfitrião -, faltou, todavia, o essencial: a acolhida da luz da verdade anunciada por João Batista. Esta forma de poder e de festa oprimem, escravizam, matam literalmente.
Os Evangelhos dizem que Herodes considerava João Batista como ressuscitado. Evidente aqui uma pequena centelha de fé presente no coração desse homem poderoso. Devido a esta consideração pelo profeta, diz o texto bíblico, ele ficou triste com o pedido da concubina exigindo-lhe a cabeça de João num prato. Lembrou Dom Rafael as mortes de tantos tipos que vemos acontecer ao nosso redor, tantas vezes aumentadas pela pouca responsabilidade e manipulação de lideranças. O grande número de tombados pelo coronavírus coloque-nos, todavia, em oração por eles, para que estejam na plena vida, na pátria dos ressuscitados, e desperte-nos para o cuidado de todas as pessoas desde o ventre materno até seu termo natural.
Acentuou o bispo de Blumenau a sua imensa gratidão. Dizendo-se feliz em seu ministério episcopal exercido nesses cinco anos em Blumenau e região, ele exaltou e agradeceu o amor de Deus presente em tantos evangelizadores e evangelizadoras, lideranças pastorais, famílias. Fez questão, enfim, de destacar ainda a presença dos seminaristas, estudantes de filosofia e teologia da Diocese nessa celebração como esperança para a vida e crescimento das comunidades.
Texto e imagem: Pe. Raul Kestring