Papa Francisco com crianças e adolescentes – L’Osservatore Romano
Cidade do Vaticano (RV) – Na solenidade da Epifania do Senhor celebra-se também o Dia Mundial da Infância Missionária, que este ano se realiza com o tema “Os últimos serão os primeiros”. Trata-se de uma festa que pretende sensibilizar crianças e adolescentes a serem protagonistas do anúncio do Evangelho através de escolhas e estilos de vida próprios da idade deles. Entrevistado pela Rádio Vaticano, o diretor das revistas das Pontifícias Obras Missionárias, Pe. Giulio Albanese, nos explica o motivo do tema deste ano:
-“O tema faz referência ao Dia missionário mundial dos adultos, que celebramos em outubro passado, ‘Periferias, coração da missão’. Trata-se aí de ajudar as crianças e adolescentes a compreenderem a lógica das Bem-aventuranças, o mundo invertido de Deus. Se fôssemos nós a escrever as Bem-aventuranças, certamente não as teríamos escritas assim: teríamos escrito ‘bem-aventurados aqueles que estão bem, que não têm problemas’… Digamos que esta inversão – por assim dizer – narrativa serve para ajudar as crianças e adolescentes a compreenderem aquilo que lemos no Livro dos Atos dos Apóstolos, um entre aspas atribuído a Jesus que não encontramos nos Evangelhos, mas, de fato, nos Atos dos Apóstolos: na vida, no fundo, há mais alegria em dar do que em receber. Portanto, ser cristãos significa vencer o próprio egoísmo, significa, em primeiro lugar e sobretudo, ficar do lado dos pobres, daqueles que vivem nos alagados da história.”
RV: Concretamente, o que se faz neste Dia da Infância Missionária?
Pe. Giulio Albanese:- “Em primeiro lugar é um momento de oração no contexto da celebração eucarística dominical: ajudar as crianças e adolescentes a compreenderem que a oração é a primeira forma de contemplação. Há, porém, um segundo aspecto muito importante, que é o da coleta de fundos: ela serve a ajudá-los a entender que é preciso aprender a dividir o pão, o pão que encontramos todos os dias em nossas mesas. A dimensão da partilha é fundamental, a solidariedade. Há, ainda, um terceiro aspecto, que não se pode esquecer, que é o vocacional: indubitavelmente nestes últimos anos houve uma diminuição consistente do número dos missionários ‘ad gentes’ italianos e isto, num certo sentido, significa que também houve um esfriamento da dimensão ‘ad gentes’ e, portanto, o Dia da Santa Infância serve para ajudar as crianças e adolescentes a entenderem que a nossa fé, em primeiro lugar e sobretudo, deve ser testemunhada, e que é preciso rezar ao Senhor da messe ‘para que – como diz Jesus mesmo – mande operários para trabalhar pela causa do Reino.” (RL)